Já se passaram décadas desde que o primeiro filme da franquia O Chamado foi lançado. O clássico do cinema de terror cativou os espectadores em todos os sentidos, sobretudo pela atmosfera sombria abordada na narrativa. Por conta desse sucesso, alguns remakes foram realizados em Hollywood e também na Coreia do Sul.
Mas como essa franquia tão aterrorizante batizada de O Chamado surgiu? Veja tudo o que sabemos sobre o universo desses filmes de terror.
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O Chamado: a concepção da ideia e os primeiros filmes
Em 1998, o cineasta Hideo Nakata lançou Ringu, contando com roteiro de Hiroshi Takahashi, além de Nanako Matsushima, Hiroyuki Sanada, Rikiya Otaka e Yoichi Numata no elenco principal. Baseado no livro homônimo de Koji Suzuki, publicado originalmente em 1991, a trama abordava um vídeo misterioso, no qual o espírito de uma jovem amaldiçoada surgia para se vingar de todos aqueles que o assistiam.
Um fato curioso na construção da história é que o autor de O Chamado trabalhava com educação infantil quando começou a escrever seu livro mais célebre. Inclusive, em algumas entrevistas, ele contou que buscou diversas inspirações em filmes hollywoodianos ligados ao gênero, como Poltergeist (1982).
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Nesse sentido, é interessante perceber todos os paralelos traçados em ambas as histórias, pois no clássico de Tobe Hooper há também fantasmas que se comunicam por meio de um aparelho de televisão. Contudo, na cultura japonesa, a figura dos fantasmas e espíritos é bastante popular, estando presentes em diversas obras, principalmente pelo modo como são vistos na sociedade.
Na concepção de Suzuki, sua trama deveria abordar como os avanços tecnológicos presentes na época poderiam se integrar ao mundo dos mortos. Dessa forma, seu romance surgiu e rendeu, antes mesmo do longa de 1998, uma adaptação em mangá e um telefilme em 1995.
Apostando na figura fantasmagórica de Sadako Yamamura, todas as vezes em que o seu vídeo era reproduzido, um telefone tocava. Essa maldição só poderia ser quebrada para o espectador em questão se o VHS fosse passado adiante.
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Obviamente, uma das cenas mais emblemáticas de O Chamado se dá quando essa personagem medonha ultrapassa os limites da tela e invade a residência de quem a assistia, justamente por meio do aparelho de televisão.
O Chamado: conheça mais sobre os remakes e outros filmes lançados para a franquia
Depois do lançamento de Ringu, logo no ano seguinte, uma continuação foi encomendada. Em 1999, Ringu 2: O Chamado abordava com maior profundidade os dilemas enfrentados por Reiko (Nanako Matsushima), tendo em vista que a maldição de Sadako já estava impregnada em sua rotina. Apesar de ainda ter sequências de tirar o fôlego e um roteiro consistente, a recepção do público e crítica não conquistou tudo aquilo que os produtores esperavam inicialmente.
Mesmo assim, pode-se dizer que os dois longas-metragens são de extrema importância para entender o gênero no Japão, sobretudo pela manutenção de um conceito popularizado como J-Horror, nos anos 1990. O impacto foi bastante significativo entre os fãs de obras aterrorizantes, que, de alguma maneira, queriam se envolver em mais tramas desse nicho.
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Em Hollywood, por sua vez, os filmes slashers, repletos de violência e assassinos implacáveis, não chamavam mais tanto a atenção. Ao buscarem por novidades, um remake de Ringu foi lançado em 2002, contando com Naomi Watts, Brian Cox, Martin Henderson e David Dorfman nos papéis principais. A direção esteve a cargo de Gore Verbinski, que fez pequenas alterações na trama, transformando Sadako em Samara (interpretada por Daveigh Chase).
A produção também fez bastante sucesso e teve um resultado surpreendente em termos de bilheteria. Com isso, uma sequência direta foi planejada. O Chamado 2 estreou em 2005, com direção de Hideo Nakata, cineasta responsável pelo filme de 1998. De certa maneira, a história abordava de um modo muito similar a construção narrativa de Ringu 2, trazendo os problemas familiares da protagonista para o centro das atenções.
No entanto, a franquia não se restringiu a apenas esses filmes. Além do remake norte-americano, Kim Dong-bin desenvolveu The Ring Virus, em 1999, na Coreia do Sul. Com elementos do romance original e mesclando às ideias lançadas no filme japonês, a produção se destacou com suas cenas cheias de tensão e agonia para o público.
Cineastas como Fukumoto Yoshito, Yoshihiro Kitayama, Norio Tsuruta, Jonathan Liebesman, Tsutomu Hanabusa e Kôji Shiraishi também se envolveram em produções ligadas ao fantasma de Sadako/Samara ao longo dos anos.
Desde 2000, diversos filmes foram realizados com essa narrativa de medo e mistério, indo de prequelas à trama original ou histórias avulsas. Os últimos deles, inclusive, O Chamado 3 (Rings — 2016) e Sadako (2019), contam com a direção, respectivamente, de F. Javier Gutiérrez e Hideo Nakata.
O futuro da franquia de terror: o que pode acontecer com Sadako?
É inegável a influência da fantasma Sadako no cinema japonês, principalmente por conta de sua construção narrativa, considerada por muitos estudiosos como uma das mais célebres de todos os tempos no país asiático. Inclusive, o J-Horror é um tópico importante de discussão em faculdades de cinema, pois o gênero em questão ajudou a moldar as produções audiovisuais fomentadas no Japão.
Dessa maneira, apesar de Samara não estar mais em alta nos últimos anos, tendo em vista o fracasso de O Chamado 3 (Rings), de 2017, Sadako continua sendo uma presença forte e que pode retornar a qualquer momento nos cinemas. Pelo menos, é o que os detentores dos direitos da personagem querem.
(Fonte: Kadokawa/Reprodução)Fonte: Kadokawa
Inclusive, desde que a franquia Ju-on (conhecida popularmente como O Grito no ocidente) foi lançada, muitos especulam que outro crossover poderia ser criado. Afinal, Kayako, a fantasma principal dos filmes, também tem grande influência entre os fãs de terror e, em 2016, ela se encontrou com Sadako em Sadako vs. Kayako, dirigido por Koji Shiraishi.
Portanto, fique ligado em todas as novidades da franquia O Chamado! É possível assistir alguns dos filmes em plataformas de streaming como Amazon Prime Video, Looke e Apple TV+.
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