Viola Davis no Brasil: atriz enaltece amor dos fãs em coletiva; veja
Uma das atrizes mais amadas atualmente está no Brasil: Viola Davis pisou em terrinhas brasileiras pela primeira vez na tarde de ontem (18) para promover o filme A Mulher Rei, no qual atuou como protagonista e produtora executiva.
No longa, ela interpreta General Nanisca, líder da Agojie, um grupo de guerreiras composta apenas por mulheres que protegiam o reino africano de Daomé nos anos 1800. A história inspirada em eventos reais mostra a personagem treinando uma nova geração de recrutas, que se preparam para uma grande batalha.
O Reino do Daomé era um dos mais ricos da época, enquanto as Agojie eram as guerreiras mais temidas da África Ocidental (no território hoje conhecido como Benin). O sistema do Reino incluía cargos oficiais que eram ocupados tanto por um homem quanto por uma mulher (daí o nome A Mulher Rei).
Viola Davis na coletiva de imprensa, realizada no Rio de Janeiro (Foto: Manuela Scarpa/Brazil News)
Brasil na rota
Em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (19), a atriz se derreteu pela cultura brasileira. "Estou impressionada com a cultura, a bondade do povo e como tudo parece ser uma celebração", disse. Quando perguntada sobre o que mais gostou até agora, a atriz respondeu: "Por enquanto, o que mais gostei foi todo o amor de vocês por mim", brincou.
Sobre a vinda ao Brasil, a atriz também comentou a importância histórica do país para o contexto do filme. Isso porque a cultura brasileira tem origens também africanas - considerando que milhões de africanos foram trazidos como escravos. "Atualmente, existem inúmeros descendentes de povos originários africanos no Brasil. Nós podemos dizer que os dois países são interligados pela história".
Representatividade
Há anos, Davis, que frequentemente fala sobre a pouca representatividade de mulheres negras no cinema, reforçou o impacto positivo da trama para o público.
“Senti que A Mulher Rei era uma história importante, porque me vi nela”, comentou Viola. “Muitas mulheres negras não se enxergam como pessoas valiosas e, assim como aconteceu comigo, esse filme as ajudará a verem a sua força e vulnerabilidade. Elas terão uma chance de se enxergarem de um jeito que nunca viram antes.”
As Agoji protegiam o reino africano de Daomé nos anos 1800 (Foto: Divulgação)
O produtor Julius Tennon, que também veio ao Brasil para promover o filme, comentou que o longa demorou sete anos para sair do papel e que foi necessária muita pesquisa, já que existe pouco material sobre as Agojie.
"Os desafios de desenvolver um filme sobre pessoas com cor sempre são mais difíceis. É preciso ter muito foco, persistência e pensar 'É isso que queremos fazer e é assim que deve ser feito'. Esse filme, por exemplo, pode gerar uma mudança [na história do cinema] que todos queremos ver", disse durante a coletiva.
"É importante ter personagens como as do filme porque a arte imita a vida, e precisamos saber que elas também são mulheres. As pessoas não nos verem não é mais aceitável."
A dupla reforça, porém, que a mudança só é possível com a ajuda da audiência. “Esperamos que esse filme seja o primeiro de muitos [com representatividade humanizada de pessoas negras] e isso só será possível se alcançarmos o maior número de pessoas", comentou Julius. "E isso só depende de vocês [público]", complementou Davis.
Além de Viola, A Mulher Rei conta com Lashana Lynch, John Boyega, Sheila Atim e Masali Badusa no elenco principal. Gina Prince-Bythewood ocupa a direção.
A Mulher Rei está com estreia marcada para o dia 22 de setembro.
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