Conhecida por tratar de temas que envolvem política em certo nível — The Division, Ghost Recon e Watch Dogs são algumas séries relacionadas —, a Ubisoft não quer ser vista como uma empresa que adota posturas muito enfáticas sobre o assunto. Segundo o COO da Ubisoft Massive, Alf Condelius, games que são muito políticos em suas mensagens são “ruins para os negócios”.
Em um painel na Sweden Game Conference em Skövde, Condelius afirmou que a Ubisoft Massive tenta se distanciar da interpretação política que os jogadores podem fazer de seus games. “Por exemplo, em The Division, é um futuro distópico e há muitas interpretações que é algo para o qual nossa sociedade está se movendo, mas não é — é uma fantasia”, afirmou.
“É um universo e um mundo que criamos para as pessoas explorarem e serem uma boa pessoa em um mundo decadente. Mas as pessoas gostam de colocar política nisso, e nos afastamos dessas interpretações o tanto quanto podemos porque não queremos tomar um posicionamento na política atual”, continuou o COO.
Jogadores querem ver suas próprias realidades
Segundo ele, uma postura mais definida seria ruim para os negócios, porque as pessoas querem ver suas próprias realidades refletidas na fantasia oferecida a elas. Condelius afirma que é importante deixar a interpretação dos games em aberto, especialmente em jogos como The Division no qual os jogadores vão gastar dezenas de horas.
A Ubisoft Massive está trabalhando atualmente em The Avatar Project, obra inspirada no filme de James Cameron, que tinha uma mensagem clara sobre a preservação do meio-ambiente. “Isso é político, mas não estamos dizendo que você deve votar naquela pessoa, ou que você não devia fazer isso; mas é uma posição política, claro, e pensamos que ela é importante, mas não estamos esfregando isso no nariz de alguém”.
“Tem que ser algo sutil para que muitas pessoas sejam atraídas por isso, tem que ser indefinido para que muitas pessoas coloquem suas definições nisso”
Questionado sobre a possibilidade de games serem considerados arte, mesmo sem trazer mensagens claras, Condelius. “Tem que ser algo sutil para que muitas pessoas sejam atraídas por isso, tem que ser indefinido para que muitas pessoas coloquem suas definições nisso”, afirmou ele. “Tem que ser vago em alguns aspectos enquanto é um mundo muito bem definido, para que as pessoas possam interagir com ele durante muito tempo”.
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