X-Men: Fênix Negra tenta reparar o erro que foi O Confronto Final (crítica)
De todos os super-heróis dos quadrinhos, os X-Men sempre tiveram um lugar especial para mim, seja pelos temas tratados sobre preconceito e segregação ou mesmo pelos divertidos poderes dos mutantes da Marvel.
Nos cinemas, foram também os X-Men que ajudaram a abrir portas para a onda de adaptações de quadrinhos dos últimos anos. O primeiro longa, de 2000, quebrou o estigma sobre o gênero e provou que os super-heróis tinham muito a oferecer nas telas.
Quase vinte anos depois, X-Men: Fênix Negra entra em cartaz para encerrar em definitivo a saga dos mutantes da “Era Fox”; e os fãs certamente mereciam algo melhor do que esta obra inexpressiva e esquecível – ainda que não completamente detestável – conduzida por Simon Kinberg.
O produtor e frequente roteirista da franquia assume aqui, pela primeira vez, a cadeira de direção. É importante notar que o cineasta tem, em seu currículo, os roteiros de Quarteto Fantástico (sim, aquele de 2015); X-Men: Apocalypse (2016); X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (2014) e, claro, X-Men: O Confronto Final (2006), o primeiro filme a tentar adaptar a Saga da Fênix Negra para os cinemas.
X-Men: Fênix Negra é um remake de X-Men: O Confronto Final?
Para quem conhece um pouco desses bastidores, é inevitável a sensação de que este Fênix Negra existe apenas para Kinberg provar que saberia conduzir a história e reparar o equívoco que foi O Confronto Final dentro da cinematografia dos mutantes. Infelizmente, a obra nunca empolga, apesar de algumas sequências razoáveis de ação.
A similaridade entre os filmes da Fênix Negra – lembrando que ambos têm roteiro assinado por Kinberg – é notável e às vezes até escancarada: novamente temos aquele confronto entre Jean e Xavier dentro da casa, e o cineasta parece querer nos explicar sua visão diferente para o desfecho.
No papel principal, Sophie Turner (a Sansa de Game of Thrones) faz um excelente trabalho na construção de uma Jean angustiada, explorando a raiva, o descontrole e também o “puro desejo” de destruição da Fênix. Os X-Men coadjuvantes – como James McAvoy e Michael Fassbender e Jennifer Lawrence – se esforçam na mesma proporção, mas o roteiro de Kinberg não ajuda.
Como fã dos mutantes da Marvel, ainda me agrada ver qualquer coisa que não seja completamente vergonhoso (X-Men Origens: Wolverine); e é sempre divertido assistir a cenas de ação com Mercúrio e Noturno, que sempre funcionaram muito bem nas telas. Porém, X-Men: Fênix Negra é um desfecho para a fase iniciada pelo brilhante Primeira Classe (2011) quase tão decepcionante quanto O Confronto Final foi para o primeiro X-Men.
https://youtu.be/xrbBVIpssDQ
X-Men: Fênix Negra estreia nesta quinta-feira, 6 de junho, nos cinemas brasileiros.
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