Irmãos Menendez: Assassino fala sobre a série e acusa Netflix de desonestidade
Um dos principais personagens da segunda parte da antologia Monstros, Erik Menendez não gostou nada da maneira como a Netflix retratou sua história real. Segundo ele, o streaming foi bastante desonesto na maneira como contou a história de Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais, já disponível na íntegra em seu catálogo.
Condenado à prisão perpétua por ter matado seus pais em conjunto com seu irmão, Lyle, Erik usou uma página que mantém no Facebook para reclamar da produção. Segundo ele, a adaptação leva em consideração somente a maneira como a promotoria do caso tentou retratar os acontecimentos.
Irmãos Menendez teria abraçado só um lado do caso
Segundo o assassino retratado em Irmãos Menendez, a série da Netflix fez uma retratação irreal de Lyle, baseada em “mentiras descaradas”. “Eu só posso imaginar que isso foi feito de propósito. É com coração pesado que eu digo que acredito que Ryan Murphy não pode ser tão ingênuo e impreciso sobre os fatos de nossas vidas sem ter feito isso de má intenção”.
Erick também argumenta que a produção do streaming “dá vários passos para trás” ao abraçar a narrativa da promotoria do caso. Um dos principais problemas para ele seria a decisão de seguir uma linha narrativa na qual homens não podem sofrer abusos sexuais e na qual os efeitos de estupros sobre eles são diferentes do que acontece com mulheres.
“Essas mentiras terríveis foram interrompidas e expostas por inúmeros vítimas corajosas durante as duas últimas décadas, que venceram suas vergonhas pessoais e bravamente contaram suas histórias”, explicou. “Então agora Murphy criou essa narrativa horrível através de retratos de personagens vis e terríveis de Lyle e de mim, através de calunias desanimadoras”.
Desde que os Irmãos Menendez foram presos, ambos sempre assumiram publicamente a responsabilidade pela morte de seus pais. Ao mesmo tempo, eles afirmaram que decidiram agir não com a intenção de conseguir uma vasta herança, mas sim de responder a uma vida marcada por abusos físicos, psicológicos e sexuais.
Irmãos Menendez não seria um retrato respeitoso da realidadeFonte: Divulgação/Netflix
Para Erik, o showrunner Ryan Murphy destruiu “décadas de progresso” sobre conversas envolvendo abusos e traumas de infância. “A violência nunca é a resposta, nunca uma solução, e é sempre trágica. Assim, eu espero que nunca esqueçamos que a violência contra crianças cria centenas de crimes horríveis e silenciosos, sombriamente escurecidos por trás do brilho e do glamour, e raramente expostos até que a tragédia penetre todos os envolvidos”.
Antologia já havia sido criticada no passado
Essa não é a primeira vez que a antologia Monstros desagrada por pessoas que têm relações diretas com os casos que retrata. Em 2022, Dahmer: Um Canibal Americano foi criticada por familiares de vítimas pela maneira como retratou seu protagonista e os eventos que levaram à morte brutal de diversas pessoas.
A primeira temporada de Monstros também gerou diversas críticasFonte: Divulgação/Netflix
Na época, Murphy foi acusado de romantizar Jeffrey Dahmer, aumentando a fama de uma pessoa que cometeu atos horríveis e não deveria ser recompensada por isso. Na época, o showrunner afirmou que a equipe responsável pela série trabalhou de forma incansável para tratar as vítimas com respeito, mas nenhum familiar consultado quis se pronunciar.
Apesar das críticas envolvendo Dahmer e Irmãos Menendez, a Netflix já confirmou que vai prosseguir com uma terceira temporada da antologia Monstros. Ela vai se focar em Ed Gain, interpretado por Charlie Hunnam, um famoso assassino serial que inspirou figuras da ficção como Leatherface, Norman Bates e Buffalo Bill.
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