Ainda Estou Aqui usou recursos da Lei Rouanet? Entenda falsa polêmica sobre o filme

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Principal esperança do Brasil para levar a estatueta de Melhor Filme Internacional no Oscar de 2025, Ainda Estou Aqui virou alvo de polêmicas nas redes sociais no começo desta semana. Após Fernanda Torres ser premiada por seu papel no longa no Globo de Ouro, diversos perfis começaram a atacar o longa e seu suposto uso de dinheiro resultante da Lei Rouanet.

Os principais críticos ao filme dirigido por Walter Salles têm sido perfis que de identificam com a direita e com o combate contra à dita “cultura woke”. Além de criticar a história, que trata de temas envolvendo a ditadura cívico-militar que começou em 1964 no Brasil, eles afirmam que a produção usou recursos públicos que deveriam ser empregados em obras de infraestrutura.

Ainda Não Estou Aqui não usou incentivos da Lei Rouanet

Uma das mensagens críticas que mais gerou repercussão foi uma que afirma que o longa-metragem tem um “roteiro de fundo de quintal da lei Rouanet” e, por isso, não ganhou o Globo de Ouro de melhor filme. A lei de incentivo também foi citada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que usou sua conta no X para criticar a “volta da indústria das balsas”.

Ainda Estou Aqui foi criado com recursos particulares
Ainda Estou Aqui foi criado com recursos particulares

Em ambos os casos, a citação ao sistema de incentivos é equivocada, visto que Ainda Estou Aqui não foi produzido com recursos públicos. A informação foi confirmada pelo próprio Ministério da Cultura em uma mensagem enviada à Agência Lupa, na qual ele explicou que o filme foi criado com recursos particulares.

“A obra é uma produção brasileira, em regime de coprodução internacional com a França e financiada com recursos próprios”, explicou. Até mesmo por suas características como um longa-metragem, a produção inspirada no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva não poderia se aproveitar da lei de incentivos.

Conforme deixa clara a Lei Rouanet (8.131/1991), filmes com mais de 70 minutos de duração (longas-metragens) não são contemplados com benefícios fiscais — a exceção são os documentários. O programa atende a discos, vídeos, obras cinematográficas de curta e média metragem e filmes documentais, preservação de acervo cinematográfico e outras obras de reprodução videofonográfica e caráter cultural.

Críticas foram alteradas para se direcionar ao filme

Conforme nota reportagem do Terra, o vídeo crítico a Ainda Estou Aqui que foi compartilhado por Jair Bolsonaro é uma versão alterada de outro material que circulava anteriormente pela internet. Em sua versão original, ele não cita a obra de Walter Salles, mas sim “filmes” em geral que consumiriam R$ 18 bilhões em recursos.

Muitos dos que relacionaram erroneamente o longa-metragem à Lei Rouanet torceram para que ele não recebesse qualquer tipo de premiação. O principal incômodo em relação à história parece ser seu tema, que se foca no desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva e da luta de sua mulher, Eunice Paiva, para conseguir respostas.

Cassado em 1964 pela ditadura, o ex-membro do PTB foi preso em 1971, acusado de envolvimento com o guerrilheiro Carlos Lamarca. Relatos indicam que ele foi morto em um quartel general do Rio de Janeiro e, após seu corpo ser enterrado e desenterrado várias vezes, seus restos mortais foram jogados ao mar em 1973.

Ainda Estou Aqui faz parte da lista preliminar do Oscar 2025 para a categoria de Melhor Filme Internacional, que traz um total de 15 longas produzidos em diferentes países. No dia 17 de janeiro, a Academia de Artes e Ciência Cinematográficas vai revelar os cinco concorrentes finais, sendo que o grande vencedor vai ser anunciado no dia 2 de março deste ano.

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