Napoleão: veja diferenças da história real e do filme
Lançado recentemente nos cinemas brasileiros, o longa-metragem Napoleão, de Ridley Scott, que conta com Joaquin Phoenix no papel titular, é um drama épico potente. Na trama, os espectadores acompanham mais sobre a psicologia de um dos generais franceses mais importantes da história.
Afinal, quem não se lembra que foi justamente por conta de Napoleão Bonaparte que a família real portuguesa se refugiou no Brasil lá no início do século 19? No entanto, o que é verdade e o que foi inventado no longa-metragem?
Pensando nisso, logo abaixo, elencamos as principais diferenças entre o novo filme sobre Napoleão e o que é fato histórico. Confira as principais diferenças entre a história real e a ficção.
6. Napoleão e as pirâmides do Egito
Uma das cenas mais marcantes da divulgação e do filme de Napoleão é o icônico militar francês ordenando uma saraivada de tiros nas Pirâmides do Egito. O caso acontece no filme durante uma invasão em 1798, mas, na vida real, não teria sido tão destrutivo quanto no filme.
De acordo com historiadores, Napoleão foi bastante violento em sua invasão ao Egito, mas tinha certo apreço pela construção icônica do Egito. De acordo com a historiadora Shannon Selin, Napoleão teria feito cálculos relacionados ao tamanho das construções e desafiado soldados a escalar as pirâmides.
5. A relação de Napoleão e Josefina
(Columbia Pictures/Reprodução)Fonte: Columbia Pictures
Uma das questões mais interessantes abordadas no projeto de Ridley Scott é o casamento de Josefina de Beauharnais (interpretada por Vanessa Kirby) com Napoleão Bonaparte. No filme, ela tem papel crucial para o desenvolvimento de seu marido, contribuindo significativamente para o seu sucesso em diversas ocasiões.
Apesar de, na tela, termos uma visão de completa união entre eles, segundo a historiografia, esse casamento foi marcado por carência, infidelidade e manipulações. No geral, Napoleão se apaixonou perdidamente por ela, que sendo seis anos mais velha e viúva, demorou para dar o braço a torcer.
Há historiadores que argumentam um certo tipo de interesse maior por parte de Josefina, que viu na ascensão de Napoleão uma grande oportunidade. Mesmo dessa maneira, Josefina deu muita força ao marido, ainda que o casamento fosse repleto de insegurança e infidelidade de ambas as partes.
4. A Revolta de Vendémiaire
(Columbia Pictures/Reprodução)Fonte: Columbia Pictures
O filme de Ridley Scott cria um panorama robusto da figura de Napoleão Bonaparte, abrangendo momentos-chave de sua trajetória militar e como um líder nato. Dessa maneira, o longa-metragem tem passagens curiosas no tempo, sendo até mesmo um tanto quanto exagerado em diversos momentos.
No caso da Revolta de Vendémiaire, ocorrida em Paris em outubro de 1795, há algumas diferenças retratadas no filme. Nessa sequência, o público assiste uma multidão de civis se aproximando da artilharia de Napoleão. Contudo, historiadores apontam que também haviam muitos monarquistas armados e até mesmo soldados se misturando às mulheres e crianças.
3. Napoleão teria se coroado
(Columbia Pictures/Reprodução)Fonte: Columbia Pictures
Em determinada cena do filme, os espectadores assistem à coroação de Napoleão como imperador dos franceses, em dezembro de 1804. Na sequência, Bonaparte quebra alguns protocolos da cerimônia e toma a coroa para si mesmo, colocando-a sobre sua própria cabeça.
Obviamente, a multidão que acompanhava aquele momento comentou o fato à exaustão, algo que não abalou, de nenhuma forma, a expressão do personagem mítico. Apesar disso, há controvérsias sobre a veracidade desse acontecimento.
Porém, muitos historiadores, considerando todas as possibilidades e até a própria personalidade de Bonaparte, argumentam que ele realmente teria feito isso.
2. O cerco de Toulon
(Columbia Pictures/Reprodução)Fonte: Columbia Pictures
Outra passagem importante para a história da França e que se choca com a própria história de Napoleão Bonaparte ficou conhecida como cerco de Toulon. Essa cidade portuária da Riviera Francesa voltou-se contra a revolução a favor da monarquia.
Por esse motivo, os governantes permitiram que soldados britânicos assumissem o controle da frota francesa da região. A partir disso, Napoleão, ainda com o posto de capitão de artilharia, se articulou para enfraquecer os britânicos e tomar o controle para os franceses.
No filme, Ridley Scott enfatiza que Napoleão realmente liderou o cerco de Toulon, mas, na verdade, ele apenas participou como um estrategista.
1. Napoleão era baixinho
(Columbia Pictures/Reprodução)Fonte: Columbia Pictures
Há uma cena curiosa no filme de Ridley Scott que brinca com esse mito de que Napoleão tinha uma baixa estatura e ainda se incomodava bastante com quem se lembrava disso. Após a Batalha das Pirâmides, um evento bastante importante para a história do imperador, os homens de Napoleão abrem o sarcófago de um faraó.
Enquanto seguem na tentativa de deixar a múmia dentro da tumba cada vez mais evidente, o pequeno Bonaparte sobe em um objeto similar a uma caixa para conseguir ver melhor o que está dentro do sarcófago. Embora não seja algo encontrado nas fontes históricas, essa cena brinca com essa piada sobre Napoleão.
Por muitos anos, foi difundido no mundo que o general tinha cerca de 1,52 de altura. Contudo, é mais provável que ele medisse por volta de 1,68. Em linhas gerais, tratava-se de uma altura acima da média dos soldados de infantaria franceses da época.
Afinal, Napoleão, de Ridley Scott, é uma história verdadeira?
(Columbia Pictures/Reprodução)Fonte: Columbia Pictures
Para finalizar, podemos argumentar que sim, o novo filme sobre a figura de Napoleão Bonaparte dirigido por Ridley Scott e estrelado por Joaquin Phoenix tem mais compromisso histórico do que muitas outras obras já tentaram. Vale destacar que até mesmo o cineasta Stanley Kubrick já se viu fascinado por esse general francês tão importante para a história.
Além disso, é interessante ter a experiência de se assistir ao longa-metragem de 2023 e também o filme realizado durante um movimento cinematográfico que ficou conhecido como Impressionismo Francês, o qual produziu Napoleão em 1927 pelas mãos de Abel Gance.
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