As chamadas “análises canário” (ou “canary analysis”) são notificações sobre mudanças em linhas de programação. São muito úteis para realizar testes porque o impacto de alterações é imediato e facilmente reversível, especialmente em ambientes controlados. Empresas como a Google e a Netflix já usam suas próprias ferramentas para isso e agora elas se juntam para lançar a Kayenta, um projeto em código aberto, pronto para ser usado por mais pessoas.
Serviço antes disponível para nichos especializados agora estará disponível para um público mais amplo
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A Kayenta terá integração com o Spinnaker, usado pela plataforma de streaming para entrega contínua de conteúdo de desenvolvimento em diversas nuvens públicas e privadas. As duas juntas podem agilizar o lançamento e a adaptação do produto em diferentes tipos de ambientes. Companhias como a Phillips comemoram essa novidade, porque essa seria uma forma de duas empresas famosas popularizarem um serviço antes disponível para nichos especializados.
O plano é desenvolver a comunidade de ambas e a sala Spinnaker Slack já tem mais de 4 mil participantes. E, com o sucesso das versões gratuitas, pode ser que em breve sejam lançadas versões comerciais, com soluções mais avançadas.
Google e Netflix levaram um ano para lançar a Kayenta
O processo tradicional ainda é feito com a verificação feita pelos programadores, mas isso aumenta as chances de erro humano. E a maioria dos exames automatizados observam falhas óbvias, que não são suficientes quando os códigos são colocados em produção, principalmente em microsserviços que podem interagir de forma inesperada. A “análise canário”, então, torna-se uma mão na roda para resolver isso.
Google e Netflix trabalharam juntas durante um ano para limpar os códigos e torná-los mais acessíveis e modulares
O sistema faz um alerta antecipado para evitar problemas importantes durante a execução de uma atualização em um serviço ou na infraestrutura. À medida que o update é distribuído, um subconjunto de novos usuários (ou servidores ou partes da rede), a “análise canário” verifica se o novo sistema se comporta como deveria — ou ao menos tão bem quanto o antigo. Essa validação acontece constantemente e evita que algo passe batido pelos testes regulares e posteriormente crie problemas em um sistema mais complexo.
Para abrir o código e viabilizar a Kayenta, tanto a Google quanto a Netflix trabalharam para reescrever as partes específicas do serviço de streaming, onde o conjunto crescia de forma bastante orgânica. Isso não significa necessariamente um bom código, então, as empresas levaram um ano limpando o código e tornando-o mais modular.
A Kayenta já está disponível no Github, neste link, e a Google já marcou uma webconferência a respeito — para fazer o cadastro e participar, clique aqui.