Primeiras impressões: WatchDogs Legion - Surpresas em gameplay cativante

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Na última quinta-feira (09), o Voxel foi convidado pela Ubisoft Brasil para jogar Assassin’s Creed Valhalla  e Watch Dogs Legion, que apesar de não estar tão em evidência quanto seu colega viking, tem potencial para roubar a cena quando for lançado em 27 de outubro deste ano. 

Pouco se viu de Watch Dogs Legion, diferente do que aconteceu com Valhalla, ele não teve um vazamento tão substancial assim para que conclusões pudessem ser tiradas, por isso essa gameplay que fomos convidados veio em ótima hora! Jogamos três horas do game e trazemos aqui as nossas primeiras impressões do que, se tudo continuar assim, será o melhor game da franquia. 

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Antes de começarmos é bom explicar direitinho as condições que jogamos o game. Bem, jogamos no estilo “Stadia”. A Ubisoft preparou-se muito bem para o evento, utilizando servidores do serviço Parsec em São Paulo para que pudéssemos jogar o game sem precisarmos  nos deslocar nesses tempos de quarentena. 

Portanto, a imprensa e influenciadores puderam jogar de seus próprios PCs do conforto de suas casas. Eu posso dizer  que a experiência foi bem interessante, o game rodou muito bem, sem engasgos, delays nos comandos ou problemas de conexão em nenhum momento. Mas vamos ao que interessa: Watch Dogs Legion. 

O que é Watch Dogs Legion?

Vamos começar falando um pouquinho sobre o que está acontecendo em Watch Dogs Legion. O jogador, assim como como nos games anteriores, vai fazer parte de um grupo conhecido como Dedsec, que durante a primeira missão do game descobre-se que foi incriminada por um ataque a Londres e a partir daí, tudo vai pras cucuias. A capital inglesa, tomada pelo medo e o excesso de cuidado é levada a um estado de governo autoritário, em que tudo é vigiado pela S.I.R.S. um tipo de união de agências de inteligência britânica. 

Para “ajudar”, o governo contrata uma corporação militar privada para  “proteger” os cidadãos de bem que aceitam trocar sua liberdade pessoal por uma falsa sensação de segurança. Parece mesmo uma boa ideia, não? 

Além disso, por conta dessa loucura toda começaram a surgir alguns sindicatos do crime, uma galera que lida com atividades verdadeiramente sinistras, como comércio de órgãos na dark web e tráfico de pessoas, armas e drogas.

Watch Dogs Legion é mais do mesmo?

A primeira coisa que você pode se perguntar quando tentar tomar a decisão de jogar ou não Watch Dogs Legion é: será que é só mais do mesmo? Bem, ele continua com aquela pegada de mundo aberto estilão Ubisoft, em que você tem um mapa gigantesco para explorar e vai liberando a visão conforme visita os locais. 

Nesse quesito, ele repete a fórmula, mas a enriquece colocando elementos muito mais interessantes do que simplesmente hackear um carro e fazer ele se mover para frente ou para trás. Diferente dos games anteriores, aqui você não vai controlar apenas um hacker habilidoso com um um complexo de justiceiro social, em Watch Dogs Legion, você é todo mundo. Sabe no GTA V, quando você simplesmente troca do Trevor para o Michael, ou do Michael para o Franklin? Então, em Legion é assim também, mas em uma escala BEM maior.

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Como parte da Dedsec, seu trabalho, além de limpar o nome da organização e descobrir o que realmente aconteceu e quem está por trás dos ataques, será recrutar o máximo de novos membros possível. Mas não qualquer pessoa, só aqueles que têm realmente as habilidades necessárias para ajudar.

O jogador pode recrutar para o grupo até 40 personagens diferentes e cada um tem sua história pessoal, sua personalidade e skills. Vamos dizer que você está em uma missão e acaba sendo preso, e agora? Seria bem útil se você tivesse um bom advogado para dar aquele jeitinho, certo? Pois é, isso é possível se você tiver recrutado um anteriormente. 

Seu jogo, seu jeito: Uma gameplay diferente para cada jogador

Vou dar um exemplo prático aqui, em determinado momento do jogo eu queria recrutar um médico, afinal, qual grupo de revolucionários está completo sem alguém para consertar alguns ossos quebrados, não é? Então parti nessa busca. 

Como dito anteriormente, você pode recrutar qualquer um, pelo menos qualquer um que goste da Dedsec, ao ver a galera na rua você pode segurar um botão (RB ou R1) para ver seus pontos positivos e negativos, por exemplo, vamos falar do nosso amigo Ray Robinson da foto abaixo: 

Como podemos ver em seus status, ele é um advogado (Barrister) sua habilidade é dar um jeitinho para tirar outros membros do grupo da cadeia. O que é bem útil, entretanto, como um personagem jogável, ele não é lá tão interessante, pois ele tem uma desvantagem: Low Mobility, quer dizer, ele tem uma movimentação ruim, ele não sabe usar cover e nem é lá um grande corredor. Vale a pena ter ele no seu grupo? A escolha é totalmente sua.

Ahhh mas um pouco em seguida encontramos uma candidata interessante para jogar. 

A senhorita Rosemary Bailey parece ser uma opção melhor no caso de eu precisar de alguém para cair na porrada. Ela já vem equipada com uma granada de fumaça, um bastão reforçado - Vai que as coisas fiquem sinistras - e uma bandana que a deixa imune a bombas de gás. Isso sem contar sua habilidade especial, ela causa dano extra a membros de uma facção criminosa específica. 

