A Maldição da Residência Hill: uma espiada com Mike Flanagan

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02/11/2018 - 18:005 min de leitura

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Elogiada até mesmo por Stephen King, A Maldição da Residência Hill é um dos grandes sucessos da Netflix no momento. A série de terror sobrenatural se baseia no livro de mesmo nome escrito por Shirley Jackson e é adaptada por Mike Flanagan — o mesmo que adaptou Gerald's Game e agora dirige Doctor Sleep, ambos do próprio King.

A série vem dando o que falar, seja por seu lado dramático — chegou a ser comparada por sites gringos como o The Verge a This is Us — seja pelo terror coberto de fantasmas, sustos e surpresinhas escondidas em alguns cantos da casa que aparecem apenas para os olhos mais atentos.

Mas, para Flanagan, o tema mais pungente da série é o luto — e é justamente aí que a série encontraThis is Us. "Este tema me fascinou a vida toda e sempre encontra seu caminho dentro do que eu estou trabalhando, de um jeito ou de outro, mas este, mais do que qualquer outro trabalho, era sobre isso."

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Flanagan falou também sobre como essa reflexão sobre o luto afeta sua própria vida. "Cada um dos meus pais é o mais velho de seis filhos, então eles têm famílias grandes, e nós sofremos várias perdas. Isso se tornou um exame bastante catártico desse luto e um olhar sobre minha própria família e minha forma de processar isso."

Por falar em família e vida pessoal, Flanagan divide o set da série com sua esposa, a atriz Kate Siegel, que interpreta a personagem Theo e com quem ele trabalhou no filme Hush, também da Netflix. "Ela é maravilhosa. E eu não acho que nenhum de nós sobreviveria a 1 ano de produção estando longe um do outro, então foi realmente incrível podermos fazer isso; e eu acho que ela arrasou."

Receita de sustos e fantasmas

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Os efeitos especiais e os truques que contribuíram para construir as cenas mais importantes — e assustadoras! — de A Maldição da Residência Hill foram pensados com tanto cuidado pela equipe de produção que Flanagan lembra de cada detalhe. Enquanto alguns parecem ter sido feitos com toda uma tecnologia de edição envolvida, outros foram construídos com as técnicas mais antigas de gravação já pensadas.

É o caso, por exemplo, do episódio 6, um dos mais impressionantes no sentido de colocar tudo na cena, de forma que o público fica acreditando que foi um truque de edição. "Era parte do nosso argumento para o programa que, sempre que juntássemos as crianças, parecesse um take ininterrupto, basicamente, para todo o episódio. Todo mundo adorou essa ideia, mas, quando começamos a preparar, de repente se tornou 'Oh Deus, agora nós temos realmente que fazer isso' — foi muito assustador!"

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Fazer essa cena, para ele, foi praticamente desenhar uma coreografia, de forma que os atores precisavam seguir os movimentos, assim como a câmera. "Quando começamos a projetar a casa, pensamos nos elementos dela especificamente para os requisitos do episódio 6. Hill House estava em um ponto, a casa funerária ficava em outro, e tínhamos que construir esse corredor entre os dois para que pudéssemos caminhar fisicamente de um cenário para o outro e entrar em Hill House sem cortar", conta o diretor, que revela ainda que esse episódio sozinho demorou quase 2 meses para ser filmado, entre ensaios e mais ensaios.

Na cena em que Hugh e Olivia estão no segundo andar e a câmera flutua para o primeiro junto com eles, a produção construiu um elevador especialmente para filmar esse take. "Ele fica fora de enquadramento pelo resto da filmagem, mas tínhamos que fazê-lo descer enquanto estávamos com os atores embaixo; então, o operador de câmera apenas entrava no elevador e ia até o chão. Ele saía, e o elevador voltava direto para cima para que ele pudesse se virar e o elevador, desaparecer", explicou Flanagan.

Essa e as demais cenas mais longas, segundo ele, dependiam da colaboração de todos para que uma verdadeira ação coordenada garantisse o sucesso do take. "Eu estou muito orgulhoso, principalmente do elenco e da equipe de filmagem, porque a gravação é um esforço muito colaborativo, mas esse foi o esforço de 200 pessoas que tiveram que estar em perfeita sincronia umas com as outras; se uma deixasse a peteca cair, nós teríamos que cortar e começar tudo de novo. Então, a pressão era enorme!"

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Algumas cenas foram especialmente divertidas de serem filmadas, segundo Flanagan; por exemplo, aquela em que o Hugh mais velho entra no local onde será feito o funeral e vê seus filhos adultos. Quando a câmera faz um giro pelo ambiente e, sem cortes, retorna para onde eles estavam, agora ele vê suas crianças.

"Foi hilário assistir a esse episódio. Se você sai do enquadramento, é engraçadíssimo; as crianças estão todas amontoadas, abaixadas e se escondendo no quarto ao lado, daí elas só correm e entram na cena. E enquanto eles estão fazendo isso, no fundo você está assistindo à equipe tirar freneticamente um boneco de Victoria Pedretti do caixão para ajudar a pequena Violet a subir em seu lugar. Então, estávamos fazendo todas essas trocas ao mesmo tempo", revela.

A agilidade por trás das câmeras definitivamente estava entre os requisitos para trabalhar em A Maldição da Residência Hill, já que quase todas as cenas demandaram essas transformações de cenário, que eram complementares à própria construção de decoração da casa, onde, inclusive, eles fizeram questão de colocar padrões, texturas e estampas que remetessem a rostos humanos sempre que possível.

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"Há uma grande piada quando Olivia está passando pelos corredores e as estátuas a estão rastreando. Quando você volta, suas cabeças estão em posições diferentes, o que parece muito legal, exceto quando você vê os membros da equipe se escondendo atrás da parede carregando estátuas com diferentes posições da cabeça e mergulhando-as freneticamente na moldura para chegar lá antes que a câmera volte. É bem engraçado!"

Quem diria que, por trás de uma série focada em dramas e sustos, teria uma equipe se divertindo tanto, não é mesmo?

Este texto foi escrito por Lu Belin via nexperts.

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