Crackdown 3 é um game que está há muito tempo em desenvolvimento e que passou por inúmeros atrasos. Então, é comum que muita gente esteja desconfiada em relação ao formato final do jogo, especialmente depois que ele apareceu na E3 2017 e, logo em seguida, "desapareceu" de qualquer apresentação oficial da Microsoft.
Quase um ano depois, o game retornou na Fanfest que a empresa realizou no México, que também veio acompanhada do evento X018. O Voxel viajou a convite da empresa e teve a chance de testar o modo Wrecking Zone do multiplayer - embora não tenhamos saído decepcionados, parece que o game entrega pouco para tanto tempo de espera.
Não me entenda errado: o conteúdo em si não é ruim e pode render algumas horas de diversão. No entanto, a forma como ele foi apresentada foi muito "feijão com arroz", algo muito básico para um game que ficou tanto tempo no forno e prometia levar a série a um novo patamar de qualidade.
Experiência básica
Wrecking Zone reúne dois times formados por cinco jogadores cada, sendo que cada personagem pode usar uma habilidade especial e duas armas. Depois de escolher seus equipamentos, você é levado a um mapa onde seu objetivo é não somente matar seus inimigos, mas também coletar a pequena ficha que eles deixam quando morrem - tudo isso enquanto se preocupa em não morrer e ceder um ponto ao adversário.
Tudo funciona bem, mas não há nada realmente novo em relação ao que já vimos em diversos jogos competitivos. Não há nada que empolge, que faça você pensar que tem que deixar os games que já está familiarizado de lado para dedicar seu tempo a ele.De certa forma, a experiência pode ser considerada um pouco mais "abrangente" do que um Halo ou Call of Duty, já que sua mira trava no oponente quando você segura o botão associado, o que facilita matá-lo.
Também há uma boa dose de verticalidade, mas não é tão fácil assim despistar os inimigos, pois eles sempre ficam destacados em seu campo de visão. Para completar, você encontra pelos cenários alguns paineis que permitem dar pulos gigantescos e percorrer o mapa rapidamente, mas um oponente pode persegui-lo rapidamente. E sim, há certa dose de elementos destrutíveis, mas não senti que isso opera em um nível que possa ser considerado surpreendente ou que permita o uso de táticas que mudem o rumo de uma partida.
Em resumo, o multiplayer de Crackdown 3 é exatamente aquilo que se poderia esperar de qualquer jogo de ação feito na segunda metade dos anos 2000. Nada exatamente ruim, mas parece que falta conteúdos que estimulem continuar participando das partidas.
Há espaço para melhorar
Vou dar uma de "advogado do diabo" aqui e partir do pressuposto que a fatia exibida pelo Xbox durante a Fanfest não traz tudo o que os jogadores vão encontrar. Talvez tenhamos na versão final um sistema de armas destraváveis e cenários mais variados, no qual a destruição dos ambientes seja mais importante e evidente.Esse elementos (somado a sistemas de evolução de personagens) poderiam ajudar a enriquecer a experiência e mostrar o que foi mostrado é somente a base de algo maior.
Leve em consideração que tudo isso é uma suposição de minha parte, já que não tenho como dizer se essas expectativas realmente vão corresponder à realidade. Só espero que, em seu lançamento, Crackdown 3 tenha mais a oferecer. Depois de tanto tempo de espera, ter um sistema multiplayer simplesmente legal, mas que não se destaca, pode ser um elemento essencial para decretar a mediocridade que muita gente já espera do novo título.
E confie em mim: o game está mais bonito do que na E3 de 2017, mas os gráficos não estão no nível daqueles mostrados pela Microsoft no trailer mais recente. Em compensação, o desempenho parece bem estável no Xbox One X, garantindo partidas rápidas e com controles sólidos que não dão espaço para você dizer que perdeu porque o game não respondeu a tempo.
O Voxel viajou à Xbox Fanfest 2018 a convite da Microsoft
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