It – A Coisa: as principais diferenças entre o livro e o filme
Adaptações de livros para o cinema comumente fazem algumas modificações nos roteiros originais. Às vezes os fãs da obra literária ficam furiosos com algumas das alterações, enquanto em outros casos as mudanças são vistas com bons olhos.
Mas, falando especificamente sobre It: A Coisa, de Stephen King, cujo remake do longa estreou nas telonas no início de setembro, quais serão as principais diferenças entre o que é exibido no filme, e o que consta nobest-seller?
A produção de 2017 de It mostra o Clube dos Perdedores em um período que vai de 1988 a 1989, e podemos ver em algumas cenas pôsteres do filme Gremlins nas paredes, reforçando que a história está acontecendo nos anos 1980.
Já no livro, o pessoal que faz parte do clube está vivendo a época entre 1957 e 1958, e passam o seu tempo curtindo matinês de cinema, entre outras atividades comuns daquela década. É possível que a escolha da década de 1980 para ambientar a nova produção tenha sido feita para que o segundo filme de It, mostrando o pessoal já adulto, se passe nos dias atuais.
No livro, King usou figuras da cultura pop dos anos 1950 para criar os monstros que aterrorizariam as crianças, como um lobisomem, uma múmia, Frankestein e o próprio palhaço. Já no filme, o Pennywise tem o grande destaque, sendo que a cena da pintura na parede de Stan e os pais de Mike sendo queimados vivos foram invenções para a produção cinematográfica. Já o leproso perseguindo Eddie aparece em ambas as obras.
Talvez a maior diferença entre o livro e o filme de It seja no que diz respeito a Mike Hanlon. Na obra literária, os pais do garoto estão vivos e ele passa seu tempo ajudando seu pai em tarefas, e ajuda o pessoal do Clube dos Perdedores a descobrir o que está acontecendo. Já na versão para o cinema, os pais de Mike morreram carbonizados e ele trabalha com seu avô abatendo ovelhas a contragosto.
A bicicleta Silver, de Bill, tem um papel importante na versão escrita de It, sendo o símbolo da persistência e das fugas do pessoal. A bike é usada por Bill em diversos momentos importantes da trama, sendo necessária para salvar a vida dos colegas e parentes de Bill tanto em sua infância, quanto na vida adulta. Já no filme, a magrela não aparece muito, e talvez ela tenha maior destaque na sequência do longa.
O personagem morre tanto no livro, quanto no filme. Mas na produção cinematográfica, seu fim chega muito antes do que na obra literária. Ele é comido nos esgotos e acaba estampando os cartazes de “desaparecidos”, sendo que o Patrick do livro costumava exibir na escola sua coleção de moscas mortas, e matava gatos e cachorros por aí, colocando seus corpos em uma geladeira enferrujada que encontrou no lixo. Enquanto no livro Patrick era um jovem psicopata, no cinema o personagem foi reduzido a um bully.
No livro, Henry enlouquece atormentado pela onda de assassinatos, já no filme de 2017, ele parece ter morrido depois de uma briga com Mike, que o empurra poço abaixo. Mas na obra literária o personagem aparece como adulto, sendo apontado como culpado por tantas mortes e passando duas décadas internado em um hospital psiquiátrico. Então ficamos no aguardo da continuação do longa para saber se o Henry das telonas sobreviveu à queda, ou se sua história no cinema chegou mesmo ao fim.
Para tentar matar o palhaço assustador, as crianças o atacam com balas de prata, já que havia a crença de que monstros seriam derrotados com este metal. Ainda na história do livro, as crianças também realizam o Ritual de Chüd, que é uma espécie de duelo psíquico que não seria tão bem retratado assim em um filme. Por isso, na versão cinematográfica a arma de Mike substitui o estilingue de Beverly para atacar It.
Na obra de Stephen King, as crianças se deparam com uma aranha monstruosa quando ficam cara a cara com It. Essa seria a aparência mais próxima de sua forma verdadeira no mundo dos humanos, mas, no filme, os roteiristas acharam melhor revelar essa imagem somente no segundo longa, deixando a imagem do palhaço Pennywise aterrorizando os garotos, mesmo.
E uma cena bastante controversa, contida no script original da trama, foi removida em sua adaptação para o cinema. É que, assim que as crianças são derrotadas por It no livro, Beverly decide fazer sexo com todos os meninos do Clube dos Perdedores.
A ideia do autor, aqui, seria mostrar a perda de inocência do grupo, que, ao lidar com uma figura tão bizarra e perigosa como It, acabam sendo forçados a desistir da infância e entrar na vida adulta. Mas exibir no cinema uma cena em que uma garota faz sexo com vários meninos, todos menores de idade, não seria uma ideia tão boa assim nos dias de hoje.
Este texto foi escrito por Patricia Gnippervia N-Experts.
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