Conforme a indústria de games crescia e ganhava mais adeptos, as empresas precisaram apresentar novidades não apenas no hardware, mas também no software. E essa lição a Sony aprendeu nos quase oito anos de vida do PlayStation 3: apesar de algumas conquistas no PSOne e PS2, foi a geração do PS3, sem dúvidas, que trouxe o maior e mais bem avaliado catálogo de games distribuídos com exclusividade pela companhia japonesa.
Desde então, essa tem sido uma das principais características que colocam as plataformas PlayStation entre as mais populares do mercado, principalmente entre os jogadores que procuram por títulos que não estão disponíveis em outros aparelhos. Pensando nisso, separamos alguns jogos icônicos que fazem parte a história dos consoles da Sony. Confira nosso especial completo.
Uma observação: para esta lista, escolhemos apenas os games que até hoje continuam exclusivos nos consoles PlayStation. Títulos que posteriormente foram lançados para outros dispositivos não foram inclusos. Vamos lá:
Journey (PS4, PS3)
Pode-se dizer que Journey serviu como catalisador para que grandes empresas dessem mais espaço e investimento a jogos independentes. E não é para menos: o título não tem nenhum combate, nem personagens, nem uma história rica em detalhes. Mesmo assim, Journey é uma experiência absorvida de diferentes formas pelos jogadores, algo até inexplicável de colocar em palavras.
Você começa no meio de um deserto e vê uma luz no topo de uma montanha distante. Por alguma razão, você sabe que seu único objetivo é chegar lá, e aí começa a jornada. Pelo cenário, você pode se deparar com ruínas misteriosas de uma antiga civilização, coletar pedaços de pano que magicamente se juntam ao seu cachecol ou ainda encontrar outros viajantes que também estão indo rumo ao topo daquela montanha.
Seja sozinho ou acompanhado por outro player, Journey pode ter entre 1h ou 2h30 de duração. Mas vá por mim: são as horas que você melhor pode investir em um jogo de video game.
The Last of Us (PS4, PS3)
Além de Uncharted, a Naughty Dog é responsável por outro game que já figura entre os mais comentados da última década. O cenário é o mesmo de tantos outros títulos: a humanidade quase é extinta devido a um vírus que, repentinamente, trouxe o caos à Terra. A questão é que os principais inimigos não são os "zumbis" – os chamados clickers –, mas sim os próprios personagens humanos, que há anos têm de lidar com as perdas de um apocalipse que, ao que tudo indica, nunca terá fim. Um furacão de emoções ao lado de Joel e Ellie.
Shadow of the Colossus (PS3, PS2)
Sucessor espiritual de Ico, Shadow of the Colossus foi outro grande título que marcou a geração do PlayStaton 2. A aventura começa quando um jovem chamado Wander atravessa um enorme campo na tentativa de salvar Mono, uma garota morta por supostamente carregar uma maldição. Na tentativa de ressuscitá-la, o rapaz e seu cavalo Agro devem eliminar um total de 16 criaturas colossais para completar um ritual.
Shadow of the Colossus é uma aventura de fantasia que encanta em todos os aspectos, desde os colossos inspirados em animais do mundo real até o fator de exploração do game, ambientado em regiões bem mais amplas que Ico. Uma aventura artística e incomparável.
Demon's Souls (PS3)
Considerando que os jogos estavam se tornando "fáceis demais", a From Software apostou no contrário: elevar ao máximo possível a dificuldade, mesmo em adversários menores, sem ter piedade dos jogadores. Foi assim que o estúdio lançou Demon's Souls, o primeiro da chamada "série Souls", que criou um gênero que foge de mecânicas pré-estabelecidas e obriga os players a estudarem o movimento de cada inimigo se não quiserem ser mortos com apenas um golpe. Aqui, a maior recompensa é conseguir terminar o game sem ter morrido ao menos uma vez (impossível, sim).
Bloodborne (PS4)
E por falar na franquia "Souls", tamanha foi a surpresa quando a Sony revelou Bloodborne, uma produção ambientada fora do universo Souls que mantém suas mecânicas gerais, mas introduz um novo sistema de esquiva e contra-ataque.
Também é inédita a ambientação do título: inspirada nas histórias de HP Lovecraft, a trama é centrada na cidade gótica de Yharnam, cujos habitantes enlouqueceram ou foram transformados em criaturas bestiais.
