Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald tem menos magia que o esperado (crítica)
A magia do universo de Harry Potter está de volta aos cinemas com Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald, sequência de Animais Fantásticos e Onde Habitam (2016).
A escritora J.K. Rowling assina o roteiro dessa continuação, mantendo a autoria sobre o mundo mágico que criou. O cineasta David Yates também retorna à direção, após ter comandado quatro filmes Harry Potter (desde A Ordem da Fênix) e o primeiro Animais Fantásticos.
Apesar do time intacto atrás das câmeras, a franquia Animais Fantásticos não tem produzido o mesmo encanto que a saga do menino bruxo e seu arqui-inimigo Voldemort – o que é uma pena, pois há muito potencial e uma imensidão de possibilidades nesse magnífico universo criado por J.K. Rowling.
Entretanto, Os Crimes de Grindelwald deixa sensações confusas – a começar pelo próprio título. Ao tentar definir um novo rumo para a franquia Animais Fantásticos, o segundo filme (dos cinco previstos pela Warner até 2024) se atropela em um roteiro enfadonho e que não parece saber o que quer com seu vilão principal.
Fica a impressão de que havia muito mais nos planos (e, quem sabe, no roteiro) de Rowling para os tais “crimes” de Grindelwald. Talvez a polêmica com o ator Johnny Depp – com a imagem queimada após um divórcio litigioso e acusações de agressão – tenha afetado o rumo da história nos bastidores (lembrando que estamos falando da Warner aqui), e a escritora e seu diretor estejam pagando o preço por manter Depp no papel titular.
De qualquer forma, o longa é menos sobre Grindelwald ou seus crimes, e mais sobre Newt e Tina, Leta Lestrange, Credence e Albus Dumbledore, além dos novos e encantadores Animais Fantásticos (com destaque para um cavalo-marinho feito de algas e uma criatura parecida com o Falkor de A História Sem Fim).
A trama gira em torno de Credence (Ezra Miller) à procura de sua verdadeira identidade, enquanto o perigoso Grindelwald tenta atraí-lo à causa contra o mundo dos não magos. A pedido de Dumbledore (Jude Law), o ex-estudante de Hogwarts Newt Scamander (Eddie Redmayne) deve ir atrás do bruxo com a ajuda de seus amigos – especialmente aqueles em sua maleta mágica.
Apesar da boa premissa e de algumas revelações importantes no caminho, a narrativa que se apresenta nas telas é aquém do esperado. O roteiro perde tempo com um conflito bobo entre Newt e Tina, que parece nunca se resolver, e faz pouco com a história do jovem Dumbledore, sem a coragem de explicitar uma relação amorosa tão crucial para a história!
O longa encontra maior densidade nas narrativas secundárias, como a jornada de Leta Lestrange (Zoë Kravitz) e os detalhes sobre sua família, e em personagens coadjuvantes, como Queenie (Alison Sudol), Jacob (Dan Fogler) e a cobra Nagiri (Claudia Kim), que tem sua origem revelada.
Como um todo, no entanto, Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald é uma obra irregular dentro do universo fantástico de J.K. Rowling, mas mantém viva a magia de Harry Potter até os próximos capítulos da franquia.
Relacionado: Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald ganha trailer final legendado
Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald estreia no dia 15 de novembro nos cinemas.
Categorias