Round 6: 6 passagens que tiveram significados mudados devido às traduções
ATENÇÃO, SPOILERS À FRENTE!
Diante do sucesso de Round 6 (Squid Game, no original), na Netflix, muitos fãs da produção têm se manifestado assiduamente pelas redes sociais. Foi a partir dessas interações, e também por conta de fluentes na língua coreana que algumas inconsistências de tradução foram percebidas em diversos idiomas.
Por esse motivo, selecionamos algumas das passagens mais polêmicas em termos de tradução que a série sofreu ao longo de sua exibição em alguns países.
Confira!
6. O título do episódio final
(Fonte: Netflix/Reprodução)Fonte: Netflix
Apesar do título do episódio final não apresentar, necessariamente, um erro de tradução do coreano para outras línguas, ele evidencia uma referência que apenas pessoas familiarizadas com a literatura sul-coreana poderiam perceber. “One Lucky Day” (“Um dia de sorte”, na Netflix brasileira) é também o título de um romance clássico publicado em 1924 por Hyun Jin-geon.
Na trama, o protagonista trabalha exaustivamente para dar o melhor à sua esposa doente, mas ela acaba morrendo. Pode-se dizer que o mesmo acontece com Gi-hun (Lee Jung-jae), tendo em vista que sua mãe doente também acaba morrendo.
5. Conversas entre Gi-hun e Il-nam
(Fonte: Netflix/Reprodução)Fonte: Netflix
Durante todo o seu percurso na competição, Gi-hun trata Il-nam (Oh Young-Soo) de uma forma exemplar, sempre com muita educação e formalidade. No episódio final, contudo, o protagonista descobre que seu amigo, na verdade, era o fundador dos jogos e que estava na arena apenas por diversão.
Gi-hun passa a desprezar o antigo companheiro por todas as mentiras que haviam sido ditas anteriormente. No entanto, a tradução em alguns idiomas não consegue deixar isso claro ao público.
4. A verdadeira definição de Gganbu
(Fonte: Netflix/Reprodução)Fonte: Netflix
Em coreano, Gganbu tem um significado bastante amplo, se referindo a uma amizade cheia de confiança e sentimentos intensos compartilhados a todo momento. Em um dos episódios, Il-nam se refere a Gi-hon como seu gganbu.
Porém, na versão inglesa da série, isso é explicado como se os dois compartilhassem tudo, o que inclui suas posses. Na versão original, entretanto, Il-nam afirma que entre ele e Gi-hon não haveria qualquer propriedade. A diferença, apesar de sutil, não consegue exprimir com muita clareza a verdadeira definição da palavra em questão.
3. O passado da participante 212
(Fonte: Netflix/Reprodução)Fonte: Netflix
Quando os jogadores precisam escolher duplas para a rodada de bolinhas de gude, Han Mi-nyeo (Kim Joo-ryung) é deixada de lado. Irritada, ela diz algo sobre não ser nenhum gênio, mas que ainda poderia ser ágil em resolver os problemas que fossem colocados em sua frente. Na verdade, a personagem não quis dizer nada disso. A tradução, realizada de maneira errônea, inclusive, deixa de lado uma das críticas que a série tenta apresentar aos espectadores.
Han Mi-nyeo teria, na verdade, dito que, apesar de não ter tido a oportunidade de estudar, ainda era muito inteligente. Isso demonstra como os mais pobres podem perder suas chances de vencer na vida por conta de suas respectivas condições sociais.
2. O sotaque norte-coreano
(Fonte: Netflix/Reprodução)Fonte: Netflix
Uma questão essencial para a formação narrativa da série, que se perde completamente entre aqueles que não são falantes da língua coreana, é a questão do sotaque. Kang Sae-byeok (Jung Ho-yeon) é uma personagem norte-coreana, que, inclusive, fugiu de seu país de origem para buscar melhores condições de vida. Ao longo dos episódios, ela tenta esconder seu sotaque para que ninguém perceba sua verdadeira origem.
Sae-byeok só fala com outros jogadores com sotaque sul-coreano, mas quando precisa lidar com seus familiares, ela pronuncia todas as palavras da forma como aprendeu desde o início. Infelizmente, esse detalhe passou despercebido para o resto do mundo.
1. Aspectos culturais da Coreia do Sul
(Fonte: Netflix/Reprodução)Fonte: Netflix
Durante Round 6, os espectadores são bombardeados com aspectos culturais sul-coreanos, que vão desde as comidas servidas aos personagens (do primeiro ao último episódio) até às brincadeiras típicas do país asiático. Embora alguns desses detalhes sejam relativamente pequenos e corriqueiros, há alguma perda para os espectadores que estavam acompanhando de perto toda a trama.
No entanto, há uma metáfora visual relativamente forte na narrativa que é apresentada quando Cho Sang-woo (interpretada por Park Hae Soo) se senta em uma banheira no início da temporada. Ao lado dela, há briquetes de carvão em chamas, que, na Coreia do Sul, demonstram um grande sinal de pobreza.
Além disso, quando o personagem em questão fala sobre sua situação a Gi-hun, o protagonista confunde a palavra “futuro” com “presente”, pois ambas têm a mesma pronúncia na língua coreana.
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