Isso é só o pontapé inicial para dezenas de segredos que compõe um dos lores mais completos já feitos para um jogo de videogame. E agora que já faz mais de dois anos desde o lançamento de Bloodborne, quem sabe não é hora para anunciarem uma sequência?
Uncharted 2: Among Thieves (PS4, PS3)
Uncharted 4: A Thief's End é um jogo excepcional, mas o ápice da série foi na primeira sequência do título, que apresentou ao mundo o caçador de recompensas Nathan Drake. Among Thieves mescla um gameplay fluido com a ação eletrizante da franquia, sem deixar de lado os personagens que, embora não tenham um desenvolvimento maior ao longo da trama, conseguem nos cativar do começo ao fim. Uma jornada essencial para donos de consoles PlayStation.
God of War 2 (PS3, PS2)
God of War 3 foi um game de proporções épicas. Nos primeiros dez minutos, você já enfrenta ninguém menos que Poseidon, e os encontros com os demais deuses do Olimpo seguem essa linha de "exagero". No entanto, é o segundo jogo da série que apresenta um equilíbrio maior entre combate e narrativa, com Kratos atravessando por vários elementos da mitologia grega na tentativa de reverter um passado do qual ele mesmo foi o responsável. É uma aventura indispensável para qualquer fã de hack'n'slash.
Horizon: Zero Dawn (PS4)
A série Killzone sempre foi tida como a aposta da Sony nos jogos de tiro em primeira pessoa. É uma franquia com bons games, mas nada muito marcante se comparado a rivais como Battlefield e Call of Duty – que também têm seus altos e baixos, mas são consolidados no gênero FPS. Foi então que a Guerrilla decidiu ir por um caminho diferente: criar uma nova IP que conseguiu aliar uma trama cheia de detalhes a a gigantescos cenários pós-apocalípticos.
O resultado é Horizon: Zero Dawn, um RPG de mundo aberto com uma intrigante mitologia, uma icônica protagonista feminina e ótimas mecânicas de combate.
Puppeteer (PS3)
Um dos poucos títulos de plataforma para PlayStation, Puppeteer acontece em uma peça de teatro. Nela, conhecemos Kutaro, um garoto que teve sua alma roubada pelo vilão Rei Urso, que a aprisionou num fantoche. Como se não bastasse, o tirano arrancou a cabeça do menino, agora transformado em boneco, e jogou seu corpo no meio de um castelo cheio de perigos e desafios.
O que acontece a partir daí é uma aventura cativante que levará Kutaro aos locais mais secretos da Lua da Terra, onde se passa a trama. Você acompanha todos esses eventos como se fosse um espectador, com as reações da plateia para cada movimento tomado durante o jogo – justamente para dar a impressão de que estamos assistindo a um clássico infantil. Puppeteer é uma grata surpresa que vai fazer você sorrir do começo ao fim.
Heavy Rain (PS4, PS3)
O PS3 se consolidou como uma das gerações de consoles com o maior (e talvez melhor) catálogo de exclusivos da família PlayStation. E na lista não pode faltar Heavy Rain, que conecta os quatro personagens principais ao Origami Killer, um assassino em série que mata suas vítimas durante períodos de chuva intensa – daí o nome ao título. Tudo isso através de uma mecânica de diálogos que influencia do começo ao fim os rumos da história. O game conta com um roteiro impecável e produção hollywoodiana, e por isso figura como um dos jogos mais marcantes para PlayStation.
Until Dawn (PS4)
Previsto originalmente como um jogo de PS3, Until Dawn teve um desenvolvimento conturbado, com rumores dizendo que o título até poderia ser cancelado. Felizmente, o game chegou ao PS4 com uma sinopse digna de alguns filmes de terror: um grupo de adolescentes é convidado a passar alguns dias na propriedade de um amigo, localizada numa região montanhosa e afastada da cidade. As coisas começam a dar errado quando os jovens, um a um, são mortos por um misterioso assassino.
Por mais clichê que pareça, Until Dawn trouxe várias reviravoltas dentro de uma experiência cinematográfica que em muitos aspectos lembra as produções da Quantic Dream por considerar cada decisão tomada pelo jogador ao longo da trama – com direito a finais diferentes. Sem contar no elenco de estrelas que emprestaram seus rostos e vozes aos personagens do game, incluindo Hayden Panettiere, da série "Heroes", e Rami Malek, de "Mr. Robot", entre outros.
