O psiquiatra norueguês Finn Skårderud desmentiu, nesta segunda-feira (26), que os seres humanos nascem com um déficit de 0,5 grama de álcool no sangue. O especialista, que supostamente inspirou o filme Druk: Mais uma Rodada, vencedor da premiação de Melhor Filme Internacional no Oscar deste domingo (25), era apontado como autor da teoria.
Skårderud chamou a hipótese de fake news e explicou que nunca disse que temos deficiência de álcool na corrente sanguínea. Essa formulação vinha sendo utilizada por leigos como uma das possíveis explicações para o alcoolismo. De acordo com o psiquiatra, a mentira surgiu de uma “leitura seletiva” do prefácio que ele escreveu para a tradução norueguesa de Os Efeitos Psicológicos do Vinho, livro escrito em 1881 pelo italiano Edmondo De Amicis.
"Na primeira página, escrevi que após uma taça ou duas taças, sim, a vida é muito boa, pensamos que talvez tenhamos nascido com um déficit de 0,5 grama", disse em entrevista para a rádio norueguesa NRK. "Mas, no parágrafo seguinte, eu rejeitei a teoria", completou.
O médico relatou certo incômodo com a história falsa, já que lida com dependentes. Segundo ele, ser atribuído como autor de uma hipótese assim o deixa desconfortável principalmente em relação aos familiares de seus pacientes.
Por outro lado, foi justamente essa “fama” que chamou atenção do diretor compatriota Thomas Vinterberg, que dirigiu Druk: Mais uma Rodada. O filme mostra um grupo de professores que decide viver com um pouco de álcool no sangue para testar o efeito disso no aumento da felicidade. Skårderud foi consultor do longa-metragem premiado.
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