Alguns gostam de sentir medo e adoram jogar games de terror. Outros amam passar raiva, esses são apaixonados pelo estilo Soulslike. O sub gênero de RPG criado pela desenvolvedora japonesa FromSoftware fez com que os jogadores ficassem acostumados com uma determinada frase: “you died” ou você morreu, em nossas terras tupiniquins.
Não é segredo que esses jogos da desenvolvedora são amados por muitos e odiados por muitos outros por conta da sua dificuldade impiedosa. Vocês votaram e aqui está o do Pior ao Melhor dos Soulslike da FromSoftware. Aqui estão nossos critérios, prestem bastante atenção:
As notas apresentadas são baseadas nos agregadores de notas Metacritic. Se o título foi lançado para mais de uma plataforma inicialmente, pegamos as notas de cada uma das versões e fizemos uma média aritmética.
Nós consideramos somente as versões originais dos jogos, ou seja, nada de edições remasterizadas ou coisa do tipo
Se você tem uma opinião diferente, só deixar sua lista aí nos comentários que iremos ler tudo. Confiram também a versão em vídeo logo abaixo:
5° lugar - Dark Souls III - 88,3 (PS4, Xbox One, PC)
Você percebe que o bagulho tá louco quando o último da lista tem 88,3 de nota. Estou falando de Dark Souls 3, lançado em 2016, que é o último jogo da série Souls, isso até agora. Seu desenvolvimento começou na metade de 2013, antes do lançamento de seu antecessor, e ele foi feito simultaneamente com Bloodborne, mas por equipes diferentes.
Assim como a maioria dos jogos que vamos falar aqui, a história é contada de forma bem vaga. Informações sobre o que está acontecendo naquele mundo são obtidas através de conversas com NPCs, descrição de itens e no design dos ambientes.
Com isso, o diretor Hidetaka Miyazaki, que esteve no comando em quase todos os títulos que vamos mostrar aqui, disse que não há uma história exata e que encorajava os jogadores a explorarem o mundo e a tentarem entender o plot. Em comparação com seu antecessor, o combate e a movimentação está bem mais fluida, o que possibilita um maior número de ataques em pouco tempo. Ele tem menos mapas que Dark Souls 2, mas eles são maiores e mais detalhados. Além do jogo base, duas expansões foram lançadas entre 2016 e 2017, chamadas de Ashes of Ariandel e The Ringed City.
A crítica adorou ele, elogiando o visual e as mecânicas de combate, que foram comparadas com as de Bloodborne. Alguns disseram que ele tem algumas das melhores batalhas contra chefes de qualquer jogo do gênero e ainda recebeu elogios como fabuloso, essencial e uma incrível conclusão para a série.
Ainda assim, houveram algumas críticas relacionadas a performance do jogo, aos mapas lineares e até do lançamento do game no ocidente. Mesmo estando na lanterninha, ele foi um sucesso e é descrito por muitos como um jogo essencial dessa geração que está chegando ao fim.
4° lugar - Demon Souls - 89 (PS3)
E temos um empate em 4 lugar. Considerado um sucessor espiritual da série King’s Field, Demon's Souls chegou exclusivamente ao PS3 em 2009. O game nasceu de uma parceria entre a FromSoftware e a SCE Japan Studio, da Sony, que foi quem propôs o projeto.
Miyazaki, que tinha trabalhado em outros games da empresa como programador e diretor, usou King’s Field como inspiração, principalmente em relação ao tom mais escuro e a alta dificuldade, para criar uma gameplay desafiadora com um mundo de fantasia medieval tenebroso e hardcore que lembrasse clássicos RPGs. Mesmo que o título tenha muitos elementos parecidos com games como Bushido Blade e Monster Hunter, Miyazaki disse que não se inspirou em nenhum jogo específico, a não ser o citado anteriormente.
O modo online de cooperação ou invasão de mundos alheios já estava disponível desde este game e teve inspiração na experiência do diretor em dirigir em encostas após grandes nevascas. A ideia dele era desenvolver um senso de cooperação silencioso em meio a adversidades - loucura total.
Um dos produtores do game disse que a equipe se focou na gameplay, dando menos foco à narrativa. Mesmo que o título tenha sido desenvolvido desde o começo para ter uma alta dificuldade, isso foi mantido em segredo da Sony até seu lançamento para que a publisher não tentasse diminuí-la e assim tornar o game mais acessível.
