Em uma trama elaborada e cheia de reviravoltas, Entre Facas e Segredos mantém o público entretido em torno do mistério sobre a morte do patriarca de uma rica família disfuncional enquanto a investigação revela os podres e as motivações que poderiam levar qualquer um dos familiares a cometer o assassinato.
Mesclando a fórmula narrativa do gênero com pitadas de humor e aventura, o diretor e roteirista Rian Johnson entrega o melhor filme de sua carreira, após obras cultuadas como Vigaristas e Looper: Assassinos do Futuro e o sucesso comercial de Star Wars: Os Últimos Jedi.
Com parte da ação ambientada em uma mansão isolada na área rural, a trama se desenvolve pela perspectiva da cuidadora interpretada pela atriz Ana de Armas, que esteve com o patriarca até o momento de sua morte. A personagem serve, obviamente, como bode expiatório por toda a família e precisa provar sua inocência para o detetive particular vivido por Daniel Craig (claramente inspirado em Hercule Poirot) enquanto as suspeitas recaem sobre todos os membros da família.
Johnson subverte as expectativas do público ao focar menos em “quem” ´foi o responsável pelo assassinato e mais nos motivos que levaram ao crime. Nesse sentido, o cineasta se beneficia de um excelente elenco de apoio, com personagens coadjuvantes excêntricos e interessantes que intrigam os espectadores – com destaque para as participações de Jamie Lee Curtis e Toni Collette.
A partir do segundo ato, o diretor deixa a comédia um pouco de lado e aposta mais na aventura, com uma corrida dos personagens para chegar ao fundo do mistério. Apesar de certo estranhamento de estilo e do pouco tempo de tela para os personagens secundários, as surpresas e reviravolta do roteiro continuam divertindo e mantendo os espectadores atentos até a revelação final.
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