O time feminino da liga russa de League of Legends, Vaevictis, jogou pela primeira vez no campeonato no último final de semana. Para quem não lembra, a equipe é a primeira feminina a jogar uma liga principal do eSport.
We're proud to present you Vaevictis eSports roster for LCL Spring 2019!
— Vaevictis eSports (@VaevictisTeam) 10 de fevereiro de 2019
TOP: Diana «TR1GGERED» Ivanchenko
JUNGLE: Aida «Merao» Kazaryan
MID: Elena «VioletFairy» Koval
ADC: Ksenia «Trianna» Mescheryakova
SUPPORT: Nataliya «Ankote» Zayko #vaevictis #leagueoflegends #lcl pic.twitter.com/YzYW72qbnQ
A estreia das meninas foi marcada por desrespeito e atitude antidesportiva. Os jogadores do time adversário, a RoX, optaram por banir apenas campeões da posição de suporte.
5 bans? O que isso significa?
Para entender o que aconteceu, é preciso explicar um pouco do cenário. Existe uma “piada” dentro do League of Legends que mulheres só jogam de suporte. Quando a RoX fez os banimentos, a comunidade encarou como uma provocação. No aspecto estratégico, não faz sentido banir apenas campeões suporte.
Isso é especialmente grave quando pensamos na discussão que pairou no Twitter alguns dias atrás – precisamos de campeonatos femininos? Se pensarmos em capacidade ou força, teoricamente não haveria necessidade de divisão, mas essa mistura fica difícil quando as mulheres não encontram acolhimento ou apoio nem mesmo pelos colegas de campeonato.
O outro lado
Não foi só a RoX que sofreu críticas na liga russa – a própria Vaevictis foi criticada pela escolha da lineup. Segundo o usuário do Reddit RainbowBunny64, a organização demitiu de última hora seus antigos jogadores na esperança de conseguir vender a vaga no torneio. Quando não conseguiram, optaram por contratar cinco jogadoras, todas novatas no cenário competitivo.
Ainda segundo o post no Reddit, a organização fez isso como marketing em preparação para o ano que vem. A Riot planeja transformar a liga russa em uma franquia, o que significa que os times terão que comprar a vaga para continuar no torneio. A organização Vaevictis estaria mal financeiramente e escolheu um time feminino na esperança de fortalecer a marca a tempo de 2020.
Muitas pessoas investigaram o perfil das jogadoras no League of Legends, e todas elas estão no elo Diamante – dois elos abaixo da grande maioria dos profissionais. Ainda assim, não é natural que um time inferior em um torneio seja ridicularizado – no esporte tradicional costuma acontecer justamente o contrário: as pessoas torcem e apoiam o time mais fraco.
Última coisa que a gente precisa é de mais atitudes preconceituosas e machistas nos e-sports. Prós servem de exemplo para muitos que querem ingressar nesse meio.
— Imperador Gustavo Docil I (@gustavodocil) 16 de fevereiro de 2019
E um time de uma liga profissional banir 5 suportes só pq estão contra um time feminino é ridículo. Não precisa disso
Aqui no Brasil a discussão tomou grandes proporções, com a #RiotPenaliza chegando aos trending topics. Mesmo quem participa e apoia o cenário feminino nos eSports concordou: a organização foi irresponsável ao colocar as jogadoras com pouca experiência logo de cara na liga principal do país. Até o momento a Riot não se pronunciou sobre o assunto.
E você, o que achou da estreia da Vaevictis na liga russa? Deixe seu comentário!
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