Freddie Highmore: de Bates Motel a The Good Doctor em apenas 3 dias

Dr. Shaun Murphy vem genuinamente conquistando os fãs com The Good Doctor, e muita gente que convive com pessoas do espectro autista diz que sua representação é realmente bem fidedigna. Isso nos faz pensar que o ator Freddie Highmore teve muito tempo para estudar esse transtorno e se preparar para o papel, certo? Errado!

Na verdade, em uma recente entrevista para o site Deadline, o ator contou que a transição para essa série da sua produção anterior, Bates Motel, em que interpretava o psicopata e serial killer Norman Bates, foi curtíssima: levou apenas três dias.

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"Não era o plano. Se você tivesse me perguntado antes de eu receber o roteiro, depois do alívio de terminar uma temporada que exigiu tanto de todos os envolvidos, eu acho que teria dito que estava empolgado com o mundo de possibilidades que se abre por não fazer parte de um programa de televisão. Mas, quando o roteiro chegou, e eu percebi que seria possível fazer um personagem interessante apenas três dias após terminar as gravações de outro, consegui conciliar e acho que tive sorte", disse.

Criada por David Shore,The Good Doctor traz um médico autista que, graças à influência de um dos coordenadores do hospital, consegue uma vaga de residente em cirurgia pediátrica em um hospital-escola. Além de autista, Shaun é savant, uma pessoa com habilidades especiais de raciocínio que é extremamente inteligente.

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Ao longo dos episódios, a série mostra os conflitos diários de um hospital, as dificuldades de convivência geradas pelo preconceito com pessoas diferentes e a luta rotineira de Shaun para romper essas barreiras e se descobrir como cirurgião e pessoa, para além de seu autismo.

Highmore fez questão de aceitar o papel porque, segundo ele, o programa traz não apenas um personagem interessante, mas também uma história relevante para contar. Para ele, as séries de TV têm grande importância e podem impactar a sociedade — e personagens como Shaun são fundamentais.

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"Eu penso que Shaun fala não apenas por pessoas com autismo, mas por qualquer uma que tenha se sentido marginalizada pela sociedade ou não tenha tido chances justas para se provar capaz", explicou Highmore.

Ao longo da primeira temporada, no entanto, o ator teve tempo de se aprofundar mais no tema e conhecer melhor o espectro autista e os detalhes desse universo, tanto que na segunda ele deve ter um papel mais ativo dirigindo um episódio e participando também no roteiro.

"Todos no espectro também são diferentes, e mesmo pessoas com autismo não necessariamente se identificarão com a experiência exata pela qual Shaun passa. É só a ideia de ele aparecer naquele local de trabalho, no primeiro episódio, e as conversas que estão acontecendo sobre se eles deveriam ter alguém como Shaun trabalhando no hospital. Você acha que a sociedade seguiu em frente, mas acho que a realidade é muito diferente."

Este texto foi escrito por Lu Belin via nexperts.