Filmes Snuff: conheça o conceito dos filmes proibidos
Imagens chocantes, violência gráfica explícita, sangue para todos os lados e histórias tensas. Tudo isso pode ser encontrado na maioria dos filmes snuff, um subgênero do terror calcado em narrativas aparentemente reais e sem filtros.
Mas foi por meio de lendas urbanas que esses filmes ficaram famosos, sobretudo porque, segundo aqueles que espalharam os primeiros boatos, ao invés de se basearem em roteiros de ficção, os cineastas apresentavam assassinatos e torturas que teriam acontecido de verdade.
Ficou curioso? Abaixo, confira mais informações sobre o assunto!
De onde surgiram os filmes snuff?
Na língua inglesa, snuff significaria, literalmente, o ato de fungar. O termo surgiu pela primeira vez em um livro do escritor Ed Sanders, lançado originalmente em 1971, contando algumas das atrocidades da seita liderada por Charles Manson. Segundo suas pesquisas, durante os assassinatos, alguns dos membros teriam registrado seus crimes com uma filmadora.
Na época, tudo não passava de teoria sem comprovação, mas o escritor não deixou de comentar essas questões em seu livro, ajudando a cunhar o termo snuff para designar esse tipo de filmagem.
E no ano seguinte, inspirado pelo caso da Família Manson, o distribuidor Allan Shackleton lançou o filme Massacre.
(Monarch Releasing Corporation/Reprodução)Fonte: Monarch Releasing Corporation
Porém, o filme de terror de baixo orçamento não fez tanto sucesso com o público, embora tivesse cenas de violência bastante chocantes.
De acordo com uma entrevista de Shackleton, o que o motivou a relançar a obra com um novo título foi ter ouvido a conversa de dois espectadores que falaram sobre como algumas das sequências de assassinatos pareciam reais.
Assim, o empresário teve a ideia de trocar o título do longa-metragem para Snuff e promover um novo lançamento da produção, incluindo cenas adicionais. Dessa maneira, ele espalhou o boato de que o novo filme contaria com sequências de assassinatos cometidos de verdade para o projeto.
A ideia realmente funcionou e o relançamento de Massacre deu muito certo. Muitas pessoas, atraídas pelo boato de que veriam cenas reais de assassinato correram para os cinemas.
Esse fato ajudou a criar uma tendência, que inspirou outros cineastas a fazerem o mesmo.
Inúmeras polêmicas marcaram os filmes snuff
Por tratar-se de filmes que vendem a ideia de que assassinatos aconteceram de verdade durante a produção, esse gênero é marcado por inúmeras polêmicas. As cenas contêm um realismo impressionante e são capazes de chocar o público. E com a questão do marketing, tudo fica ainda mais complexo.
Conforme novos lançamentos snuff surgiram, a lenda urbana se popularizou e os filmes fizeram muito sucesso entre o público. Apesar dessa questão, os assassinatos retratados, obviamente, não passam de ficção.
Eles apenas utilizam uma estratégia específica para atrair a audiência e assim faturar mais dinheiro com os lançamentos no cinema.
(Shutterstock/Reprodução)Fonte: Shutterstock
Porém, há relatos de pessoas que acessaram a tão famosa Deep Web e se depararam com filmes que usaram assassinatos reais para contar sua história. Em linhas gerais, o termo snuff, atualmente, pode designar qualquer tipo de filmagem que contenha um assassinato.
A partir disso, muitos casos perversos são encontrados na internet, cujos vídeos não estão disponíveis e foram usados apenas em juízo nos tribunais.
Quais os filmes snuff mais famosos?
É possível citar alguns títulos que geraram bastante incômodo e controvérsia entre o público. O primeiro deles é Holocausto Canibal (1980), do cineasta Ruggero Deodato, acusado de promover assassinatos a pessoas e animais.
O que mais reforçou essa ideia foi o fato do filme utilizar atores contracenando com indígenas do território colombiano da floresta Amazônica.
Na trama, quando a equipe do professor Harold Monroe (Robert Kerman) viaja até o local em busca de quatro amigos documentaristas, eles encontram as filmagens capturadas pelo grupo desaparecido.
Ao assistirem as fitas, todos se chocam com o conteúdo, pois diversas atrocidades foram cometidas contra os indígenas que, de alguma maneira, se vingaram no final das contas.
(United Artists/Reprodução)Fonte: United Artists
A partir disso, o professor tenta impedir que a imprensa encontre essas evidências de violência extremamente brutais. Proibido em diversos países, a produção ainda sofre com os boatos de que pessoas morreram de verdade para o seu desenvolvimento, principalmente pelo realismo das cenas.
Dentro desse contexto, é possível citar também projetos que contam com a premissa de cineastas querendo filmar um snuff, como o brasileiro Snuff, Vítimas do Prazer (1977), do diretor Cláudio Cunha, e A Entidade (2012), de Scott Derrickson, com Ethan Hawke.
Os filmes snuff também estão no imaginário da cultura pop, sendo tema de episódios de séries televisivas, incluindo CSI: Investigação Criminal e American Horror Story.
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