My Brilliant Friend: 8 fatos sobre a avassaladora série italiana
A série My Brilliant Friend (ou Amiga Genial, em português), cuja primeira temporada estreou em novembro, foi um sucesso no mundo todo, especialmente na Itália, onde teve mais de 7 milhões de espectadores.
A produção é uma parceria entre a HBO e a emissora italiana RAI e, por ser baseada em uma obra literária de origem italiana, a série foi exibida originalmente nesse idioma. No Brasil, a transmissão da primeira temporada ficou por conta da rede americana, e todos os episódios estão atualmente disponíveis na HBO Go.
Se você se interessa pelo universo dos livros, possivelmente ouviu, em algum momento dos últimos anos, falar em Elena Ferrante ou na #FerranteFever. A autora que ganhou grande projeção mundial desde o lançamento da edição italiana de "Amiga Genial", em 2011, mobiliza uma horda de fãs e muita curiosidade em torno de sua identidade.
Cada um dos romances que compõem a “tetralogia Napolitana” foi aguardado com bastante ansiedade, e os lançamentos da autora se tornaram motivo de frisson tanto na internet quanto na vida real. Seguindo a mesma lógica, portanto, a adaptação para a TV gerou muita expectativa naqueles que já eram fãs da autora e acabou por conquistar também quem ainda não tinha tido contato com a história de Lila e Lenù.
Venha conhecer 8 fatos sobre My Brilliant Friend!
1. Conhecendo a série
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Elena Greco (interpretada por Elisa Del Genio e Margherita Mazzucco) é quem narra a história. Também conhecida como Lenù, ela nos conta sobre os anos em que viveu uma complexa amizade com Lila (Ludovica Nasthttps://tm.ibxk.com.br/Gaia Girace), uma das garotas do violento bairro de Nápoles onde elas moravam.
Trata-se de um narrativa em retrospecto, uma vez que Lenù já é uma senhora de aproximadamente 60 anos quando resolve falar sobre tudo que ela e Lila viveram – juntas ou não.
2. História do Novo Sobrenome
My Brilliant Friend já foi renovada para a segunda temporada, que será baseada no segundo romance da tetralogia. História do Novo Sobrenome se desenrola sobre o início da vida adulta das duas amigas, trazendo questões pungentes a respeito do que significava ser mulher na metade do século XX.
3. Saverio Costanzo
Assim que a HBO divulgou que a adaptação seria dirigida por Saverio Costanzo, parte do público já habituado com a escrita de Ferrante estranhou a definição de um diretor homem, uma vez que os livros da autora mergulham em questões profundamente femininas, como a maternidade.
Conforme Costanzo contou à Vanity Fair, ele já havia tentado trabalhar com Elena antes, em 2007, quando leu o romance "A Filha Perdida". De acordo com ele, seu primeiro contato com a escritora foi frustrante, pois ela apenas autorizou que ele adaptasse o livro, mas não se dispôs a escrever o roteiro.
4. Ferrante participou ativamente da produção
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Segundo a produtora executiva Jennifer Schuur, foi a própria Ferrante quem insistiu que a direção ficasse por conta de Costanzo, por acreditar que não haveria problema no fato de a adaptação ser feita por um homem. Afinal, ela estava disposta a se fazer presente em todo o processo, inclusive exigindo que sua visão sobre a história fosse respeitada. Costanzo conta, por exemplo, que até mesmo as bonecas de Lila e Lenù passaram pela aprovação da autora.
5. Elenco
Quase 9 mil crianças participaram dos testes para a escolha de quem interpretaria Lila e Lenù. Tamanha disposição é justificada pela necessidade de serem encontrados rostos “comuns”, já que a história acompanha as duas amigas desde a infância até os seus 60 anos.
No final das contas, as quatro garotas escolhidas para os papéis na fase de crianças e já adolescentes foram Margherita Mazzucco, Elisa Del Genio, Ludovica Nasti e Gaia Girace — nenhuma delas havia atuado profissionalmente, e apenas a última já havia frequentado aulas de Teatro.
6. Idioma e interpretação
Outro requisito para a seleção do elenco era o total domínio do dialeto napolitano, para que as cenas gravadas nessa variação do idioma soassem completamente naturais. Na história original, as transições entre o italiano e o napolitano são muito significativas, pois refletem bastante a realidade brutal daquela região da Itália, bem como as mudanças culturais e de valores que vinham ocorrendo nos anos 1950.
Para ajudar as atrizes a deixar a timidez de lado e encarnar de vez o espírito daquele tempo, Costanzo organizou atividades em que elas só podiam se expressar através de mímicas e danças, sem falas. Isso ajudou as garotas a desenvolverem muita química entre elas, tornando suas atuações complementares.
7. Uma autêntica experiência napolitana
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De acordo com Kathryn Bromwich em reportagem para o The Guardian, nos últimos anos houve um crescimento do turismo na região de Nápoles descrita na tetralogia de Ferrante. Por conta disso, diversos serviços de guias turísticos especializados na série surgiram, todos prometendo levar os visitantes a cada um dos locais que marcam a história.
As rotas são planejadas para serem percorridas em pelo menos meio dia, podendo-se estender até seis dias inteiros! Embora o “bairro” não seja nomeado em nenhum dos livros, cogita-se que Lenù e Lila teriam crescido em Rione Luzzatti, onde é possível encontrar referências claras à literatura, seja por seu comércio de rua ou pelo estilo de vida de seus habitantes. Ischia, a praia onde Elena vai passar as férias, também não fica de fora do roteiro.
8. Quem é Elena Ferrante, afinal de contas?
Certamente uma das fagulhas que acendeu a febre Ferrante foi o anonimato. Apesar de sua primeira publicação ter ocorrido ainda no início dos anos 1990, a autora consegue manter a sete chaves sua identidade, o que sempre foi motivo para investigações comprometidas em descobri-la e até mesmo para a criação de teorias conspiratórias.
Resguardando sua privacidade, Ferrante, obviamente, não participa de eventos literários, turnês de lançamentos ou palestras e, até 2015, sequer dava entrevistas diretas sem a mediação de sua editora.
Em 2016, o jornalista italiano Claudio Gatti causou polêmica ao supostamente revelar a verdadeira identidade de Ferrante. Para ele, tratava-se da tradutora Anita Raja, esposa do escritor Domenico Starnone, que também já teve seu nome cogitado para a autoria da obra de Ferrante. A investigação de Gatti se pautou inclusive em dados da conta bancária do casal.
Mesmo com todo esse esforço, porém, a verdadeira identidade de Elena Ferrante continua sendo um mistério. Em torno disso, construiu-se o documentário Ferrante Fever, dirigido por Giacomo Durzi e lançado em 2017, apresentando entrevistas com outros importantes autores e personalidades como Hilary Clinton, que também foram conquistados pela envolvente narrativa de Ferrante.
Este texto foi escrito por Gabriela Petrucci via nexperts.
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