Após acusações de assédio, filme de Neil Gaiman é pausado pela Disney; entenda o caso
A Disney pausou a produção do filme O Livro do Cemitério, adaptação da obra homônima de Neil Gaiman. A decisão é em decorrência das várias denúncias de assédio sexual envolvendo o autor que vieram a público ao longo deste ano.
Segundo a Variety, a produção ainda não foi totalmente descartada pela empresa, mas deve continuar com o seu desenvolvimento interrompido por tempo indeterminado.
Publicado em 2008 por Gaiman, O Livro do Cemitério acompanha um menino criado pelos fantasmas de um cemitério após o assassinato de seus pais. A adaptação foi confirmada em 2022 e tem Marc Foster, de Guerra Mundial Z e Christopher Robin - Um Reencontro Inesquecível na direção. Detalhes sobre o elenco não foram revelados.
Denúncias
Em julho deste ano, duas mulheres acusaram Neil Gaiman de agredi-las enquanto mantinham relacionamentos consensuais.
Nos depoimentos dados ao podcast Tortoise, a primeira vítima, Scarlett, alegou que Gaiman a agrediu sexualmente no banheiro de sua casa em 2022, logo após contratá-la como babá de seu filho. O autor, porém, alega que todo o contato foi consensual e que os dois apenas se "abraçaram" durante o banho.
Neil Gaiman foi acusado de agressão sexual por quatro mulheres
A segunda mulher, que preferiu se identificar apenas como K, disse que conheceu Gaiman em uma sessão de autógrafos em 2003. Os dois começaram um relacionamento pouco tempo depois, quando ela tinha 20 anos e Gaiman 40. Segundo ela, o autor às vezes a submetia a sexo doloroso que “ela não queria nem gostava”.
Em agosto, mais duas acusações vieram a público. Segundo Caroline Wallner, Gaiman teria pedido "favores sexuais" em troca de moradia. Nesse caso, o autor foi processado e pagou uma indenização de US$ 275 mil.
Já a quarta vítima, Julia Hobsbawm, alegou que foi abordada agressivamente e de forma não consensual por Gaiman, em 1986, quando ela tinha 22 anos. Em seu depoimento, Julia afirma que Gaiman "forçou para colocar a língua em sua boca".
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