Netflix toma surra da TV Aberta em audiência no Brasil; veja pesquisa
Se nós te perguntássemos se você acha que a Netflix e outros serviços de streaming atraem mais público do que a TV aberta, o que você diria? Se você chutou que as plataformas de conteúdo online já passaram os canais abertos de televisão em termos de audiência, ou que ambas as mídias estariam em pé de igualdade, sentimos em lhe informar de que você errou feio.
Pelo menos, é o que diz uma pesquisa da Kantar IBOPE Media, que lançou um serviço chamado Cross Platform View (CPV). Através da ferramenta, é possível medir a audiência de TV Linear (TV aberta e TV a cabo), video on demand (VOD) e serviços de streaming em todos os dispositivos localizados no Brasil. Ao comparar as mídias, portanto, o CPV revelou, em um de seus mais recentes estudos, que a TV aberta segue dando um banho em seus concorrentes no nosso país.
O estudo analisou o mês de dezembro de 2022 e traz o percentual médio de audiência durante o período. Estão presentes na pesquisa as 15 regiões metropolitanas medidas pela Kantar IBOPE Media por meio de aparelhos de TVs, conectados ou não (tirando tablets, notebooks e smartphones).
Confira o resultado surpreendente:
A maioria das pessoas consumiram TV aberta e TV a cabo durante o último mês do ano, segundo estudo do CPVFonte: Kantar IBOPE Media
Como mostra o gráfico, 86,8% do público consumiu TV aberta (75,7%) e TV a cabo (11,1%), enquanto apenas 13,2% se ligaram apenas em plataformas de streaming, que foram divididas, na pesquisa, em plataformas de vídeo online (AVOD/SVOD), com 5,6% de participação, e em serviços de compartilhamento de vídeo, com uma fatia de 7,6%. YouTube (7,6%), Netflix (4,2%), GloboPlay (0,54%) e Amazon Prime Video (0,45%) foram os serviços que mais tiveram destaque no documento.
Para fazer a medição, o CPV conta com um recurso adicional em seu painel, chamado focal meter, que é instalado diretamente nos roteadores domésticos para medir o consumo de vídeo online e fornecer métricas comparáveis para análise de audiências.
Netflix está indo mal?
Apesar de ainda perder, e muito, para a televisão, a Netflix, maior serviço de streaming do mundo, continua tendo uma excelente fatia da audiência quando o assunto são apenas plataformas de vídeo online. De acordo com um relatório de resultados da empresa referente ao último trimestre de 2022, a marca cresceu mais do que o esperado e segue líder em engajamento, receita e lucros — ainda assim, a marca pretende cobrar por compartilhamento de senha em breve.
Não à toa, o final de 2022 marcou a chegada de títulos importantes para a Netflix, como, por exemplo, Wandinha, que se tornou a terceira série mais popular e assistida da história do serviço; Glass Onion: Um Mistério Knives Out, que traz um elenco recheado de estrelas de Hollywood; e Harry e Meghan, que se transformou na segunda série documental de maior sucesso do streaming.
Em novembro, a gigante vermelha também lançou seu plano mensal mais barato, que conta com anúncios e qualidade menor de reprodução. Como resultado, a empresa terminou o ano passado com 231 milhões de assinantes em todo o mundo, US$ 32 bilhões de receita e US$ 1.6 bilhão em fluxo de caixa. Nada mal, não é mesmo?
Mas as perguntas que ficam são: quanto mais a Netflix precisa crescer para rivalizar com a televisão, afinal?
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