Netflix registra queda inédita de assinantes: culpa foi de preço e conteúdo
A Netflix divulgou em detalhes o relatório financeiro da empresa com o desempenho no segundo trimestre de 2019 (Q2) — e ele traz boas notícias para o bolso da companhia, mas outros dados bem abaixo do esperado.
Ao todo, 2,7 milhões de pessoas se juntaram à base de usuários do serviço de streaming, mas o número na verdade é bastante baixo se comparado com a previsão que ela mesmo havia feito, que era de 5 milhões de novos membros) no período. Além disso, essa foi a primeira vez em oito anos que a Netflix registrou uma queda significativa de assinantes nos Estados Unidos, com cerca de 130 mil pessoas abandonando o serviço nos últimos três meses.
Esse resultado fez as ações da empresa caírem até 13%, número registrado horas depois do anúncio do relatório. No momento da publicação desta matéria, as ações são comercializadas a US$ 322 de acordo com o Yahoo! Finances, ainda representando uma queda de 11%.
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Segundo a Netflix, há dois grandes culpados nessa história. O primeiro é o aumento na mensalidade, pois as maiores quedas foram registradas nas regiões que passaram por esse reajuste. Isso aconteceu em países cuja cobrança é feita em dólar (a partir de janeiro de 2019) e também no Brasil (em março). O segundo problema é o cronograma de lançamentos do período, que não foi tão bombástico quanto muitos fãs podiam esperar.
Vale lembrar que o fenômeno Stranger Things, que teve a terceira temporada adicionada em julho e bateu recordes de audiência, só será levado em conta no próximo relatório.
Tem coisa boa aí
Ainda assim, a empresa reforça que adicionou séries e filmes de qualidade nos últimos meses tanto a nível global quanto localmente, e que a quantidade de assinantes do primeiro trimestre foi mais alta que as projeções — o que significa que os valores anuais devem permanecer na média.
Entre as boas notícias, a receita gerada pela Netflix continua alta: ela totalizou US$ 4,92 bilhões no trimestre, valor muito próximo da previsão de analistas de mercado.
E a concorrência?
A respeito do mercado de streaming, a empresa se posicionou de forma cautelosa. Ela negou que a concorrência acirrada do setor seja um fator direto na queda de assinantes, já que não houve mudança brusca na área nos últimos meses. Ainda assim, ela reconhece que a briga será intensa em breve (e boa para o consumidor), com Disney, Apple e Warner/HBO, entre outras marcas, lançando os próprios serviços.
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A empresa ainda comentou que o fim de contratos de programas de outras empresas e emissoras, como Friends e The Office, vai gerar orçamento para que a empresa invista ainda mais em conteúdo original. Segundo a Netflix, os usuários estão assistindo cada vez mais às produções próprias do streaming, o que é visto como um ótimo resultado.
Curiosidades e números da Netflix
Por fim, a empresa ainda soltou raros números de audiência sobre algumas produções recentes. A comédia romântica O Date Perfeito estrelada por Noah Centineo, teve 48 milhões de espectadores em um mês. Já Meu Eterno Talvez registrou 32 milhões de visualizações no mesmo período. No gênero drama, a minssérie Olhos que Condenam, de Ava DuVernay, teve 25 milhões de cliques.
Entre as séries, nenhuma das novidades teve números divulgados, mas a produtora elogiou o desempenho de duas produções recentes: a segunda temporada de The Rain e a produção sueca Quicksand.
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Só que ninguém tira o destaque de Adam Sandler e Jeniffer Aniston. Mistério no Mediterrâneo não foi um sucesso de crítica, mas mantém os números altos das produções envolvendo o ator: a comédia teve 73 milhões de espectadores em apenas quatro semanas.
Você pode conferir o relatório financeiro completo da Netflix por aqui (em inglês).
Este texto foi escrito por Nilton Kleina via nexperts.
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