Prática bastante comum na indústria, o período conhecido como crunch geralmente envolve longas semanas ou meses em que desenvolvedores trabalham de segunda-feira a domingo para garantir que um projeto será finalizado. Segundo Mike Morhaime, fundador da Blizzard que se afastou recentemente da empresa, essa prática não é sustentável, mas a companhia não teria chegado ao lugar em que está sem depender dela.
StarCraft
"A Blizzard definitivamente evoluiu ao redor do crunch", afirmou Morhaime em uma entrevista concedida ao Eurogamer. "Em nossos primeiros dias, trabalhávamos durante períodos loucos para terminar os games. Eu penso que, se você é um estúdio pequeno, sua vida ou morte depende de seu próximo projeto, e isso exige um esforço super-humano — ou ao menos exigiu de nós".
Prática que não se sustenta
"Eu não posso falar por outras companhias e tenho certeza de que há maneiras melhores de fazer as coisas, mas, para nós, não acho que teríamos sido tão bem-sucedidos se não tivéssemos dado tudo o que podíamos", complementou. Ainda assim, Morhaime acredita que isso não é algo sustentável e que muitas companhias costumam lidar com isso de forma melhor nos dias atuais.
"Eles estão fazendo pausas, estão dormindo, e penso que as grandes companhias são capazes de contratar mais pessoal. E até mesmo as companhias menores — há muito mais dinheiro chegando a esse espaço atualmente, então mesmo companhias pequenas têm mais financiamento para fazer o trabalho do que no passado".
Recentemente, a Blizzard anunciou que quer acabar de vez com o crunch e que já tomou atitudes que melhoram seu ambiente de trabalho. A empresa diz que "ainda não chegou lá", mas acredita já estar em um lugar melhor do que há 5 ou 10 anos. "Eu creio que poucas partes do time acabam trabalhando qualquer nível de hora extra", afirmou o produtor-executivo John Hight.
