Alien Romulus equilibra ficção científica e terror na medida certa - Opinião

Iniciada em 1979 pelo diretor Ridley Scott, a franquia Alien já teve muitos altos e baixos no cinema. Enquanto muitos fãs consideram os primeiros longas o ápice da saga, algumas pessoas também tem apreço pelos novos filmes da série, que se aprofundam mais na mitologia do Xenomorfo.

Em Alien Romulus, novo filme da franquia dirigido por Fede Alvarez, temos o equilíbrio perfeito entre esses dois mundos. O longa-metragem capricha no terror e suspense, ao mesmo tempo que funciona muito bem como uma produção de ficção científica cheia de significados.

Mais do que isso, o filme também cumpre uma missão difícil atualmente: servir de porta de entrada para novos espectadores, mas também ser interessante para quem acompanha uma franquia com décadas de idade.

Ficção científica de ponta

O começo de Alien Romulus pode parecer meio enrolado, mas consegue cumprir a difícil missão de contextualizar mais de 40 anos de narrativa em poucos minutos. O longa-metragem acompanha Rain e o robô humanoide Andy, que moram em uma colônia no espaço focada em mineração e que não tem sequer um minuto de luz do Sol.

Com a ajuda de um grupo de amigos, eles tentam fugir das mãos da megacorporação Weyland-Yutani e ir para um planeta com melhores condições de vida. Para isso, no entanto, eles precisarão invadir uma nave abandonada em órbita.

Neste breve contexto, Fede Alvarez consegue apresentar muito bem as tensões entre humanos, robôs e corporações, que são exploradas com maestria durante a narrativa de Alien Romulus. Em seguida, também temos a chegada do grande astro do filme, o Xenomorfo, que também tem seu enredo expandido em meio a cenas assustadoras.

Cailee Spaeny interpreta a personagem Rain em Alien Romulus

Para quem nunca assistiu nada da franquia, Romulus funciona muito bem ao apresentar um amplo universo e deixar pontas de curiosidade para o público buscar mais detalhes depois da sessão. Além disso, para quem já assistiu tudo que a franquia Alien tem a oferecer, o longa traz diversas conexões interessantes e que podem dar vontade de fazer uma grande maratona para revisitar esse grande universo.

Terror imersivo

Além de ser um dos melhores filmes da franquia, Alien Romulus também se destaca por ser um terror de qualidade. O longa-metragem entrega sustos e surpresas até seus últimos minutos, garantindo uma experiência que vai prender o público.

Uma palavra que define muito bem o longa-metragem é “imersão”. A produção conseguiu trazer o sentimento dos filmes originais, da época dos anos 80, e passar o sentimento claustrofóbico de enfrentar perigos em uma nave no espaço. 

Alien Romulus está em cartaz nos cinemas brasileiros.

O trabalho de construção de cenários e de computação gráfica é impecável. Tanto a nave quanto o Xenomorfo e suas variações tem um visual realista e assustador, deixando o espectador dentro daquele universo.

Outro detalhe importante são os personagens do filme, que tem motivações interessantes e ganham vida com ótimas atuações. Enquanto muitos longas de terror se apoiam em personagens burros para fazer a história andar, Alien Romulus traz uma equipe que está desesperada, o que dá bastante credibilidade para as decisões tomadas, incluindo aquelas que não são as melhores para sobrevivência.

Vale a pena ver no cinema?

Alien Romulus consegue cumprir a difícil tarefa de ser um bom filme para quem não acompanha uma franquia gigantesca, ao mesmo tempo em que também expande o universo criado por Ridley Scott. O longa é uma ficção científica caprichada, além de ser uma das melhores experiências de terror no cinema atualmente.

Seja você um fanático por xenomorfos ou um tripulante de primeira viagem, certamente sairá do cinema com vontade de maratonar toda a franquia Alien. Afinal, o universo da saga vai muito além dos sustos e traz muito material para quem curte universos ficcionais em expansão.

Alien Romulus está em cartaz nos cinemas brasileiros. O longa-metragem será lançado para streaming futuramente no Disney+, que abriga os outros longa-metragens da franquia.