Disney decide sair da TV paga e vai encerrar canais no Brasil em fevereiro
A Disney anunciou nesta terça-feira (3) que decidiu fazer uma grande mudança na maneira como realiza suas operações no Brasil. A partir do dia 28 de fevereiro de 2025, a empresa vai se retirar quase completamente das redes de TV pagas, encerrando a operação de vários canais que já se tornaram tradicionais no país.
Entre as “vítimas” da empresa estão Star Channel, FX, Cinecanal, Nat Geo, Disney Channel e a Baby TV. Quem está segura, ao menos no momento, é a versão nacional da ESPN, cujos diversos canais continuarão sendo disponibilizados para quem investir em planos a cabo — geralmente os mais caros, aos quais a programação esportiva está associada.
Disney vai se focar no streaming
Segundo reportagem do F5, da Folha de S. Paulo, operadoras como a Claro e a Sky já foram informadas da decisão da empresa de encerrar a maioria de suas atividades. Em um comunicado à imprensa, a Disney confirmou a decisão, que atribui ao fato de todos os canais estarem registrando audiências consideradas baixas.
Assim, ela decidiu focar seus esforços na plataforma de streaming Disney+, que vai reunir os conteúdos dos canais a cabo que estão saindo do ar. Embora a programação da ESPN também esteja presente na plataforma, ela não será afetada dada à grande relevância que ainda possui graças à sua oferta forte de eventos ao vivo.
A ESPN oferece acesso a algumas das principais ligas de futebol do mundo, incluir a Premier League inglesa, a La Liga espanhola e a Série A italiana. Além disso, a emissora tem os direitos de esportes como a NFL, alguns jogos selecionados da NBA e de disputas de tênis, corridas automobilísticas e outras ofertas variadas.
"Em resposta às transformações no cenário local de mídia e entretenimento, e para garantir que continuemos a evoluir e atender às necessidades de nossos consumidores com agilidade e inovação, decidimos descontinuar a operação de alguns canais lineares no Brasil a partir de 28 de fevereiro de 2025", afirma a Disney.
"Essa decisão inclui o encerramento dos canais Star Channel, Cinecanal, FX, National Geographic, Disney Channel e Baby TV, sem impactar nossos canais esportivos”. Com o anúncio, a Disney se torna a primeira grande empresa em atuação no mercado nacional que reconhece as mudanças de mercado trazidos pelas plataformas de streaming, que estão ajudando a derrubar a quantidade de assinaturas da TV linear em anos recentes.
Outras grandes ainda não vão seguir o mesmo caminho
Apesar de a decisão da Disney ser emblemática, até o momento ela não representa necessariamente o estabelecimento de uma nova tendência de mercado. Conforme a própria Folha de S. Paulo menciona, companhias como a Warner e a Globo ainda mantêm acordos robustos com as operadoras do segmento e suas apostas em canais lineares.
No entanto, a decisão do conglomerado de mídia certamente deve fazer com que outras empresas ao menos considerem seguir um caminho semelhante. Segundo dados divulgados pelo IBGE em agosto deste ano, em 2023 aproximadamente 25,2% das casas brasileiras possuíam TV por assinatura — uma queda em relação aos 27,7% registrados em 2022.
A diminuição do interesse pela TV linear está ligada principalmente ao aumento de custos e ao desinteresse dos consumidores. O streaming também tem um papel importante nesse sentido, já que sua oferta de conteúdos sob demanda se mostra mais atraente para muitos consumidores — segundo o IBGE, em 2023 havia 31,1 milhões de domicílios com acesso a plataformas da categoria no Brasil.
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