11 filmes e séries que abordam a saúde mental
As séries e os filmes que estão disponíveis em nossas plataformas de streaming são também fonte de informação, e um tipo de conhecimento que eles podem nos trazer diz respeito a temas relacionados à saúde mental – o qual, aliás, é um assunto que costuma ser ignorado por muita gente ou até mesmo visto com preconceito, envolto de tabus.
Aqui neste texto, listamos 11 indicações, entre filmes e séries, com boas abordagens sobre as diversas facetas desse tema. Desse modo, ao assisti-los, você consegue se informar, podendo até mesmo se conhecer melhor, além de poder auxiliar as pessoas em sua volta.
1. O lado bom da vida (2012) — transtorno bipolar
(Fonte: O Globo)Fonte: O Globo
Esse filme aborda a história de um homem com transtorno bipolar que perdeu tudo que lhe importava na vida: casamento, emprego e casa. Após meses de internamento, Pat Solitano (vivido por Bradley Cooper) é liberado para que fique sob o cuidado de seus pais e possa reconstruir sua vida, mas a retomada de sua dignidade não é fácil.
A obra trata com delicadeza a realidade de pessoas que lutam para lidar com a própria vida, enquanto enfrentam suas questões de saúde mental. A atriz Jeniffer Lawrence recebeu o Oscar de melhor atriz por sua interpretação nesse filme.
2. In Treatment (2008)
(Fonte: HBO)Fonte: HBO
O que acha de assistir a uma série que, basicamente, exibe sessões de terapia? Essa é a proposta da série In Treatment, produzida originalmente por uma emissora israelense, mas que se tornou mundialmente famosa por sua versão americana, iniciada em 2008 e protagonizada pelo ator Gabriel Byrne.
A série é um rico material para se ter acesso às nuances do sofrimento alheio (e, por consequência, do próprio) por meio das histórias de diversos personagens que representam casos comuns na vida de muita gente, como a dor do divórcio, da solidão, da velhice, do abuso sexual, dentre vários outros temas.
In Treatment continua sendo produzida, mas com outra terapeuta, agora vivida pela atriz Uzo Aduba (famosa por sua personagem em Orange is the new black).
3. Garota, interrompida (2000) — transtorno borderline
(Fonte: Rolling Stone)Fonte: Rolling Stone
Estrelado por Angelina Jolie e Winona Ryder, o filme conta a história de uma moça internada em um hospital psiquiátrico após ser diagnosticada com transtorno borderline. Também conhecido por transtorno de personalidade limítrofe, ele se caracteriza pela instabilidade emocional permanente da pessoa que a porta, que costuma ter reações exageradas e agressivas aos episódios da vida.
No filme, a personagem de Winona Ryder (que tem transtorno borderline) cruza com várias outras pacientes, cada qual com um tipo específico de transtorno, no hospital onde está. Desse modo, a obra consegue construir um panorama complexo dos sofrimentos mentais – que, tantas vezes, são reduzidos erroneamente sob o termo preconceituoso “loucura”.
4. Melhor é impossível (1997) — transtorno obsessivo compulsivo
(Fonte: Divulgação)Fonte: Divulgação
O filme, dirigido por James L. Brooks e estrelado por Jack Nicholson, é uma película bastante divertida que transita entre o drama e a comédia romântica. Ele conta a história de Melvin Udall, um escritor solitário e ranzinza que vive reclamando de tudo, mas suas dificuldades de convivência têm um fundo psiquiátrico: Melvin tem Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Esse distúrbio de ansiedade, que se caracteriza pelos comportamentos repetitivos e compulsões, o afasta das pessoas. Aos poucos, a convivência com uma garçonete (Helen Hunt) e com um vizinho gay (Greg Kinnear) o faz se confrontar.
5. Atypical (2017) — autismo
(Fonte: Netflix)Fonte: Netflix
Essa série da Netflix é uma comédia dramática com um protagonista inusitado. Sam Gardner (vivido pelo ator Keir Gilchrist) é um rapaz diagnosticado dentro do espectro do autismo. Ele enfrenta algumas dificuldades para se encaixar em um mundo moldado para as pessoas neurotípicas – as cujo desenvolvimento neurológico é considerado “normal” em relação, por exemplo, aos autistas.
Atypical conquistou fãs no mundo inteiro, pois consegue fazer, de forma afetiva, entender e aceitar as limitações enfrentadas por Sam e assim notar que é possível tanto ajudar como acolher pessoas autistas dentro de suas necessidades.