O jogo foi aclamado, mas nem todo mundo gostou. Enquanto um dos redatores da Famitsu deu nota 9, dizendo que ele é um game que você aprende enquanto perde, outra que deu 6 disse que ele não é pra todo mundo. Sua alta dificuldade foi elogiada e foi descrita como justa, que é a grande chave para esse aspecto do gênero. Muitos descreveram sua gameplay como inovadora, inesquecível e classificaram ele como um dos melhores JRPGs dessa geração. Outro destaque foi a trilha sonora, composta por Shunsuke Kida, que combinou perfeitamente com a ambientação do game. Sua nota foi de 89.
4° lugar (empate) - Dark Souls - 89 (PS3, Xbox 360)
Dark Souls foi lançado em 2011 como um sucessor espiritual de seu antecessor, Demon’s Souls. Muitas mecânicas dele foram mantidas enquanto outras foram modificadas e adicionadas. Como os direitos autorais de Demon são da Sony e o novo jogo seria distribuído pela Bandai Namco, a FromSoftware foi impedida de fazer uma sequência, criando assim um novo game que, mesmo mantendo a estrutura de gameplay, muitas coisas foram alteradas para torná-lo original.
Entre as diferenças, então o mapa conectado, os personagens, o universo, a história e o sistema de humanidade. Entre as inspirações gerais que Miyazaki teve estão o mangá Berserk, as mitologias japonesa e grega, o existencialismo francês, trabalhos de Friedrich Nietzsche e arquiteturas como o Castelo de Chambord e a Catedral de Milão. Entre os mais memoráveis bosses do jogo estão Capra Demon, Great Grey Wolf Sif, Knight Artorias e a duplinha da pesada Ornstein e Smough. O jogo foi elogiado pela sua dificuldade, pelo seu mapa e seus poderosos inimigos.
O sistema online de invasão e a satisfação depois de derrotar um boss muito difícil foram destaques para alguns analistas. Assim como em Demon Souls, muitos comentaram sobre a dificuldade, já que se trata de um sistema punitivo e não injusto. Isso faria com que jogadores casuais tivessem dificuldade para avançar enquanto entusiastas cairiam de cabeça.
A versão de PC sofreu bastante com críticas relacionadas a performance. Travado a 30 quadros, resolução não ajustável, péssimos controles por mouse e teclado, mas ainda assim recebeu críticas bem positivas. Assim como Demon’s Souls, Dark Souls ficou com 89 de nota.
3° lugar - Sekiro: Shadows Die Twice - 89,6 (PS4, Xbox One, PC)
O mais recente jogo da lista, Sekiro: Shadows Die Twice, lançado em 2019, provavelmente é o game que mais modificou a fórmula Soulslike. Dessa vez, o protagonista não é um personagem criado pelo jogador. Sekiro, ou Lobo, é um guerreiro shinobi de um braço só que deve proteger o garoto Kuro, último membro de uma antiga linhagem, que está sendo caçado por diversas pessoas perigosas.
Além de retirar a criação de personagem, o modo online também foi removido. Em contrapartida, sua gameplay é a mais rápida da série toda, ele possui uma exploração mais vertical, e foram adicionados alguns elementos de stealth e um sistema de reviver no local em que foi morto em vez de retornar para o último checkpoint. Claro que isso é bem limitado, não dá pra ficar usando no modo loucura. Seu desenvolvimento começou em 2015, logo após a finalização da DLC de Bloodborne.
Tenchu foi uma das inspirações do jogo, isso por misturar ação, stealth e shinobis. O multiplayer foi retirado pois eles acreditaram que traria limitações que a desenvolvedora queria evitar. Inicialmente, Shadows Die Twice era pra ser só um slogan para o teaser do game, mas a Activision, que distribuiu o jogo mundialmente, pediu para manter isso como parte do nome.
Mesmo se passando no período Sengoku da história japonesa, ele não tem nenhum local ou personagem histórico. O jogo foi um sucesso, sendo elogiado pelas mudanças no combate e a variedade do mesmo. Isso também vale pro sistema de reviver, as opções de stealth e a verticalidade dos ambientes.
A falta do multiplayer desagradou um pouco e a dificuldade mais uma vez foi alvo de crítica por alguns analistas, que diziam estar mais frustrados que qualquer outra coisa. Ele acabou ganhando diversos prêmios, entre eles o de Jogo do Ano no The Game Awards 2019. No fim, ele ficou em terceiro lugar com 89,6 de nota.
