A sabedoria de Salomão, a força de Hércules, o vigor de Atlas, o poder de Zeus, a coragem de Aquiles e a velocidade de Mercúrio. O acrônimo forma o que famoso grito que transforma o adolescente Billy Batson em Shazam, o mais poderoso mortal da DC Comics. E agora ele chega aos cinemas na pele de Zachary Levi.
O herói foi conhecido por muito tempo como Capitão Marvel, nasceu em outra editora e quase sumiu quando sofreu um processo por direitos autorais — a própria DC acusou a criação de C. C. Beck e Bill Parker de ser plágio do Superman.
Mas ele sobreviveu aos vários reboots, teve série de TV e animações e depois de ter seus direitos vendidos da editora Fawcett, em 1972, foi parar na Sociedade da Justiça e hoje está entre os maiores heróis da Terra.
A chegada à DC Comics
Quando nasceu, em 1939, o Capitão Marvel teve as mesmas origens que aparecem nos trailers: ele foi escolhido pelo mago Shazam para ganhar os poderes de deuses mitológicos ao gritar seu nome. O visual mais cartunesco, seu uniforme chamativo, o inconfundível sorriso com as sobrancelhas grossas e o fato de ser um menino encapsulado no corpo de um adulto fizeram enorme sucesso, rivalizando com o Superman.
Depois das brigas jurídicas com DC Comics, a Fawcett se desfez do personagem, que então logo foi posicionado em patamar próximo ao Homem de Aço — mas, claro, sem tanta popularidade quanto o último filho de Krypton. Isso aconteceu em 1973 e foi mais ou menos nessa época que seu nome foi alterado para não ser confundido com o Capitão Marvel da Marvel Comics e, claro, para evitar um processinho.
Um ano depois, o herói ganhou uma série de TV que ajudou a arrebanhar mais fãs, e no início dos ano 80 também teve um desenho animado que foi muito bem recebido.
Reboot oitentista e anos 90
Mesmo com um relativo sucesso, a DC Comics não sabia direito onde enfiar o Shazam em seu cânone. Veja bem, ele é muito poderoso e o Superman é vulnerável a kryptonita e magia — e como os poderes de Shazam vêm do mago homônimo, ele poderia subjugar o grande ícone da editora. Então, ficava difícil encontrar um cantinho para ele na cronologia.
A Crise nas Infinitas Terras, talvez o primeiro grande reboot dos quadrinhos, chegou para resolver em parte esse problema. Em 1987, Billy Batson teve sua origem recontada e laços parentescos com o arqui-rival Dr. Sivana. Nessa época ele até mesmo voltou a usar o nome Capitão Marvel e as tramas ficaram mais complexas, calcadas em problemas do mundo real e com a chegada do vilão Adão Negro.
Já nos anos 90, Jerry Ordway, que trabalhou por um longo tempo nos títulos do Superman, voltou a explorar os laços adolescentes de Billy Batson e investiu na caracterização da Fawcett City e de Adão Negro, assim com de Doutor Sivana.
Reino do Amanhã
Sua grande aparição em meados dos anos 90 foi na série Reino do Amanhã: em um futuro em que os heróis clássicos se aposentaram e a nova geração está destroçando um mundo enquanto consome sua vaidade, Shazam e Superman entram em rota de colisão.
Dominado por Lex Luthor, Shazam faz parte de um plano que prevê a destruição parcial do planeta com o lançamento de uma bomba nuclear. O combate é épico e termina mostrando todo o poder do então Capitão Marvel e toda a astúcia do Homem de Aço — e por que ele é insubstituível como o maior ícone do heroísmo.
O renascimento nas mãos de Geoff Johns
A cena abaixo foi retirada da mais recente edição da ótima minissérie “Doomsday Clock”, a sequência espiritual de Watchmen com a interação dos heróis corrompidos de Alan Moore na Terra da Liga da Justiça.
A família Shazam junta e Freddy Freeman (seu irmão adotivo) tirando sarro do pênis do Doutor Manhattan. Isso resume um pouco o tom de como é o cantinho do personagem na DC Comics atualmente.
O escritor Geoff Johns e o desenhista Gary Frank (por sinal, ambos os responsáveis por “Doomsday Clock”) aboliram novamente o nome Capitão Marvel (até porque a Capitã Marvel vinha começando a se tornar mais relevante também) e recontaram a origem de Billy Batson no material que é a maior inspiração para o filme.
Batson é órfão e vive mal-humorado, até que encontra o mago Shazam. Sua família adotiva passa a compartilhar de seus poderes, criando um grupo próprio de heróis que também usa as grandes habilidades dos deuses.
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