Jung_E: o que é ficção e realidade nas tecnologias do filme?
Na última sexta-feira, 20, a Netflix lançou seu mais novo longa sul-coreano, Jung_E. O filme tem roteiro e direção de Yeon Sang-ho, responsável pelo aclamado Invasão Zumbi (2016), e conta a história de um futuro distópico, ao qual os recursos da Terra acabaram e o nível do mar subiu de tal forma que forçou os humanos a viverem no espaço.
Com o sucesso do lançamento, embarcando no Top 10 de mais assistidos da Netflix no fim de semana de estreia, o Minha Série separa a ficção da realidade e mostra as tecnologias que Jung-E tem em comum com o nosso presente, mesmo sendo ambientado em 2194.
Humanos vivendo em órbita
Embora a pauta de como ser o humano está gradualmente destruindo seu próprio planeta seja um assunto atual, felizmente ainda temos um lugar para chamar de casa. A intenção de colonizar outros planetas, e até mesmo viver em órbita, parece algo que não faremos em um futuro próximo.
Em Jung-E, os humanos construíram mais de 80 abrigos no plano orbital entre a Terra e a Lua, com parte da população vivendo no espaço, enquanto os demais continuam no planeta devastado. Na realidade, o ser humano ainda não conseguiu fazer missões tripuladas com civis para outros planetas, porém, Elon Musk, dono da SpaceX, Tesla, e do Twitter, pretende fazer isso em 2029.
A ideia do bilionário é que o homem já esteja colonizando Marte daqui a cerca de 30 anos. Ele vem investindo pesado em uma nave de última geração chamada de Starship, mas o principal empecilho para o plano deve ser realmente a falta de verba. Mesmo para um dos homens mais ricos do mundo, toda a questão de engenharia aeroespacial custa uma fortuna para desenvolver.
Em novembro de 2022, a NASA lançou uma missão não tripulada para a Lua, intitulada de Artemis 1, e que deve ser o pontapé inicial para, finalmente, enviar pessoas de volta para a Lua depois de tantos anos.
Lançamento da missão Artemis 1Fonte: Nasa/reprodução
Para quem se interessar, a SpaceX, a BlueOrigin, de Jeff Bezos, e a Virgin Galactic também estão promovendo viagens espaciais. No entanto, o passeio é um artigo de luxo que custa milhares de dólares.
Transformar o cérebro humano em uma Inteligência Artificial
Colocar o cérebro humano em uma IA não é o conceito mais inovador do cinema, porém, Jung_E investe nesse assunto como núcleo principal da história. Uma renomada pesquisadora utiliza a consciência do cérebro de sua própria mãe, uma falecida capitã do exército, para criar robôs idênticos e tentar encerrar uma guerra civil.
Hoje em dia, a Inteligência Artificial está presente em diversos dispositivos que usamos cotidianamente, como os smartphones, geladeiras e assistentes de voz, por exemplo. Mas não há nada concreto para que, um dia, possamos transferir nosso cérebro para esse tipo de tecnologia.
Ainda falando de Elon Musk, o bilionário tem uma ideia ousada e que pode tornar o filme mais próximo da realidade no futuro: um chip ligado diretamente no cérebro, que permitira comunicação e, eventualmente, transferência de informação para computadores. Segundo Musk, uma operação iria inserir um pequeno chip em uma parte do cérebro, dando a capacidade para o recurso transmitir sinais para outras partes do corpo.
A invenção seria uma alternativa para que pessoas com algum tipo de deficiência possam se locomover, por exemplo. Porém, a ideia principal era uma criar uma interface que pudesse se conectar com máquinas, além de armazenar e extrair memórias do usuário.
Implante do chip N1 LinkFonte: Neuralink/divulgação
O chip é chamado de N1 Link, e empresa que vem estudando essa solução é a Neuralink, fundada pelo bilionário em 2016. Ainda faltam alguns anos para que isso se torne realidade, mas também existem diversos problemas éticos que podem impedir o avançar das pesquisas.
Robôs assassinos
Outro clássico da ficção que Jung_E usa durante todo o filme são os famosos robôs assassinos com diversas armas e habilidades. Mais um balde de água fria na cabeça dos amantes de boas distopias, felizmente não há nenhum robô com esse nível de armamento sendo utilizado em guerras ou missões pelos exércitos. No entanto, a presença de estruturas robóticas, como drones não tripulados e sondas já são amplamente utilizados.
Há alguns anos os robôs da Boston Dynamics viralizaram na internet ao mostrar como a empresa fez esses protótipos com tamanha perfeição para o nível tecnológico atual. Porém, o ser humano sempre dá um jeito de piorar as coisas quando precisa, e não é incomum encontrar vídeos de robôs similares carregando armas, como metralhadoras, para serem utilizados em batalhas.
É difícil dizer sobre o que pode ou não acontecer no futuro. Em um momento da nossa história as guerras eram disputadas por cavalos e balas de canhão, e pouco tempo depois passamos a bombardear cidades inteiras com armamento nuclear. A tecnologia avança, para o bem e para o mal, mas se o que você espera é ver algo como em O Exterminador do Futuro, é bom esperar sentado.
Jung_E tem 64% de aprovação da mídia no Rotten Tomatoes, com 11 análises, enquanto a pontuação da audiência fica em 61%. Já assistiu ao filme? Confira mais detalhes sobre o final do longa-metragem!