O Poço: relembre o final do filme e entenda seu significado
Você se lembra de ter assistido O Poço (El Hoyo)? O filme espanhol de suspense e drama fez sua estreia na Netflix no dia 20 de março de 2020 e, na época, fez um sucesso estrondoso na gigante do streaming. Dirigida por Galder Gaztelu-Urrutia e roteirizada por David Desola e Pedro Rivero, a obra trouxe uma história bem original e cheia de críticas e comentários sociais, que foi elogiada por muitos espectadores e críticos.
Na trama de O Poço, acompanhamos as vidas de pessoas que vivem em uma prisão vertical, na qual uma única plataforma de alimentos passa todos os dias para que todos possam comer e sobreviver. O problema é que as celas inferiores da prisão quase sempre ficam sem mantimentos, pois os indivíduos acima não se preocupam em dividir com os demais. Nesse cenário, muitos questionamentos surgem: o que significa essa prisão? Por que as pessoas não se ajudam? O que está acontecendo no local?
Aliás, você se lembra do final de O Poço e os reais significados por trás do filme espanhol? Com o anúncio oficial de O Poço 2 por parte da Netflix, achamos que seria uma boa você relembrar os fatos centrais do projeto e ficar por dentro de tudo. Vamos nessa?
O Poço: final explicado do filme da Netflix
No final de O Poço, Goreng (Ivan Massagué) finalmente entende por que Miharu (Alexandra Masangkay) desce junto com a plataforma de alimentos todos os dias: a moça estava cuidando de sua filha, a única criança presente na prisão, garantindo que ela comesse e sobrevivesse, mesmo em meio a todas as desigualdades dentro do local. Na sequência derradeira do longa-metragem, Goreng chega à cela 333, a mais baixa da prisão vertical, onde está a garotinha.
Ele e Baharat (Emilio Buale) descem até lá protegendo um dos alimentos da plataforma, a panna cotta, a fim de que ela retornasse à superfície intacta, simbolizando uma "mensagem" aos donos da prisão. Contudo, eles decidem dar o alimento para a criança, que parece faminta. Nesse meio tempo, Baharat não resiste aos seus ferimentos e morre. Já Goreng decide subir até o topo da prisão junto com a garota, mas desiste após entender que sua missão acabou. Apenas a jovem sobe e o filme termina de uma maneira ambígua, não deixando claro o que acontece dali para frente.
O Poço, portanto, é uma grande alegoria ao capitalismo e ao sistema desigual no qual o mundo se encontra. Com isso em mente, a narrativa argumenta que o mundo (simbolizado pela prisão) possui recursos suficientes para que todos desfrutem e vivam bem, porém, o egoísmo e o consumo desenfreado impedem o desenvolvimento coletivo e levam à uma desigualdade mortal (literalmente).
A criança de O Poço, nessa teoria, representa a pureza, a esperança que surge mesmo dentro de um sistema corrupto e decadente. E, por isso, apenas ela ascende ao topo no final do filme, que tenta deixar um fio de positividade, mesmo explorando o que há de pior na sociedade.
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