Lilly Wachowski disse em uma entrevista à The Hollywood Reporter, que Matrix foi inspirado por um sentimento de revolta muito forte. A cineasta revelou que na época já estava se questionando quanto ao seu gênero, e o filme acaba expressando isso, de certo modo.
“[Matrix] nasceu de muita raiva e muita fúria, e é raiva do capitalismo e da estrutura corporativa e das formas de opressão”, explicou Wachowski. “A raiva fervendo dentro de mim era sobre minha própria opressão, que eu [estava me forçando] a permanecer no armário”.
O último trabalho de Wachowski como diretora foi a série Sense8, da Netflix. Agora ela atua como roteirista e produtora de Work in Progress, que conta a vida de Abby, uma mulher de 45 anos, que se identifica como sendo gorda, estranha, suicida e com Transtorno Obsessivo Compulsivo.
Wachowski diz que agora quer trabalhar em projetos que deixem clara a sua visão de mundo. Segundo a cineasta, em outras produções, as abordagens eram mais sutis e permitiam que as pessoas interpretassem de outras maneiras.
“Eu sempre fiz coisas que eu queria ver, mas agora estou aqui, uma mulher trans e orgulhosa, e não há espaço para interpretações erradas sobre o que é a nossa série”, diz ela. “Essa parte é extremamente satisfatória para mim. Eu só jogo em terras queer”.
Lilly WachowskiFonte: IMDb/Reprodução
Apesar disso, Wachowski reconhece que seu trabalho pode ter sido muito importante para que outras pessoas trans também se vissem representadas, mesmo que de maneira mais discreta.
“Agora que estou fora e [sou] um exemplo vivo de alguém que pode envelhecer sendo uma mulher trans, [pessoas trans] podem ver esses filmes através das lentes do meu ponto de vista como uma trans”, explicou a cineasta. “Elas são capazes de dizer: 'Oh meu Deus, esses filmes foram uma parte tão importante da descoberta da minha identidade e da minha própria jornada'. Sou extraordinariamente grata por poder oferecer isso às pessoas”.
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