Até hoje, pesquisadores da neurociência acreditavam que só era possível preservar memórias no cérebro quando neurônios relevantes estivessem ativos. Dessa forma, doenças degenerativas, tais como o Mal de Alzheimer, conseguem impedir que pessoas se lembrem de coisas do seu passado mais recente. Contudo, parece que a situação não é exatamente tão ruim quanto se esperava, segundo este estudo publicado na última sexta-feira (2) na Science.
Mesmo com os neurônicos relevantes inativos, uma pessoa é capaz de guardar novas memórias em um estado de dormência
Foi descoberto que é possível “reviver memórias” através de um “pulso de estímulo magnético transcraniano” ou um pequeno choque em uma área específica do cérebro. Isso acontece porque, mesmo com os neurônicos relevantes inativos, uma pessoa é capaz de guardar novas memórias em um estado de dormência, as quais não podem ser acessadas sem algum tipo de estímulo, como o desses pequenos choques.
É possível ver todos os detalhes científicos desse método através da publicação original na Science, mas nós já adiantamos que não dá para trazer à tona memórias antigas utilizando o mesmo procedimento. Para isso, entretanto, talvez seja necessário outro tipo de estímulo e também uma abordagem diferente em outras áreas do cérebro humano. Isso quer dizer que ninguém vai conseguir se lembrar de coisas da primeira infância tão logo.
Mal de Alzheimer
Esse estudo colocou uma luz nas pesquisas de combate ao Mal de Alzheimer, que degenera conexões neurais do cérebro do paciente gradativamente, causando perda de memória recente e confusão mental. Essas pessoas, entretanto, não são comumente afetadas na sua memória mais antiga. Portanto, um novo tratamento baseado em pulsos de estímulo magnético transcranianos futuramente poderia deixar a vida desses indivíduos mais agradável, já que ainda não existe uma cura para o problema. Infelizmente, qualquer coisa nesse sentido poderia levar muitos anos para ser desenvolvida.