Uma boa notícia para amantes da leitura, estudantes e professores: a organização sem fins lucrativos Internet Archive, cuja missão é "garantir acesso universal a todo conhecimento", disponibilizou mais de 1,4 milhão de livros gratuitamente. A iniciativa faz parte do projeto National Emergency Library, lançado na última terça-feira (24) para auxiliar o público que está sofrendo com as bibliotecas fechadas devido à pandemia do coronavírus.
As obras podem ser acessadas remotamente no mundo todo. São, principalmente, títulos retirados da Open Library e que foram digitalizados a partir de doações de instituições educacionais e bibliotecas. Ao contrário de uma biblioteca convencional, vários usuários podem conferir as cópias simultaneamente.
(Fonte: Pixabay)
"Acreditamos que esse é um grande passo em um momento que exige apoio em uma escala que somos capazes de atender", indica o site. Contudo, essa facilidade não vai durar para sempre. O National Emergency Library ficará disponível até 30 de junho, podendo ser desativado antes, caso o estado de emergência dos Estados Unidos seja encerrado.
Após o período, serão respeitadas novamente as diretrizes de direitos autorais, que preveem o uso adequado de obras protegidas sem a permissão do detentor.
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2 lados da mesma moeda
A notícia pegou muita gente de surpresa. Thomas Rid, professor de estudos estratégicos da Universidade Johns Hopkins, elogiou o projeto: "Já tive de esperar algumas semanas para conseguir emprestados livros difíceis de serem encontrados. Agora há muito mais e não há espera alguma. Essa é uma iniciativa fantástica que pode ajudar as pessoas a passarem mais tempo lendo e menos tempo em redes sociais".
(Fonte: Pixabay)
Entretanto, tem quem não tenha aprovado muito a ação. Kim Kavin, autora de vários livros, critica o que considera oportunismo. "O mundo inteiro está passando por um momento difícil e todos querem se ajudar, mas isso não quer dizer que o roubo esteja liberado", reclamou ela, descontente com o fato de obras suas terem sido disponibilizadas sem autorização. Ainda assim, afirmou que, se os responsáveis pelo projeto tivessem solicitado a publicação, ela com certeza cederia os materiais sem problema algum.
Chris Freeland, diretor do Open Libraries, declarou que são disponibilizados canais facilitados para casos como os de Kavin, de autores que não desejam que suas obras estejam nos arquivos. A escritora teve um de seus títulos removidos da coleção após entrar em contato com o projeto.
Defendendo ações essa, Kyle Courtney, conselheiro de direitos autorais de Harvard, argumentou que, durante a pandemia do coronavírus, possibilitar o acesso remoto a tais materiais é benéfico para propósitos educacionais. "As diretrizes foram estruturadas prevendo situações como esta. Para cada regra há uma exceção", finalizou.
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