“Você é apenas uma máquina, uma imitação da vida. Consegue compor uma sinfonia? Um robô consegue pintar um belo quadro?” Com essa frase, o detetive Del Spooner (interpretado por Will Smith) mostra seu desprezo pelo androide Sonny em Eu, robô. É questionável se máquinas podem produzir arte, mas os dois novos projetos da plataforma Arts & Culture Experiments do Google usam inteligência artificial para expandir os limites da pergunta de Spooner.
Quatro mil desfiles, uma paleta de cores
Para o projeto Runway Palette, o Google fez uma parceria com a plataforma de moda contemporânea Business of Fashion para usar 140 mil fotos de quatro mil desfiles do período entre 2015 e 2019.
A inteligência artificial extraiu as cores principais de cada roupa e organizou as imagens por paleta de cores. O resultado é uma visualização interativa que possibilita a qualquer um tanto montar uma coleção como combinar uma peça de roupa aparentemente incombinável.
Homens-palito na dança contemporânea
Em 2018, o coreógrafo britânico Wayne McGregor começou a trabalhar com o Google para desenvolver uma inteligência artificial capaz de criar uma coreografia. Um ano depois, Living Archive é a concretização do projeto, ao subir ao palco do LA Music Center em Los Angeles, Califórnia.
A inteligência artificial usou mais de cem horas de apresentações de McGregor e dez bailarinos de sua companhia em quase meio milhão de poses, organizadas por semelhança visual. O banco de dados gerado permite fazer conexões entre elas – sejam aquelas no arquivo ou por semelhança às capturadas pela câmera do próprio usuário.
Sete anos em busca da resposta para Spooner
Desde 2012, o Google faz parcerias com artistas e criadores de diversas áreas, usando inteligência artificial e realidade aumentada em diversas áreas, como poesia, artes plásticas, moda e até mesmo perfumaria. Os dois novos experimentos podem ser experimentados tanto em PC como iOS e Android.
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