6. As Horas (2002) — depressão
(Fonte: Divulgação)Fonte: Divulgação
Esse premiado filme, dirigido por Stephen Daldry, é um extenso retrato sobre as diferentes faces da depressão. A história aborda três personagens: a escritora Virginia Woolf (Nicole Kidman), que tinha depressão e cometeu suicídio em 1941; uma dona de casa (Julianne Moore) que lê a obra da autora e fica impactada; e uma escritora (Meryl Streep) que lida com seus dilemas particulares.
Todas são interligadas por algum tipo de convivência com essa doença que costuma ser chamada de “mal do século XXI”. É uma obra muito bem-sucedida na sua tentativa de fazer compreender que a depressão vai muito além da expressão de uma tristeza constante.
7. Um estranho no ninho (1975)
(Fonte: Cinematecando)Fonte: Cinematecando
Aqui temos um clássico absoluto, dirigido por Milos Forman. Na história contada em Um estranho no ninho, um sujeito (interpretado por Jack Nicholson) tenta escapar da prisão e, para conseguir isso, finge ter um transtorno mental. Ele vai parar em uma clínica psiquiátrica, onde conhece diversos tipos de paciente com problemas reais e se torna testemunha (e vítima) dos maus-tratos cometidos contra essas pessoas.
8. Melancolia (2011) — depressão
(Fonte: Divulgação)Fonte: Divulgação
O longa-metragem dirigido por Lars Von Trier é um dos melhores filmes sobre depressão do cinema. A trama envolve duas irmãs que estão voltando de uma festa de casamento ao mesmo tempo que um acontecimento catastrófico se prenuncia: um corpo celeste gigantesco está prestes a se chocar com a Terra e acabar com o planeta.
Enquanto a noiva, Justine (vivida por Kirsten Dunst), espera que o fim do mundo chegue logo, Claire (vivida por Charlotte Gainsbourg) está ansiosa por viver. A cena que inicia o filme, que mostra Justine enquanto tenta se mover contra uma força invisível, mas não consegue sair do lugar, é uma das mais perfeitas metáforas visuais sobre a depressão.
9. ER (1994-2000) — transtorno bipolar
(Fonte: Imdb)Fonte: Imdb
A série ER (que no Brasil, foi transmitida como Plantão Médico) durou 15 temporadas. Inúmeros personagens passaram pelos corredores do hospital público de Chicago. No entanto, na temporada 7, uma personagem secundária foi marcante: Maggie (interpretada por Sally Field) era a mãe da enfermeira Abby Lockhart (Maura Tierney). Ela se reaproxima da filha que, a princípio, finge não a conhecer.
No desenrolar dos episódios, descobrimos que Maggie tem transtorno bipolar e que a rejeição da filha reflete o sofrimento da convivência com essa doença. Sally Field, que interpreta magistralmente o papel, ganhou um prêmio Emmy por essa performance.
10. Shame (2012) — ninfomania
(Fonte: SBPRP)Fonte: SBPRP
Shame gerou muita polêmica na época de seu lançamento por tratar de um tema que não é tão comum no cinema: a compulsão por sexo, também conhecida como ninfomania. O personagem principal, Brandon (interpretado por Michael Fassbender), é um sujeito um tanto apático, cuja vida parece ser em torno da conquista de oportunidades para fazer sexo.
Mas, como bem mostra o filme, essa é uma busca que parece envolver mais sofrimento do que prazer. Aos poucos, Brandon entra em uma derrocada que o leva gradativamente a situações humilhantes.
11. Coringa (2019) — síndrome pseudobulbar
(Fonte: BBC)Fonte: BBC
A obra de Todd Phillips se tornou muito famosa desde o seu lançamento, a ponto de gerar memes que permanecem sendo replicados. Muitas vezes, o personagem Coringa, vivido por Joaquin Phoenix (premiado com o Oscar pelo papel) é mal- interpretado, sendo um sujeito excluído pela sociedade e que, por causa disso, tem reações de violência. O comportamento típico do Coringa – a reação de gargalhar em momentos de tensão – é, na verdade, um transtorno neurológico chamado síndrome pseudobulbar.
Por fim, vale recordar que conhecimento é poder, mas que ele não substitui os tratamentos médicos especializados. Caso suspeite que você ou alguém que você ame talvez sofra de algum dos transtornos ilustrados nessas obras, lembre-se de que esses filmes e séries não são terapia, mas apenas uma fonte de informação sobre o assunto.
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