Conheça a história real que inspirou o filme O Sequestro do Voo 375
Treze anos antes dos atentados terroristas às Torres Gêmeas em Nova York, nos Estados Unidos, o espaço aéreo brasileiro viveu momentos de tensão. Em 29 de setembro de 1988, Raimundo Nonato Alves da Conceição sequestrou o Voo VASP 375, que saía, em sua rota comercial, do Aeroporto de Porto Velho, em Rondônia, com destino ao Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro.
Essa história impactante virou filme recentemente pelas mãos do cineasta Marcus Baldini, baseado em um roteiro desenvolvido pela dupla Lusa Silvestre e Mikael de Albuquerque. Dessa forma, logo abaixo, conheça todos os detalhes da reprodução dos fatos que estão sendo exibidos nos cinemas brasileiros.
O Sequestro do voo 375: qual a história real por trás do filme?
Em 1988, o Brasil era governado por José Sarney durante os primeiros anos da redemocratização. O presidente em questão foi vice de Tancredo Neves, que, antes de falecer, foi eleito pelo voto popular após quase 21 anos de ditadura militar.
Na época, Sarney lidava com uma política econômica instável, em que a inflação elevada e o desemprego eram destaque. Com essas motivações, Raimundo Nonato Alves da Conceição decidiu que precisava agir e arquitetou um plano, no qual sequestraria um avião e desviaria sua rota para atingir o Palácio do Planalto, em Brasília.
Sendo assim, em 29 de setembro de 1988, ele embarcou no Voo 375 da Viação Aérea São Paulo (VASP), que utilizava um Boeing 737-317 e voava com 98 passageiros. Sua rota iniciaria em Rondônia e passaria por Cuiabá, Brasília, Goiânia e Belo Horizonte, em conexões, antes de desembarcar no Rio de Janeiro.
Munido com um revólver calibre 32, Raimundo embarcou no Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, e rendeu a tripulação quando a aeronave já estava no espaço aéreo do Rio de Janeiro. Vale destacar que, naquela época, não havia detectores de metal e raio-x na fase de embarque neste aeroporto.
Ameaçando o piloto e já tendo disparado contra um comissário de bordo e um terceiro tripulante, Raimundo teria ordenado que a rota fosse desviada para Brasília para que o Palácio do Planalto fosse atingido. Em meio ao caos, o copiloto Salvador Evangelista teria tentado contato com o controle de tráfego aéreo, sendo baleado logo na sequência quando Raimundo já tinha percebido sua ação.
O piloto Fernando Murilo de Lima e Silva argumentou que não seria possível voar até Brasília por conta das condições de visibilidade, embora isso fosse apenas um pretexto para enganar o sequestrador. Sendo assim, Raimundo ordenou que a rota fosse desviada até São Paulo.
Os atores Danilo Grangheia e Jorge Paz interpretaram, respectivamente, o piloto e o sequestrador no filme. (Star Distribution Brasil/Reprodução)Fonte: Star Distribution Brasil
A partir disso, Fernando orquestrou manobras arriscadas com a aeronave para desequilibrar o sequestrador. Apesar de perigosas, as manobras funcionaram e jogaram Raimundo para longe da cabine de pilotagem. Isso deu tempo para que o piloto conseguisse estabilizar novamente o avião e organizasse um pouso no Aeroporto de Goiânia.
Ao pousar, Raimundo recuperou sua arma e seguiu em negociações com a polícia até ser baleado três vezes pela Polícia Federal quando estava nas escadas que levam os passageiros do avião ao solo. Mesmo assim, o sequestrador só morreu alguns dias depois no hospital de causa totalmente isolada aos ferimentos com tiros. O sequestro deixou três pessoas feridas e causou uma morte.
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