A Vida Invisível, dirigido pelo cearense Karim Aïnouz, foi o filme indicado pela Academia Brasileira de Cinema para tentar concorrer a uma vaga na lista dos indicados do Oscar 2020. O longa irá competir pela indicação na categoria de Melhor Filme Internacional, anteriormente denominada Filme em Língua Estrangeira e disputou com outros 11 concorrentes, tendo desbancado Bacurau, um dos favoritos.
O título foi anunciado nesta terça-feira (27), após quase duas horas de reunião pela comissão especial, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Os votantes decidiram por A Vida Invisível após uma disputa acirrada e, de acordo com Anna Mulayert, presidente da comissão da Academia, o resultado final foi de cinco votos contra quatro de Bacurau. Segundo Mulayert, a decisão foi tomada pelo peso de alguns fatores como a influência do diretor Aïnouz no mercado internacional e a presença de Fernanda Montenegro, que já concorreu ao Oscar de melhor atriz em 1999 por sua atuação em Central do Brasil.
História e premiações
O filme é baseado no romance "A Vida Invisível de Eurídice Gusmão", de autoria de Martha Batalha, e teve seu título original encurtado para o lançamento comercial. O longa conta a história de duas irmãs cariocas dos anos 1950 que vivem sob um rígido regime patriarcal, em uma sociedade machista. O diretor Aïnouz comemorou a indicação de sua obra e revelou que o filme é “contra o patriarcado e mostra como a violência contra as mulheres é naturalizada”. O cineasta dedica o longa à força das mulheres. A Amazon comprou os direitos de exibição do filme, que tem estreia prevista para novembro.
A Vida Invisível foi exibido no Festival de Cannes 2019 e venceu a premiação principal da mostra paralela Um Certo Olhar, trazendo o prêmio pela primeira vez ao Brasil. Bacurau, por sua vez, ganhou o Prêmio do Júri na competição principal do evento. A presidente Muylaert comentou “Estamos felizes com a qualidade dos filmes inscritos, com três filmes que estiveram em Cannes”. O Traidor, igualmente presente na lista dos filmes votados pela Academia, também concorreu à Palma de Ouro de Cannes 2019.
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