Novo The Office não vai agradar todo mundo... ou quase ninguém (opinião)
Quando foi anunciado que The Office ganharia uma versão australiana, eu fiquei receosa, descrente e, no fundo, por incrível que pareça, de coração aberto para o que viesse. A maioria dos fãs, é claro, não curtiu a ideia, já que a série é uma das mais amadas de todos os tempos – e o primeiro pensamento que vem à mente é sempre “para que mexer no que já está bom, né?”
Já o meu lado otimista me lembrou que a nossa versão favorita da série continuaria lá intocada, então por que não abrir espaço para novas versões daquilo que amamos? E, mais do que isso, trazendo elementos culturais diferentes para agregar na trama?
- Prova de que estava com o coração aberto para a nova série: Novo The Office é a série que ninguém pediu (mas ninguém tinha pedido versão dos EUA também)
Bom, o grande problema aqui é que, com uma base gigante de fãs fiéis da versão estadunidense de The Office, já era esperado que a nova série australiana teria uma longa e difícil batalha a frente para ser amada.
Infelizmente (ou felizmente, segundo aqueles que torceram contra antes mesmo da estreia), a versão tem tudo para cair no esquecimento.
Na produção, que mantém o obrigatório estilo de mocumentário, acompanhamos Hanna Howard, a diretora administrativa da empresa de embalagens Flinley Craddick. Quando ela recebe a notícia de que a empresa-mãe pretende fechar o escritório – fazendo com que todos os empregados trabalhem remotamente – ela entra em negação.
Para manter a "família corporativa" unida no regime presencial, ela promete metas praticamente impossíveis de cumprir, colocando os funcionários em situações bizarras no trabalho.
Temos na nova versão todos os principais elementos do Office americano: uma chefe que quer ser amada pelos seus funcionários, aquela puxa-saco de terno marrom, o casal de amigos secretamente apaixonados um pelo outro, a viciada em café que só quer voltar para casa... e por aí vai.
As dinâmicas dos personagens também continuam as mesmas, com pegadinhas entre dois funcionários que vivem se provocando, olhadinhas para a câmera em situações absurdas e a chefe que vive gritando "sala de reunião, cinco minutos!".
Talvez aqui esteja a maior armadilha da versão australiana da série: a falta de personalidade. E sim, todos sabemos que é apenas uma adaptação da série original. Mas adaptações podem (e devem!) adicionar toques diferentes, novas dinâmicas e personagens que consigam tornar aquela produção única.
É o que podemos dizer de The Office americano, por exemplo. Enquanto tentava apenas reproduzir a versão britânica na primeira temporada, estava longe de atingir todo o seu potencial. Tudo mudou, porém, quando a série desenvolveu personalidade própria, mesmo que ainda adaptando uma história já conhecida.
Ainda assim, a versão australiana conta com um pano de fundo atual e que dá muito espaço para discussões e piadas. Afinal, a guerra do home office X presencial segue firme e forte dois anos após o fim da pandemia e, no meio disso tudo, ainda vemos gente com dificuldade de mutar o áudio em reuniões ou de desligar a câmera quando necessário.
Com pouca personalidade própria e personagens menos cativantes ainda, The Office Austrália é exatamente aquilo o que você provavelmente imaginou que seria: uma versão mais sem graça das piadas que amamos.
The Office EUA está no Prime Video
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