Digno de Oscar, Oppenheimer é o melhor filme de Nolan nos últimos anos (opinião)

Imagem de: Digno de Oscar, Oppenheimer é o melhor filme de Nolan nos últimos anos (opinião)
Imagem: Divulgação/Universal Pictures
Essa não é uma matéria patrocinada. Contudo, o TecMundo pode receber uma comissão das lojas, caso você faça uma compra.

Com Oppenhimer, o meme "In Nolan we trust" nunca foi tão certeiro. Após Tenet, seu último trabalho massacrado pela crítica, Christopher Nolan voltou com tudo em mais uma megaprodução que faz jus ao bordão dos fãs do diretor. Com todo o hype em cima do filme, as chances de a produção decepcionar o público eram altíssimas, mas felizmente o cineasta conseguiu se superar no filme que tem tudo para ser um dos melhores do ano, da carreira e do Oscar.

Já conhecido por suas megaproduções, Nolan deixa para trás seus famosos truques narrativos que fogem à realidade. Sem viagens no tempo, inserção em sonhos ou qualquer outro recurso típico do diretor para confundir o público, o roteiro de Oppenheimer aposta única e exclusivamente na tragédia histórica - e isso, somado às atuações excelentes, à montagem e edição impecáveis, é mais do que suficiente para se tornar um dos favoritos do público.

Sombrio, angustiante e explosivo (perdão o trocadilho), Oppenheimer é um drama histórico que guia o telespectador em uma jornada já bastante falada na história, mas por um ângulo enigmático e até contraditório de um “pai” que teme sua própria criação.

oppenheimerOppenheimer é um dos melhores filmes de 2023 (Divulgação/Universal)

Uma coisa é certa, as quase três horas vão te deixar abalada, tensa e curiosa para saber o que está por vir - mesmo todos nós já conhecendo o passado.

Não é só sobre a bomba

Já não é segredo que Nolan usa e abusa de recursos imagéticos para ajudar a contar a história de seus filmes. Aqui não é diferente e o cineasta usa técnica parecida com a utilizada anteriormente em Amnésia, filme que o alçou para a fama, em 2001.

Ao longo da nova produção, vemos algumas cenas em cores, enquanto outras aparecem em preto e branco. Em Oppenheimer, a divisão é uma forma de contar fatos objetivos da história, já que os acontecimentos do ponto de vista do físico eram subjetivos.

Dito isso, a produção intercala momentos do passado, enquanto a bomba estava sendo construída e os Estados Unidos corriam para sair na frente do Japão e da União Soviética na Segunda Guerra Mundial, e do presente, durante o processo que levou o J. Robert Oppenheimer a perder a credencial de segurança e qualquer conexão com o governo norte-americano.

Entre idas e vindas de presente e passado, acompanhamos a trajetória de Robert Oppenheimer, desde os seus primeiros passos na física, começando pela época em que ainda um zé-ninguém alvo de zoação dos colegas de faculdade por não ser bom em testes no laboratório.

Com o passar do tempo, vemos o personagem crescendo dentro da comunidade científica e também dos interesses comunistas (tópico obviamente importante no contexto político da época e que será primordial no desfecho do protagonista).

Sua trajetória rumo à liderança do Projeto Manhattan se desenrola rapidamente, ao mesmo tempo em que somos apresentados ao jogo político do fim da Segunda Guerra e início da Guerra Fria. Aqui, vale ressaltar que em alguns momentos o longa derrapa em nuances históricos e acaba ficando americanizado demais para o gosto de alguns, mas nada que atrapalhe a experiência final.

OppenheimerReprodução/Universal Pictures

A trama se encaminha para o ponto alto do filme: o momento do teste Trinity, lançamento da bomba atômica em solo americano que confirmou a eficácia da arma. Assistindo à cena, fica claro porque Nolan não quis uma explosão em CGI. O momento é absurdamente real, assustador e visualmente bonito com um baita trabalho de edição e som. Para aproveitar tudo que o filme oferece, não tem como fugir da dica: a experiência será muito melhor no cinema.

Interpretações de Oscar

Ainda que o óbvio seja óbvio, às vezes ele precisa ser dito. Cillian Murphy que conseguiu seu primeiro protagonista em um filme do Nolan (após aparecer como coadjuvante em 3 longas do cineasta) brilha em um de seus melhores papéis.

Praticamente um estudo do personagem, a produção foca nos dilemas levantados pelo personagem ao longo dos anos em que trabalhou na construção da arma mais letal já vista – e, como o esperado, Cillian Murphy encarna majestosamente as ansiedades do físico.

Além do protagonista, quem rouba a cena é Robert Downey Jr., no papel de Lewis Straus, ex-presidente da Comissão de Energia Atômica dos EUA e principal antagonista de Robert Oppenheimer. Em seu primeiro filme depois de deixar o MCU, Downey Jr. nos lembra porque ele era uma estrela antes de ser Tony Stark e provou que os vários anos de Marvel não enferrujam os bons (ainda bem!). Vem aí uma indicação em Melhor Coadjuvante no Oscar 2023?

Robert Downey Jr Lewis StraussRobert Downey Jr. no papel de Lewis Strauss (Reprodução/Universal Pictures)

Por outro lado, as poucas mulheres da trama ganham boas atuações em papéis maçantes que não fazem muita diferença na trama. Com poucas cenas, infelizmente, a personagem Jean Tatlock da ótima Florence Pugh parece uma página do roteiro que não seria notada se estivesse fora do script.

Para ver no cinema

Certo ou errado, moral ou imoral, ético ou antiético... Oppenheimer coloca o telespectador para questionar suas convicções e para refletir se os meios realmente justificam os fins. Com alguns poucos deslizes, o longa cumpre o que prometeu nos últimos anos e supera as expectativas do hype. Na era dos streamings, não há dúvida de que Oppenheimer é um respiro para os fãs das telonas de cinema.

--

Assista Interestelar, Amnésia, Tenet e outros filmes de Christopher Nolan no Prime Video

Imagem: Teste Grátis o Amazon Prime
Imagem: Tecmundo Recomenda

Teste Grátis o Amazon Prime

Filmes, séries, música, ebooks, jogos, frete grátis, ofertas exclusivas e muito mais. Assine e teste grátis o Amazon Prime por 30 dias!

Cupons de desconto TecMundo:
* Esta seleção de cupons é feita em parceria com a Savings United
Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.