6 motivos para ver (ou rever) Lost na Netflix

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Nesse mês de agosto, a Netflix brasileira vai receber as temporadas completas de uma série que representa muito para a TV. Você já deve saber — até porque isso foi dito no título dessa matéria — que estou falando de Lost.

Ao longo dos últimos 10 anos, ouvi muita gente me dizendo que era um absurdo eu considerar que essa é a minha série favorita. Ao mesmo tempo, sempre que encontro alguém que concorda, as conversas sobre o quanto a criação foi incrível nunca são curtas.

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É fato: Lost divide opiniões e nunca são opiniões amenas. Ame ou odeie, mas nunca fica imune aos seis anos de mistérios, brigas, intrigas, reviravoltas e romances. Se você nunca viu Lost ou ama a série e quer motivos para revê-la, esse artigo é para você. Se você odeia... Tudo bem, ainda não é crime estar errado. Brincadeiras à parte, vamos aos pontos.

1. Roteiros e mistérios

Desde o primeiro episódio, Lost começa a construir na mente dos espectadores algumas relações que vão ser importantes para todo o desenrolar da trama. A cada semana essa construção ia aumentando com a adição de personagens, ligações antes não reveladas, mistérios aparentemente sem fundamentos...

E — pelo menos nas quatro primeiras temporadas — os roteiristas foram muito geniais em conseguir fazer com que até mesmo as soluções se interligassem. É difícil falar disso sem trazer spoilers, mas Lost ganhou muitos pontos com os fãs da época por permitir que os próprios espectadores chegassem a algumas conclusões.

Lost(Reprodução/ABC)

Lost navegou bem demais no boom das redes sociais. Em todo o mundo, comunidades do Orkut (sim, essa era a grande base da época) discutiam teorias complexas sobre cada uma das pontas que Lost deixava.

Se você vai ver pela Netflix pela primeira vez, pense que você vai poder maratonar e chegar às respostas muito mais rápido do que nós, que tivemos que esperar semana a semana — temporada a temporada — pelas conclusões.

2. Inovações de storytelling

Lost é mais do que uma série sobre pessoas em uma ilha e isso vai sendo contado aos poucos para você. Um dos recursos mais legais que os criadores trouxeram foi o dos flashbacks para contar a origem dos principais personagens, contando como cada um foi parar lá.

Com o passar do tempo, começamos a perceber que as ligações entre eles já existia antes de a decolagem do voo Oceanic 815 e isso também contribui para a geração de empatia e para entender a trama complexa que vai sendo desenhada.

Lost(Reprodução/ABC)

Em temporadas mais à frente, ainda vamos ver flash-forwards que contribuem bastante para os cliffhangers e muitos outros recursos narrativos. Lost mistura ficção científica, fantasia, drama e vários outros gêneros para fazer com que o espectador ria, chore e se conecte com cada um daqueles personagens. O que nos leva para o ponto seguinte.

3. Personagens muito humanos

Talvez o maior trunfo de Lost tenha sido o abandono de arquétipos muito definidos pela indústria. Ao primeiro olhar, é fácil a gente definir quem são os mocinhos e quem são os vilões, principalmente porque os personagens nos são apresentados com ações muito definidas do que se encaixa em cada caixinha.

Mas com o desenrolar da trama percebemos que esses personagens todos são muito mais do que apenas vilões ou heróis, pois são seres humanos — e um cachorro em determinados momentos — repletos de desejos, angústias, virtudes e falhas.

Isso faz com que qualquer espectador consiga se identificar com o médico justiceiro, com o golpista falastrão, com a fugitiva, com a grávida ou com o ex-usuário de drogas. Todos tem algo de você e todos tem algo que você abomina.

Lost(Reprodução/Lost)

4. Trilha sonora

Aqui serei breve: há apenas duas séries de drama que eu assisti até hoje e que tiveram trilhas que me marcaram. A primeira delas foi Cold Case, com a escolha de músicas sempre muito emocionantes e que se conectavam perfeitamente com o enredo de cada episódio. A segunda é justamente Lost, que traz alguns momentos muito marcantes e que ganham cores ainda mais bonitas por causa da escolha da trilha.

"Maaaake your own kind of music!"

5. Onde eu já vi você?

Grande parte dos atores de Lost fez bastante sucesso em outras séries e alguns filmes. E se você, assim como eu, é viciado em dizer “caraca, eu já vi essa atriz naquela série lá”, Lost é um prato cheio.

Exemplos não faltam. Dominic Monaghan (o Charlie em Lost) certamente vai fazer os fãs de “O Senhor dos Anéis” lembrar de um certo hobbit chamado Merry. Nesse mesmo universo — mas em O Hobbit — temos a elfa Tauriel interpretada por Evangeline Lilly (Kate). Ela também participa de vários filmes do MCU como a Vespa.

Lost(Reprodução/ABC)

Para os fãs de “How I Met Your Mother”, Jorge Garcia (Hurley) participa e depois de ver Lost você pode até entender um pouco mais das piadas que ele faz no episódio em que participa. A lista vai longe — longe mesmo.

6. O episódio piloto

Outro ponto que não precisa de muitas explicações para não entregar spoilers. O que você precisa saber é que o episódio piloto custou entre US$ 10 milhões e US$ 15 milhões — o maior valor de um piloto até a época. Tem um roteiro impecável, atuações memoráveis, a abertura de histórias e efeitos especiais de alto nível. Dê uma chance pelo menos para esse episódio.

Bônus: por que eu vou rever, afinal?

Eu comecei a ver Lost na TV. A primeira temporada passava depois do programa do Jô, em 2006. E ela funcionava assim: todos os episódios saíram entre 2004 e 2005 nos Estados Unidos, então a transmissão aqui foi feita com vários episódios por semana. Em 2007 vi a segunda desse mesmo modo — com o que saiu entre 2005 e 2006.

Lost(Reprodução/ABC)

Na terceira eu ia na casa do meu pai assistir na AXN, que passava os episódios menos de um mês depois da estreia nos EUA — dá pra imaginar algo assim em 2024? Fui assim até o final quase, mas na última temporada as teorias do Orkut e os spoilers começaram a apertar e eu confesso que baixei os episódios em RMVB porque não queria esperar as semanas entre a estreia de lá e a nossa.

Alguns anos depois, eu assisti a tudo novamente na Netflix — a série ficou lá no começo da década passada. Até um mês atrás eu tinha todos os boxes de DVD — mesmo sem ter um DVD Player — e eu ainda quero ver de novo.

A cada vez que assisto a Lost, descubro novas nuances e novas respostas. Os mistérios ficam mais interessantes e os personagens se mostram mais humanos. A trama continua me deixando com vontade de saber mais. E é por isso que eu vou ver... De novo!

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