Rocketman: Elton John ganha cinebiografia à altura de seu talento
Rocketman, a cinebiografia do cantor Elton John, consolida o subgênero no mercado audiovisual (após o sucesso de Bohemian Rhapsody) e oferece uma jornada extravagante sobre a vida e a carreira do icônico artista, autor de músicas clássicas como “Tiny Dancer”, “Your Song”, “I’m Still Standing”, “Don’t Go Breaking My Heart” e, claro, “Rocket Man”.
No papel de Elton John está o ator Taron Egerton, famoso pela franquia Kingsman, esbanjando talento e carisma no retrato do músico; mergulhando em sua personalidade multifacetada – cheia de excessos, de traumas, mas também de pura genialidade – e ainda soltando a voz em deliciosas sequências musicais.
O filme segue um formato padrão de biografia, apresentando inicialmente a infância do cantor (ainda Reginald Kenneth Dwight), um garoto que não se sentia amado em casa, especialmente pelo seu pai, e que descobre o dom pela composição dedilhando o piano.
Os espectadores podem ter a impressão de que esse segmento da história é o menos interessante, mas vale dizer que o ator mirim Matthew Illesley faz um trabalho incrível como o pequeno Reggie Dwight (enquanto a mãe de Elton é interpretada pela ótima Bryce Dallas Howard).
É a carreira de Elton John, no entanto, que deverá despertar o interesse e agitar o público. Rocketman relata a frutífera parceria do artista com o compositor e amigo Bernie Taupin (papel de Jamie Bell, o garoto de Billy Elliot) e sua subsequente ascensão – como um foguete – ao estrelato. E como poderíamos esperar de uma cinebiografia de um astro do rock, essa trajetória é percorrida com muito sexo, drogas e álcool.
Taron Egerton faz uma representação magistral do astro, com alguns momentos de glória: em determinado momento, sua reação a um pedido de autógrafo é de uma intensidade dramática estrondosa. O filme tem uma elegância própria no tratamento ao seu personagem, traduzindo nas telas sua intimidade e sua extravagância de forma honesta; e o resultado nos faz admirar ainda mais o artista que é Elton John.
Cinematograficamente, o maior desafio de Rocketman, no entanto, será sair da sombra de Bohemian Rhapsody. A produção chega poucos meses depois da consagração (com 4 Oscars) da cinebiografia de Freddie Mercury – com direito a uma estatueta para Rami Malek. Isso sem falar que o diretor Dexter Fletcher, que comandou a obra sobre Elton John, foi o responsável por concluir o filme do Queen após a demissão de Bryan Singer!
Talvez Rocketman não alcance o mesmo sucesso nas bilheterias nem a consagração da Academia de Bohemian Rhapsody (e o lançamento nesta época do ano também não ajuda), mas o filme está à altura das melhores cinebiografias recentes. E, honestamente, Dexter Fletcher pode muito bem seguir explorando esse subgênero – aliás, nessa quarta-feira, ele demonstrou interesse por uma obra sobre a Madonna (já quero acreditar!).
https://youtu.be/z7jSOLxCjhc
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