É aqui que Watch Dogs Legion brilha, dar ao jogador a possibilidade de montar sua própria equipe a lá “Onze Homens e um Segredo”. Para localizar boas opções de recrutas, uma boa ideia é abrir o mapa e procurar por uns ícones verdes. Eles mostram pessoas com um bom potencial para seu grupo.

Mas, não pense que vai ser simples. Não é só chegar no brother e perguntar: “e aí? tá afim de entrar para um grupo de hackers justiceiros e tocar o terror nas autoridades”. Bom, seria o suficiente para ME recrutar, mas para essa galera, você terá que cumprir uns favores. 

Pelo que joguei, não deu para ver se existe uma boa variedade dessas missões de recrutamento, as que fiz achei bem interessantes - não eram só um pegue um item A e leve para um ponto B, elas tinham uma certa personalidade e combinavam com o personagem que eu estava tentando recrutar. 

O que me faz voltar ao momento que resolvi recrutar um médico para o meu grupo. Bem, depois de um tempinho procurando pela bela Londres, encontrei Asha Rai, que além de ser médica, ainda tinha seu próprio veículo - JACKPOT.

Ali onde diz, “Uniform Access” quer dizer que Asha, usando seu uniforme, poderia entrar em locais onde outros personagens não poderiam sem levantar suspeitas. O que é outra vantagem interessante. Então, me aproximei para ver se ela se interessava em se juntar a causa. 

Para minha surpresa, ela me passou uma missão bem interessante com uma história até que bem profunda para uma simples sidequest. Ela estava envolvida com uma galera meio tensa, e como ela tem problemas com jogo, acabou fazendo uma certa dívida complicada de pagar, e passou a traficar algumas drogas para eles para compensar, mas mesmo depois de ter “pago” essa dívida, eles continuaram a exigir mais drogas. Mas não foi ela que simplesmente me contou isso, precisei descobrir a verdade com uma amiga dela e aí sim confrontá-la. 

Pode parecer meio bobo, mas esse tipo de complexidade em uma sidequest, que pode ser que você nem explore no game, se não encontrar Asha, é bem legal, e mostra o comprometimento da equipe de criação na hora de fazer o game e tentar não torná-lo enfadonho. 

Todo esse negócio de ter tantos personagens diferentes para jogar me gerou uma dúvida: Beleza, esse é meu game, eu entro em uma cutscene, eu estou com esse personagem que fala dessa tal maneira e age dessa tal forma, mas e os outros jogadores? Provavelmente, eles não vão estar com esse mesmo personagem, nessa mesma hora, fazendo essa mesma missão. Será que vai ter uma cutscene diferente para cada um desses personagens?

Minha dúvida foi sanada, após uma entrevista com Clint Hocking, diretor criativo de Watch Dogs Legion. Tive a oportunidade de conversar com ele sobre essa questão, e para a minha surpresa ele me confirmou que os personagens tem sim linhas de diálogos diferentes dependendo da personalidade, habilidades e história deles no game, e que essa foi uma das coisas mais difíceis de fazer no desenvolvimento do jogo. 

Uma Londres linda, enorme, futurista e interessante

Jogando em um PC, com tudo no ultra e com uma placa de ponta, a GeForce RTX 2080 e com o Ray Tracing ativado, o que eu vi foi uma Londres extremamente bela, com uma iluminação do sol que realmente parecia natural, e não daquelas que parecem que ligaram uma lâmpada incandescente na sua cara, e reflexos nas poças de chuva e na fuselagem dos carros que realmente davam um toque especial. 

Quando lembramos que ainda é um trabalho em progresso que poderemos ver mais polimento em uma versão final parece que temos um potencial muito bom aqui. Talvez arrumar algumas arestas, como as bordas dos modelos dos personagens que parecem meio quadrados se analisarmos de perto. 

Quer um exemplo? da uma olhada principalmente na boina do soldado abaixo. É claro que estou sendo BEM EXIGENTE AQUI, mas estamos falando de um game que terá versões para a próxima geração, então quero ser chato mesmo nesse ponto.  

E fiquei até contente com as expressões faciais que é sempre uma coisa complicada de se fazer, ainda não são um primor, mas pelo menos não parecem falsas ou forçadas demais. 

A primeira impressão é a que fica? Espero que sim

Apesar de ainda ter achado a movimentação um pouco “dura”, ou melhor, não tão fluida quanto outros de tiro em terceira pessoa que temos atualmente, Watch Dogs Legion me agradou muito mais do que seus antecessores. Primeiro, por parecer não estar cometendo o erro de seu primeiro game: fazer propaganda pesada de coisas que ele não oferece… não é senhor Aiden Pearce? 

Segundo, que apesar de ele ainda não estar pronto, presenciei poucos bugs, um ou outro personagem voando, ou em cima de coisas que não faziam sentido, o que me traz esperanças de um jogo bem acabado quando for entregue ao público. 

Terceiro e talvez mais importante: finalmente o sistema de direção faz mais sentido. Se no final das contas, a primeira impressão for aquela que fica, Watch Dogs Legion tem um ótimo potencial, e não deveria ser encoberto pelo seu irmão de desenvolvedora, Assassin’s Creed Valhalla. 

 

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