A Linha: narrativa brasileira em realidade virtual é finalista no Emmy 2020
Sobre os trilhos de uma miniatura da cidade de São Paulo em 1940, uma delicada e envolvente história de amor entre um entregador de jornais e uma florista acaba de colocar o Brasil entre os finalistas do 72° Primetime Emmy Awards, o principal prêmio global dado a obras e profissionais da indústria televisiva, que este ano será realizado em setembro.
Dirigida por Ricardo Laganaro, produzida pelo estúdio ARVORE e com vozes de Rodrigo Santoro (inglês) e Simone Kliass (português), “A Linha” é uma narrativa interativa em realidade virtual (VR) totalmente pensada e desenvolvida para ser contada neste formato. A obra inova ao permitir que o usuário interaja com a experiência usando o próprio corpo ao invés de controles e é uma porta de entrada para o grande público experimentar a tecnologia de VR.
A Linha/Reprodução
“A Linha” chega ao Emmy como finalista na categoria “Outstanding Innovation in Interactive Media”, que premia empresas ou pessoas responsáveis pela criação de programas ou obras interativas notáveis e impactantes, que ampliem os conceitos de arte e ciência em mídias interativas e demonstrem domínio do formato, elevando significantemente a experiência do usuário.
“Ser reconhecido pela Academia da Televisão é uma honra que pode dar ao Brasil a chance de ser protagonista em uma nova linguagem dentro da realidade virtual. ‘A Linha” representa o que há de mais avançado no uso de imersão corporificada em narrativas interativas. O corpo do usuário substitui o controle e os movimentos não só desenrolam a história, mas inspiram uma autorreflexão intencional”, disse Ricardo Laganaro, diretor de “A Linha”.
Premiada como “Melhor Experiência em VR” no 76º Festival de Veneza, “A Linha” coloca o ser humano no centro da narrativa e conta uma história universal de amor com camadas adicionais de significado e compreensão, especialmente sobre rotina e medo de mudanças. Repleta de emoções, combina ainda a interação corporal da realidade virtual com inovações técnicas e conceituais que tornam suas escolhas artísticas possíveis. A obra é a primeira experiência lançada comercialmente para Oculus Quest a usar o novo recurso de rastreamento de mãos (hand tracking), ampliando a imersão do usuário e seu senso de participação na trama.
“A realidade virtual é um poderoso meio para contar história e estamos descobrindo novas maneiras de fazer isso. A ARVORE tem investido muito na exploração de possibilidades dessa mídia e confia que o “A Linha” seja um passo importante para levar esse tipo de experiência a um público cada vez maior”, disse Ricardo Justus, CEO da ARVORE.
Pedro e Rosa
Os protagonistas de “A Linha” são Pedro e Rosa, dois bonecos em miniatura perfeitos um para o outro, mas que relutam em superar suas próprias limitações e viver uma história de amor. Nos cerca de 15 minutos de duração da experiência, o usuário é transportado para uma versão em miniatura de São Paulo nos anos 1940, um cenário encantador em que Pedro, um entregador de jornais, repete todos os dias o mesmo percurso durante seu trabalho. A cada ciclo, porém, o personagem permite a si mesmo uma pequena escapada para colher uma flor amarela e deixar, anonimamente, para Rosa, a florista.
A Linha/Reprodução
Tudo acontece sempre da mesma forma até que as rosas amarelas acabam. Pedro então é forçado a enfrentar seu maior medo: escolher um outro caminho para tentar encontrar novas flores. Esta pequena e ousada atitude revira totalmente o universo particular de Pedro, que passa a enxergar seu mundo sob uma perspectiva diferente e carrega o usuário sutilmente para o meio de um grande impasse criado pela mudança na rotina.
“Adotamos referências e estéticas da cultura brasileira para explorar uma narrativa regional com conflitos universais. ‘A Linha’ reflete as características e peculiaridades do seu ambiente, mas dentro um contexto familiar às pessoas de qualquer lugar do mundo”, comenta Laganaro.
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