David Lynch fala sobre TV e se refere a Trump como um grande presidente

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David Lynch é um cineasta que há tempos corre por fora do mainstream hollywoodiano – e não parece nem um incomodado com isso, mesmo morando no alto das Hollywood Hills em uma casa localizada na Mulholland Drive, que abriga também um estúdio onde passa boa a parte do tempo se dedicando à pintura com muito café e cigarro, como ilustrado no documentário David Lynch: A Vida de um Artista.

Famoso pela representação do bizarro em filmes cultuados, como Eraserhead e Veludo Azul, além de ter revolucionado as séries de televisão no início dos anos 90, com as duas temporadas de Twin Peaks e o mistério por trás do assassinato da jovem Laura Palmer, a visão que Lynch tem do mundo e seu cotidiano ocasionalmente traz pensamentos peculiares e repercussões mistas, tal como a sua filmografia.

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Sendo Lynch entrevistado para o jornal The Guardian em virtude do lançamento do seu livro de memórias intitulado "Room To Dream", veículos de imprensa ficaram em alarde não por saberem que o cineasta não havia assistido aos oscarizados A Forma da Água e Dunkirk ou até mesmo Pantera Negra, mas sim por um recorte sobre a opinião dele a respeito do atual presidente dos EUA, Donald Trump, que tão pouco é estimado por aqueles lados da Califórnia.

Embora não se considere uma pessoa política (tendo votado em Bernie Sanders na primária democrata de 2016 e depois no libertário Gary Johnson nas eleições presidenciais), nas palavras dele, "realmente gosta da liberdade de fazer o que quer". Lynch se coloca indeciso sobre Trump: “Ele poderia ser um dos maiores presidentes da história, pois causou uma disrupção na coisa toda. Ninguém é capaz de combater esse cara de maneira inteligente”.

Por mais que o controverso 45º presidente americano quase não tenha apresentado boas e democráticas ações em mais de 1 ano de gestão, o cineasta acredita que Trump abriu espaço para que outros o façam, apesar de uma oposição imatura. "Nossos ditos líderes não podem levar o país adiante, não conseguem fazer nada. São como crianças. Trump mostrou tudo isso", comentou.

Carente do apoio artístico, Donald Trump não pensou duas vezes em compartilhar a matéria em sua tão ativa conta no Twitter:

{@@blockquote class="twitter-tweet" data-lang="pt"@@}{@@p lang="en" dir="ltr"@@}“Director David Lynch: Trump Could Go Down as One of the Greatest Presidents” {@@a href="https://t.co/AcgnIZNh6e"@@}https://t.co/AcgnIZNh6e{@@/a@@}{@@/p@@}— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) {@@a href="https://twitter.com/realDonaldTrump/status/1011385283562967041?ref_src=twsrc%5Etfw"@@}25 de junho de 2018{@@/a@@}{@@/blockquote@@}
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Meditação, cinema e televisão

No livro, David Lynch conta que a meditação transcendental o ajudou a perder a raiva e ter um foco melhor nos trabalhos; ele alega acreditar na reincarnação a ponto de não se chatear ao perder seus amigos e colegas de longa data. Quando os atores Miguel Ferrer, Catherine Coulson e Harry Dean Stanton faleceram, após as filmagens da terceira temporada de Twin Peaks, Lynch constatou: “A vida é uma viagem curta, mas continua sempre. Todos nos encontraremos novamente. Ao ser iluminado, você percebe o que realmente é e entra na imortalidade. Você nunca terá que morrer depois disso".

Alegando não ser um espectador de filmes e TV, com exceção de alguns programas de crime e de carros, Lynch crê que não voltará para o cinema tão cedo, mesmo sendo um amante da qualidade superior de imagem e som. Para o artista, cuja filmografia tem uma média de duração que costuma passar dos 120 minutos, os lançamentos ficaram curtos demais: "Eu não faria um longa-metragem no mundo de hoje porque o tipo de filme que eu faço não poderia ficar na telona por muito tempo”.

Por outro lado, David Lynch revelou estar entusiasmado com as possibilidades narrativas da televisão atualmente, permitindo séries de finais abertos e uma "história contínua", nas palavras dele. No entanto, para os apreciadores de Twin Peaks: O Retorno que esperam uma continuação, nenhuma novidade foi revelada pelo diretor, que se posiciona contrário à ideia de vídeos de making of, pois acredita que rompem com o "ato mágico" de um filme ou seriado.

[Atualização]

Após a repercussão de sua entrevista ao The Guardian, o diretor David Lynch esclareceu seus comentários em nota direcionada a Trump: "Essa citação que está rodando o mundo ficou um pouco fora de contexto e precisaria de uma explicação. Infelizmente, se você (Trump) continuar assim, não terá a chance de entrar para a história como um grande presidente. Isso seria muito triste para você e para o país. Você está provocando sofrimento e discórdia".

Este texto foi escrito por Thiago Cardoso via nexperts.

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