Não Nos Calaremos: série da Netflix é baseada em história real?
Na última sexta-feira, 31 de maio, desembarcou no catálogo da Netflix uma série espanhola que tem dado bastante o que falar entre os assinantes. Estamos falando de Não Nos Calaremos (Ni Una Más, no original), obra criada por Miguel Sáez Carral que explora o drama de uma jovem que faz uma revelação forte e inesperada que muda sua vida para sempre.
"Alma é uma jovem insegura e com baixa autoestima de dezessete anos. Um dia, em um ato desafiador, ela coloca uma placa na frente do instituto em que estuda com grandes letras vermelhas dizendo 'aqui se esconde um estuprador'", diz a sinopse de Não Nos Calaremos, que conta com 8 episódios em sua temporada inicial.
Mas será que Não Nos Calaremos é baseada em uma história real? Bem, fomos investigar e, abaixo, você confere tudo o que descobrimos sobre as origens da série dramática da Netflix!
Não Nos Calaremos: série da Netflix é inspirada em fatos?
Não Nos Calaremos tem como inspiração dois casos reais bastante tristes. A série da Netflix é uma adaptação do livro "Ni Una Más", romance ficcional de Miguel Sáez Carral, lançado em 2021. Ainda que a trama seja fictícia, tanto o livro quanto a série contam com referências a duas situações verdadeiras.
Tanto na série da Netflix quanto no livro, a personagem Alma, quando cria um perfil falso nas redes sociais para expor os abusos sofridos por sua amiga Berta, utiliza o nome @Iam_colemanmiller. O título de usuário é uma referência aos casos de duas mulheres da vida real: Daisy Coleman e Chanel Miller.
Coleman, que chegou a ser tema de um documentário da Netflix chamado Audrie & Daisy, revelou ter sido abusada por Matthew Barnett, de 17 anos, durante uma festa, quando ela tinha apenas 14 anos.
O crime ganhou bastante repercussão em 2012, quando veio à tona, porém, o desfecho não foi o que muitos esperavam. Barnett se declarou culpado, mas insistiu que a relação havia sido consensual, o que levou o caso a ser arquivado posteriormente.
Após todo o trauma, Daisy Coleman chegou a fundar a organização sem fins lucrativos SafeBae (Before Everyone Else), para ajudar a combater a agressão sexual nas escolas. Entretanto, ela tirou a própria vida em 2020.
Já Chanel Miller relatou que foi abusada sexualmente por Brock Turner em 2015, quando estavam em uma festa. Na época, Miller tinha 22 anos e havia acabado de se formar. No fatídico dia, Miller chegou a sumir, mas foi encontrada perto de uma lixeira. A garota estava inconsciente e sem algumas peças de roupa.
Turner foi considerado culpado pela agressão sexual contra Miller, recebendo uma pena de seis meses de prisão. Mas ele acabou cumprindo apenas metade de sua sentença, sendo colocado em liberdade condicional posteriormente por três anos. Miller chegou a contar sua história mais detalhadamente em seu livro de memórias, "Know My Name".
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