The Last Guardian(PS4)
Foram quase dez anos de espera. E depois de idas e vindas, problemas no desenvolvimento e mudanças de plataforma, o projeto mais recente de Fumito Ueda finalmente foi lançado em dezembro de 2016.
The Last Guardian pode não ter cenas grandiosas como as de Uncharted ou o complexo gameplay de Bloodborne e Horizon: Zero Dawn, mas seu trunfo está na empatia criada pelo jogador para com um jovem garoto e uma enorme criatura chamada Trico. Você se importa com ambos e quer descobrir como os dois foram parar ali enquanto tenta encontrar referências a Ico e Shadow of the Colossus, também produzidos por Ueda.
Talvez a expectativa em torno do título tenha sido muito maior do que ele realmente é. Contudo, The Last Guardian traz uma experiência única, emocionante e que vale sua atenção.
Ratchet & Clank (PS4)
É claro que dois dos mascotes mais queridos da Sony não iriam ficar de fora da lista. Aqui, vale destacar o excelente trabalho da Insomniac Games no que seria uma reimaginação do Ratchet & Clank original, lançado há 15 anos no PlayStation 2, só que agora em versão para o PS4. Trata-se de uma aventura plataforma com humor na medida certa, belos visuais e um gameplay que, mesmo contendo elementos do primeiro jogo da série, recebeu melhorias refinadas para os tempos atuais.
Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots (PS3)
Seguindo a linha cronológica da série – e sem contar Metal Gear Rising: Revengeance –, Guns of the Patriots marca o final da saga criada por Hideo Kojima há 30 anos. Não há grandes mudanças quanto ao gameplay: o que realmente importa é a narrativa contada em diversas sequências ao longo do jogo, como se fosse um filme, mesmo que praticamente metade do game sejam apenas de cutscenes. Metal Gear Solid 4 também reúne um grande elenco que fez parte da história da franquia, incluindo velhos amigos e inimigos de Solid Snake, em sua missão mais ambiciosa. Na verdade, toda a saga Metal Gear Solid, proeminente na família PlayStation, é válida aqui.
Kingdom Hearts II (PS4, PS3, PS2)
À primeira vista, parece uma proposta um tanto mirabolante reunir personagens (quase) maduros de Final Fantasy com alguns dos símbolos mais amigáveis da Disney. A Square Enix apostou nessa ideia, e assim nasceu Kingdom Hearts. Mas foi apenas no segundo game que a franquia se consolidou como um dos melhores crossovers já feitos, seja pelos combates contra chefões super elaborados ou pelo carisma dos protagonistas em uma reunião improvável.
Uncharted 4: A Thief's End (PS4)
A última aventura protagonizada por Nathan Drake é também a mais intensa; não no quesito gameplay, que basicamente se mantém o mesmo desde o primeiro Uncharted. Mas sim porque eleva ao extremo o quanto os personagens da série conseguem conquistar o jogador com histórias que focam, na maior parte do tempo, nas relações humanas entre o protagonista e seus entes queridos. É por isso que a ação, embora tenha os elementos cinematográficos que caracterizam a série, fica em segundo plano. Um encerramento mais que digno para o caçador de recompensas mais famoso da família PlayStation.
Ico (PS3, PS2)
Primeiro grande projeto de Fumito Ueda na indústria dos games, Ico apresentou uma proposta minimalista frente aos títulos de ação que surgiram na época. E, novamente, são as emoções expostas pelos personagens que fazem desse jogo uma obra-prima disponível no PlayStation. Você controla Ico, um garoto que percebe estar preso em um castelo até conhecer a Princesa Yorda, uma misteriosa garota cega que se comunica apenas através de gestos, já que sua linguagem é incompreensível. Ao longo da história, surge uma pura amizade entre os dois, que devem escapar de inúmeros perigos.
E você, que favoritos tem?
Uma lista assim é sempre capciosa, pois eventualmente faltam títulos. Além disso, a matéria tem caráter opinativo. Sabemos que a família PlayStation é, tradicionalmente, um reduto de indies, muitos deles exclusivos da marca. Desde o primeiro PlayStation, tivemos uma AVALANCHE de jogos, não é mesmo? Só no PS1, ah, que era saudosa...Dino Crisis, Crash, Tenchu, os Final Fantasy...enfim, são eras diferentes de jogos que se eternizaram ao longo da história.
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