Projetos financiados através do Kickstarter conseguem chamar atenção para o seu risco, com games entregando bem menos do que o prometido ou sequer sendo finalizados, sem qualquer chance de as pessoas que investiram conseguirem seu dinheiro de volta. Existem vários exemplos de problemas na plataforma, mas o mais recente, relacionado ao uso de fundos arrecados para o jogo de RPG Project Phoenix e usado na produção de outro título, foi provada ser apenas mentiras de um ex-funcionário sem noção.
Para explicar melhor a situação envolvendo Project Phoenix, é interessante relembrar sobre sua origem. Em 2013, surgiu um projeto no Kickstarter que prometia um jogo de RPG com qualidade dos grandes lançamentos do mundo dos games, com direito a participação de vários nomes conhecidos, como o compositor Nobuo Uematsu, a cantora e dubladora Donna Burke, entre outros. O projeto chamou a atenção de muita gente, que investiu dinheiro nele, que bateu sua meta de US$ 100 mil em menos de um mês, conseguindo ultrapassar esse valor e chegar até pouco mais de US$ 1 milhão.
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Como você deve estar ciente, Project Phoenix ainda não foi anunciado. Durante um bom tempo, ficou claro que a Creative Intelligence Arts, empresa por trás do game, estava com problemas durante sua produção.
As coisas pioraram quando em dezembro de 2017, Tariq Lacy, ex-gerente de relações públicas da empresa acusou o fundador Hiroaki Yura de ter aberto outra companhia, chamada Area 51, e usado dinheiro da campanha de Project Phoenix na produção de outro jogo, Tiny Metal, eventualmente lançado para PC, Nintendo Switch e PS4.
Segundo Lacy, após uma campanha do Kickstarter para Tiny Metal não ter conseguido dinheiro o suficiente, Yura pegou dinheiro de Project Phoenix e deu preferência a este outro game.
Só que era tudo mentira
A acusação caiu como uma bomba na cabeça daqueles que financiaram Project Phoenix e, por já terem abandonado as esperanças de o game de fato ser lançado, foram lembrados do projeto através dessa polêmica. O caso foi parar na justiça japonesa, já que Tariq Lacy não havia fornecido qualquer tipo de prova para comprovar o que disse.
Em juízo, ficou comprovado que as acusações eram apenas a ação de um ex-funcionário com raiva da empresa e que, segundo o presidente Hiroaki Yura, foi demitido por comportamento tóxico, que incluiu assédio sexual dentro da companhia.
Em uma postagem em sua página pessoal no Facebook, uma medida exigida pela justiça japonesa, Tariq desmentiu tudo e pediu desculpas à Creative Intelligence Arts e a Yura pelos possíveis danos causados. A explicação foi republicada na página de Project Phoenix, onde os jogadores continuam questionando sobre o uso do dinheiro arrecadado para a produção do game.
Por enquanto, Yura informa que não abandonou o game e pretende encontrar meios de financiar o game de alguma forma. Quando isso vai acontecer, ninguém sabe ao certo, mas tudo leva a crer que Project Phoenix se tornará uma espécie de alerta para aqueles que pensarem em investir em projetos de plataformas de financiamento no futuro.