2° lugar - Dark Souls II - 91 (PS3, Xbox 360, PC)
Lançado em 2014, Dark Souls II é o único jogo dessa lista que não foi dirigido por Hidetaka Miyazaki, que trabalhou como supervisor. Logo após o lançamento da edição Prepare to Die do primeiro game, em 2012, a Sony chegou com uma proposta para a FromSoftware para as duas empresas trabalharem juntas em um novo título, que viria a ser Bloodborne.
Com isso, Miyazaki não conseguiu dirigir tanto ele quanto Dark Souls 2, que estavam sendo produzidos ao mesmo tempo, deixando o cargo para Tomohiro Shibuya e Yui Tanimura. Os dois afirmaram que não queriam fazer grandes alterações à fórmula do game, mantendo quase todas as mecânicas conhecidas pelos jogadores, mas trouxeram um mundo totalmente inédito cheio de armas diferentes para batalhar os grandes monstros presentes.
Em questão de enredo, ele não tem nenhum tipo de ligação com o primeiro jogo e a história é contada da mesma forma que os games lançados antes dele: conversa com NPCs, descrição de itens e o ambiente em si. O multiplayer também não possui muitas diferenças, mas agora usa servidores dedicados.
A grande mudança foi o motor gráfico mais poderoso e uma inteligência artificial mais avançada, que deixou o jogo ainda mais aterrorizante e perigoso. Mesmo ele não sendo uns dos favoritos por parte dos fãs, ele foi muito bem entre os críticos. A atmosfera e os visuais foram destaque, isso pelo grande avanço em comparação com seus antecessores.
Seu multiplayer e o modo New Gameplay também foram elogiados, mas alguns críticos acharam que a dificuldade, que aumentou ainda mais nesse título, foi feita assim só pra se dizer desafiador, quando na verdade tornou ele tedioso em muitos momentos. Sua nota foi de 91 e ele quase pegou o topo da lista.
1° lugar - Bloodborne - 92 (PS4)
Dark Souls 2 só não pegou o topo pois não conseguiu superar Bloodborne, exclusivo de PS4, lançado em 2015. Deixando o mundo medieval de lado, o game é ambientado em uma cidade gótica com um estilo Vitoriano bem claro. Os habitantes desse local, chamado Yharnam, foram atingidos por uma praga que é transmitida através do sangue.
O protagonista, chamado de caçador, vai explorar a misteriosa cidade enfrentando bestas e seres cósmicos. Sua jogabilidade é bem mais rápida que a de Dark Souls, mesmo que seja mais lenta que a de Sekiro, lançado posteriormente. Dois outros diferenciais na gameplay foram o uso de armas de fogo como arma secundária e o ataque visceral, que pode ser executado logo após um parry com tiro.
Quando o acordo entre a FromSoftware e a Sony foi firmado, Miyazaki demonstrou interesse em desenvolver o jogo para a oitava geração de consoles, então o título foi produzido desde o início para ser lançado para o novo console da empresa. Algumas das inspirações para o game foram as arquiteturas românicas e tchecas e as obras dos autores Bram Stoker e H. P. Lovecraft.
Esse último, inclusive é um autor que Miyazaki é muito fã e pensou no game como se fizesse parte do universo das história dele. A trilha sonora foi feita em parceria entre compositores japoneses e ocidentais. Ela tem mais de 80 minutos de duração e contou com uma orquestra com 65 músicos e um coro com 32 membros. Não é mistério pra ninguém que ele foi aclamado pela mídia e pelo público. Na sua primeira semana, ele vendeu mais de 150 mil cópias físicas no Japão.
Um mês depois, 1 milhão de cópias já tinham sido comercializadas. As vendas foram tão boas que superaram as expectativas da Sony. Agora, vamos para os críticos. Os aspectos visuais, a ambientação aterrorizante e a trilha sonora arrepiante impressionaram muito, o que também aconteceu com as boss battles, o combate mais rápido e as armas corpo-a-corpo de duas fases.
Alguns ainda comentaram sobre o fator replay e do multiplayer, que estendem a vida útil do game bastante. Para muitos, esse jogo é o melhor do gênero até hoje, tanto que está aqui no topo da lista. Com tudo isso dito, sua nota foi de 92. E se não gostou, sabe o que fazer: GIT GUD.
Qual o boss mais difícil? Magia ou porrada? Já quebrou algum controle enquanto jogava? Coloque aí embaixo que nós vamos ler tudo.
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