O acordo assinado entre o presidente americano Donald Trump e o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, parece que não livrou a cara da Huawei: a gigante chinesa, duas subsidiárias em solo americano e mais a CFO Meng Wanzhou (filha do fundador Ren Zhengfei e cuja extradição está sendo pedida ao Canadá, onde ela está presa) estão sendo formalmente acusados pelo governo de roubo de propriedade intelectual, fraude financeira e extorsão.
Segundo o Departamento de Justiça, “foram acrescentadas às 16 acusações do processo original [de 2019] alegações de conspiração para roubar segredos comerciais, decorrente da suposta prática de longa data da empresa de usar fraude para roubar tecnologia sofisticada de contrapartes americanas".
Constam do processo seis empresas dos EUA (não identificadas) que teriam sido alvo de furto de propriedade intelectual (incluindo código fonte, sistemas de antena, violação de acordos de confidencialidade, suborno de funcionários e muito mais) por parte da gigante chinesa e suas subsidiárias em solo americano.
“A Huawei supostamente instituiu um programa de bônus para recompensar funcionários que obtivessem informações confidenciais de concorrentes", informaram em nota os procuradores.
Briga além fronteiras
Outros países também se viram segurando palmeiras no meio da tormenta: são citados os governos do Irã e da Coreia do Norte, países alvos de sanções americanas e onde a gigante chinesa supostamente estaria operando através de subsidiárias.
Segundo a companhia, novas e antigas alegações não têm nenhum fundamento. “As novas acusações são uma tentativa do Departamento de Justiça de danificar irrevogavelmente a reputação da Huawei e seus negócios por razões relacionadas à concorrência e não à aplicação da lei. O governo americano não vencerá com essas acusações, que provaremos serem infundadas e injustas", afirmou a empresa em comunicado oficial.