Para muitos brasileiros, o sonho de mandar um PC Gamer com peças de última geração é algo um tanto distante. Agora imagine não somente montar uma máquina legal, mas também ter a oportunidade de trazê-la para um evento em que centenas de outros computadores tão poderosos e interessantes também estão presentes. É mais ou menos isso que acontece aqui na QuakeCon 2019.
Parte importante do evento desde sua criação, a área BYOC (Bring your own computer, ou “traga seu próprio computador”) é a que ocupa o maior espaço no espaço de convenções do Gaylord Resort. São mais de 30 fileiras cheias de máquinas trazidas pela própria comunidade, que usa a área para jogar, mostrar seus modcases e até mesmo para transmitir gameplays pela internet.
Espaço democrático
Se no Brasil algo assim seria impensável, até pelo problema de transportar um desktop completo e monitores em ônibus, carros ou aviões, aqui a ideia é extremamente popular. Há visitantes da QuakeCon 2019 que ignoram totalmente os demais eventos e painéis simplesmente para aproveitar a camaradagem oferecida na área: quer jogar WarCraft 3, mas não tem um grupo? É só conversar com as pessoas ao redor que logo isso será resolvido.
Durante minhas passagens pelo BYOC, vi muita gente jogando games como The Elder Scrolls Online, Doom e Fallout 4, entre outros títulos da Bethesda. No entanto, isso não é uma obrigação para participar e é tudo muito democrático: para cada pessoa jogando algo da desenvolvedora, havia um número igual de pessoas dedicadas a Destiny 2, DOTA 2 ou a simplesmente conversar com amigos pelo Discord.
Tudo é muito bem organizado, mas há um senso de caos constante que valoriza as raízes “faça por conta própria” da QuakeCon. Ao mesmo tempo em que as mesas são organizadas e há internet de altíssima velocidade disponível, também há uma mistura de caixas de pizza, latinhas de energético e sacos de salgadinho espalhados pelos cantos – o ambiente em si é tão familiar e acolhedor que as pessoas se sentem em casa de maneira bastante literal.
Tudo para a comunidade
Além da jogatina livre, a Bethesda também organiza vários torneios oficiais que são jogados pelos participantes do BYOC, que não necessariamente são jogadores profissionais. Isso deixa ainda mais evidente o “clima de LAN house” do espaço: ninguém ali é particularmente genial nos games, mas todos estão se divertindo, nem que seja torcendo para alguém que foi responsável por sua eliminação.
Em minhas impressões, essa é a área que representa da melhor maneira possível qual é o espírito da QuakeCon 2019. Sim, todo mundo quer saber novidades e jogar games novos. Mas, mais importante do que isso, todo mundo vem aqui para se divertir, encontrar amigos e se sentir como uma parte integral de uma comunidade saudável que tem os games como ponte para sua união.
O Voxel viajou à QuakeCon 2019 a convite da Bethesda
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