Total War: Rome II recebe chuva de reviews negativos por ter mulheres

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A situação poderia ser considerada simplesmente surreal, não fosse o fato de ela ser muito mais triste e assustadora. Nas últimas 24 horas, a versão Steam de Total War: Rome II tem sido bombardeada de reviews negativos por jogadores que se sentem incomodados pela presença de mulheres entre os generais do jogo de estratégia.

A “polêmica” começou no mês passado, quando vários jogadores acusaram a desenvolvedora Creative Assembly de aumentar a taxa de aparição de personagens femininas. Em resposta, a gerente de comunidade Ella McConnell afirmou que a probabilidade de uma mulher se juntar a seu exército dependia da sorte, e que sempre havia a opção de usar mods para ajustar essa parte do game.

Total War Rome II

“Se ter unidades femininas incomoda vocês tanto, vocês podem usar mods ou simplesmente não jogar. Pessoas dizendo que não vão comprar o game porque há mulheres demais é algo que está ok para nós — se essa é a razão delas, preferimos que elas não comprem”, afirmou McConnell. A gerente da comunidade também esclareceu que, embora Total War tente ser fiel à história, a série nunca se preocupou em reproduzir os acontecimentos passados de forma 100% precisa.

“Se ter unidades femininas incomoda vocês tanto, vocês podem usar mods ou simplesmente não jogar"

“Eu não sou das relações humanas, tampouco é meu trabalho empurrar uma ‘agenda pessoal’”, explicou McConnell em outra mensagem. “Eu transmito as visões da companhia, que é onde a declaração sobre autenticidade histórica vs. precisão histórica (e a inclusão de mulheres) se origina”.

Números mostram que percepção está errada

A discussão originada nos fóruns do Steam tomou proporções que foram além da plataforma, sendo reproduzida por YouTubers e sites como o The Daily Stormer — que tem claras inclinações nazistas. Isso reforçou a onda de reviews negativos, que acusam a Creative Assembly de “maxismo cultural” e de “impor discussões políticas” em seus games.

Também há diversos comentários exigindo a demissão de McConnell, atribuindo a ela a situação. Em meio à raiva generalizada que tomou conta dos fóruns do game, o YouTube RepublicOfPlay investigou o código do game e revelou que mulheres só podem aparecer em certas culturas, e que há somente 35% de chance de uma mulher surgir nos exércitos.

Segundo ele, a chance de ter uma mulher como general é somente de 10% na maioria das culturas, sendo a exceção a cultura Cuxe, onde esse número sobe para 50%. A informação foi confirmada pela Creative Assembly em suas redes sociais: nelas, a empresa explica que não fez qualquer mudança para diminuir a quantidade de homens generais e que as fações grega, romana e cartagena nunca vão ter generais femininos recrutáveis.

“Essas chances de porcentagem podem ser modificadas pelos jogadores. Não vimos um bug verificável que mostra que isso não está funcionando conforme o planejado. Não temos planos de mudar isso com um patch ou remover esse recurso do jogo”, finaliza a mensagem da desenvolvedora.

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