Twisters: a ciência mostrada no filme é baseada na realidade ou é mentira?
O filme Twisters estreou em 2024 trazendo uma história inusitada: a vida de cientistas especialistas em tempestades. Estrelado por Daisy Edgar-Jones e Glen Powell, o longa tem como protagonistas os cientistas Kate e Tyler na busca de uma forma de evitar desastres climáticos.
Twisters, então, nos apresenta à missão de fazer com que tornados tenham sua formação "desmanchada" antes de circular pelas cidades e deixar tudo devastado. A proposta é bastante ousada e, claro, arriscada, e parece impossível tentar sair dessa tarefa com vida.
Você deve estar se perguntando se toda essa ciência apresentada no filme é possível, certo? Chegou a hora de descobrir, então, o quanto o filme Twisters se aproxima da realidade!
A ciência de Twisters existe na vida real?
O filme original Twister, de 1996, e o mais novo Twisters tiveram consultoria profissional para a criação do roteiro e execução. O responsável por guiar a produção do filme é Kevin Kelleher, consultor de tornados que passou grande parte de sua carreira trabalhando em um laboratório de Oklahoma especializado em tempestades severas.
O primeiro filme, do diretor Jan de Bont, tem como foco a implantação de pequenas esferas voadoras em tornados, com o objetivo de entender melhor o DNA deste fenômeno tão devastador. O especialista disse que a ideia até poderia ser verdade, mas na época não existiam microcomputadores que coubessem em pequenas bolas.
Em Twisters, ao contrário do filme original, o plano de dissipar os tornados liberando produtos químicos na corrente de ar não é possível. A tática promete que essas substâncias reajam à umidade para enfraquecer o funil de vento até que ele desapareça.
Ainda de acordo com Kelleher, a tecnologia seria ótima para ser usada nas comunidades que mais sofrem com tornados todos os anos, seja perdendo suas propriedades ou a vida. O especialista explica também que existem produtos químicos que podem absorver água, e que umidade e chuva são como combustíveis para os tornados.
Porém, a tática vista em Twisters não é possível na vida real, ao menos por enquanto. Para que o método tivesse qualquer efeito significativo, os cientistas precisariam usar cerca de 22 mil toneladas deste material dentro do tornado.
Essa quantidade, obviamente, não caberia em uma caminhonete para ser levada em segurança no meio de uma tempestade. Portanto, a ciência vista em Twisters é totalmente fruto de ficção científica.
E os painéis?
O filme Twisters também mostra outra tecnologia usada por outro grupo de caçadores de tempestades. Ravi (Anthony Ramos) e sua equipe cercam os tornados com três painéis de radar que medem o tamanho de uma porta. Esses objetos usam dados para criar por computação uma imagem da estrutura dos funis.
No longa, vemos os cientistas agindo rapidamente para posicionar os painéis no lugar certo, o que é feito em segundos. A resposta para a veracidade desta tática é "mais ou menos". Kelleher explica que até existem dispositivos capazes de capturar imagens dos tornados, mas na prática não é bem assim.
Além de contar que os painéis tiveram seus tamanhos reduzidos para o filme, o especialista em tornados explica que cada um dos radares precisa de seu próprio gerador para funcionar. Por fim, o cientista pontua que o fenômeno ainda é muito complexo para ser estudado, principalmente porque ele pode se dissipar em instantes mesmo após criar uma forma ameaçadora.
Mesmo assim, as pesquisas sobre fenômenos meteorológicos continuam, afinal milhões de vidas são colocadas em risco todos os anos. "A mãe natureza é poderosa e nós não", diz Kelleher. "Nossa habilidade de influenciar e mudar o clima é mínima", completa.
O filme Twisters já pode ser assistido na Max.
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